Capítulo 14

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EDU


Vi da varanda do meu apartamento quando ela entrou no carro muito rápido e partiu. Foi uma surpresa muito grande aquele encontro, e eu não imaginava que finalmente estava ouvindo aquelas palavras dela. Fiquei muito puto com tantas coisas... queria dormir, acordar e só existir a Lú e eu, mas infelizmente não podia. Bruna estava me esperando no apartamento dela, e eu simplesmente estava decidido a resolver tudo naquele dia.

Peguei minhas chaves e fui, determinado. Resolveria aquela situação e arrastaria Bruna para um médico, se preciso. Eu não cairia naquela. Inferno! Eu não podia deixar minha pimentinha escapar.

Nem precisei bater à porta. Estava entreaberta, e aquilo era sinal de alerta para mim. Bruna era muito engenhosa quando se tratava de surpresas... Ela podia fazer qualquer coisa; e não duvide, qualquer coisa mesmo. Uma música sensual tocando ao fundo me deu o tom do que seria aquela conversa. Ela jogaria sujo. Entrei, chamando e fechando a porta, quando apareceu de toalha na minha frente. Eu precisava dizer: Bruna e eu começamos a namorar quando ela tinha 21 e eu 22, e não havia mudado nada naqueles seis anos. Seus cabelos longos e escuros contrastavam com sua pele clara, e imediatamente me lembrei dos cabelos de sol da Lú.

—Desculpa, Dú. Não pensei que fosse chegar tão cedo ― começou, e aquilo era jogo velho. Eu olhei meu relógio.

—Sem problemas, Bruna. Vou esperar lá fora enquanto coloca uma roupa.

—Eduardo, olha pra mim ― falou manhosa, e eu costumava me amarrar naquilo. Mas, no momento, vindo dela, eu me sentia enojado.

—Estou esperando lá fora ― comecei a andar e ela entrou rápido na minha frente, me parando segurando em meu peito.

—Dú, você não sente mais nada por mim? Nada?

—Me deixa passar, por favor ― segurei o máximo que pude minha calma. Eu sabia que seria daquele jeito. Ela derrubou a toalha, ficando nua na minha frente, e eu expirei forte. Estava bem claro para mim que ela queria engravidar naquele minuto. "Burro!". Comecei a rir com sarcasmo. Ela era uma puta fodida mesmo.

—Não tenho nada para falar com você. Me deixa passar ou não respondo por mim ― o meu tom a fez me dar passagem. Ela falou, atrás de mim:

—Você e eu vamos ter um filho, temos que conversar ― parei com a mão na maçaneta e respondi, sem me virar:

—Eu não aceito sua palavra, Bruna. Minha conversa com você só será aceitável com um exame DNA em mãos. Até lá, esquece que eu existo.

—Cretino! ― foi a última coisa que escutei antes de fechar a porta. Eu estava pronto para o jogo. Não sabia se ela estava grávida ou não, mas podia dizer que a Lú tinha razão... Aquilo era mais velho que o mundo. Passaria em uma livraria em breve. Ah, Lú, eu te daria tempo, mas no dia seguinte você vai me ouvir...

AMORES DE LÚOnde histórias criam vida. Descubra agora