Capítulo 19

615 64 4
                                    


—Cretino!

Fiquei ali vendo a cena, chocada e tonta. Porra, que canalha! Então foi ele que deu o meu número pra vaca! Eu sabia que ela queria o Edu, e ele queria o quê? Eu? O que tá acontecendo que você está parada aí e... ― Flávia parou quando viu o que eu estava olhando. Eles pararam de se acasalar e nós duas encostamos na parede, fora da visão deles.

—Caralho, Lú, é o Fernando ali? E quem é ela?

—Bruna, a ex do Edu...

—O quê? ― disse, alto demais. Dei uma espiada e eles não estavam mais lá. Merda!

—É isso mesmo. Acredita?

—Filhos de uma puta! Você tem que ir lá e quebrar a deles dois. Eu te ajudo! ― começou com sua sede de vingança.

—Tá louca? Não, temos que jogar isso direito. Vamos caçar eles e tirar uma foto, e aí podemos fazer a sua parte do plano.

—Oh, certo... fotos... manjei ― disse, meio grogue. Me permiti olhá-la direito e ela estava pior do que eu.

—Vamos à ação, Batman! ― berrou, agarrando meu ombro.

―Porra, Flá! Tá mal, hein?

―Tô nada, vamos lá colher provas do crime.

Juro que caçamos todas as quatro tendas, os bares e os banheiros, mas eles sumiram. Será que tinham nos visto? Merda! Pra que eu fui beber? Sentei no banco traseiro do carro de Vivi com Flávia dormindo no meu colo, totalmente fora de combate. Felipe estava roncando no banco da frente ao lado de Vivi; ela era a motorista da rodada.

—Vivi, eu vi Fernando na boate ― me olhou pelo espelho retrovisor por segundos e riu.

—Eu também vi. Não disse nada pra não azedar a sua noite. Ele estava com uma morena bonitona.

—Vivi! ― berrei com ela.

—O que foi? Para de putaria, vai dizer que está com ciúmes?

—Era a ex do Edu.

—O quê? Não! Mentira! Retiro o que disse, ela era ridícula.

—Eles te viram?

—Não, eles estavam saindo. Cerca de duas horas atrás, eu acho ― Ufa, pelo menos isso, eu tinha um trunfo e uma testemunha confiável. seris milagre a Flávia lembrar no dia seguinte. Meu celular vibrou na minha bolsa. Peguei rapidinho com dificuldade com o peso da Flávia – e atendi.

—Alô?

—Oi... Achei que estivesse dormindo, só arrisquei ― a voz rouca de Edu fez minha boca separar. Tipo quando você fica excitada, sabe? Eu estava morta de saudades, uma nova rodada de tequila na cara e tesão. Acendi fácil.

—Oi. Estou indo pra casa com as meninas, saímos pra dançar ― ele deu um pigarro.

—Hum, legal isso. E aí, se divertiu? ― perguntou, meio seco.

Ficou com ciúmes, mas tentou disfarçar e eu adorei.

—Mais ou menos. Você não estava lá ― Vivi fez som de vômito lá na frente. Ele riu. Sua risada grave era deliciosa e sexy pra caralho.

—Que roupa está vestindo? ― perguntou, em um tom inconfundível.

—Um vestido preto, tomara-que-caia, curto ― escutei um "hmmm" dele.

—Nada de sexo por telefone no meu carro e comigo presente! ― Vivi gritou para que ouvisse.

—Manda um beijo pra ela ― Edu respondeu rindo. ― Mais tarde eu ligo. Me espera sem vestido, ok? ― ah, caralho, gemeria se respondesse.

AMORES DE LÚOnde histórias criam vida. Descubra agora