Missões cruzadas (COMPLETO)

Nova missão

Era triste, porém, a verdade não media os seus esforços, era simples, e bem direta.

Sim é sim, não é não, e a morte... é a morte.

Noite passada, Tess havia contado da mensagem que recebeu dos investigadores explicando o que havia acontecido com aquela moça do dia anterior.

Quanto mais se esforçou para impedir os seus lamentos, mais o garoto sofreu.

Aquela moça poderia ser alguém horrível, como também uma das melhores do mundo, mas de fato, não merecia o fim que levou.

Pela primeira vez em sua vida, lágrimas empáticas para alguém que não conhecia foram escorridas pelo seu rosto, impedindo que palavras saíssem de sua boca.

Tess fez o mesmo, e em um abraço caloroso os dois dividiram seu pranto, até que o calor um do outro os confortasse, para que bem ou mal, eles seguissem a sua vida.

Fatalidades acontecem, e querendo ou não, muitas delas não havia nada que podia ser feito para impedir.

- Bolo... quer dizer, Miguel – parecia estar virando um apelido, ou pelo menos ela gostava de chama-lo assim. – Posso confiar em você?

- Se não pudesse, eu não estaria aqui do seu lado.

- Mesmo depois de tudo que eu te mostrei? Mesmo depois de você saber o quão horrível eu sou como ser humano?

O cinza de seus olhos reproduzia vítreo sensações de agouro e desespero, e seu semblante, não mostrava nada além de dúvidas.

Seu coração fragmentava-se dentro de si, dividindo entre medo, culpa, ódio e tristeza.

"Alguém como eu... não merece ser feliz".

Não ser pessimista com sigo mesmo é uma das coisas mais difíceis para pessoas incertas, aceitar a realidade, e mesmo com ela ter a força necessária para se levantar também nunca foi das tarefas mais fáceis.

Tess sempre procurou um raio de luz em sua vida, poderia ser pequeno, grande, ou tão ínfimo a ponto de ser quase imperceptível, mas se um dia, pudesse alcança-lo, a sua vida receberia algum significado.

Frieza não vem apenas pela pessoa, assim como qualquer outra característica evolui com o tempo, e se torna uma das camadas que protegem a vida e a sanidade daqueles que a usam.

Tudo que somos, tudo que podemos ser já está dentro de nós, e o que os faz aflorar, são as partes nas quais alimentamos.

Saber disso muitas vezes não te faz mais humano, nem mais forte ou mais fraco, no entanto, te mostra faces de si mesmo na qual jamais teríamos acessos por meios normais.

A garota não chorava por ferir, mas chorava pelos feridos. "Se minhas mãos estão sujas, que estas me enforquem" era um dos princípios de sua vida, mas depois que seu coração mudou, e seus sentimentos conseguiram ver a luz do dia, nada mais foi como antes, e nada mais seria como foi agora.

Pedir palavras para confortar o seu coração, e atos, para tocar a sua alma.

Não importava o lugar, o ambiente, o espaço, se aquela garota mostrasse fraqueza, era porque confiava cegamente na pessoa de seu lado.

E dela seria o papel de ser a pilastra em sua vida.

No entanto, jamais pensem que tudo que há em si, tudo que a garota é ou deixaria de ser é por causa de tristeza e sofrimento, pois, não é.

Poderia ter respondido de qualquer jeito, do mais bruto ao mais manso, e de todas as alternativas, ele escolheu aquela que passaria os seus mais sinceros sentimentos, sem uma sequer fala, ou sem que nada mais importasse além disso.