Capítulo 29

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—Foda-se!

― Clarice, levanta a bunda e me ajuda ― peguei as caixas. Minha irmã levantou e recolheu os sapatos, e eu saí porta a fora.

—Pera aí, onde você vai? ― minha mãe me chamava, atrás de mim e Clarice. Pela primeira vez, minha irmã estava em sintonia comigo.

—Não arranha que eu te mato ― destravou o carro, abrindo a porta pra eu colocar tudo dentro. Sorri largo pra ela. Até que, quando queria, não era tão sem noção.

Obrigada! ― peguei as chaves e os sapatos. Dei ré enquanto o portão abria e minha mãe berrava.

—Cuidado! Louca! Te amo! ― eu sorri mais. Que se fodesse aquele papo de punição, eu não dava a mínima pra isso, mesmo.

∙ ∙ ∙

Parei em frente ao prédio e desci. Corri até o interfone.

—Apartamento 706, por favor.

—Quem é?

—A namorada dele. Estou preparando uma surpresa. Abre, por favor? ― olhei para a câmera de segurança, em cima da minha cabeça, e fiz aquela carinha de pidona. O portão destravou e eu corri para pegar tudo no carro. Passei por ele, com as caixas, e ele correu para me acompanhar e chamar o elevador. Estava quicando por dentro. A excitação era tanta que me deixava zonza. As portas se abriram e a lembrança de ser fodida no corredor fez tudo melhor, me deixou no ponto que eu precisava; louca para estar com ele. Apoiei tudo como pude e toquei a campainha. Imaginei que fosse demorar a abrir, afinal, estava machucado. Poderia estar dormindo, ainda... Droga! Podia ter ligado antes. Estava amaldiçoando que meu celular não veio quando a ele abriu a porta.

Ele estava lindo usando um short, com seu abdômen e peito expostos. Aquele pacote, ali... Fui viajando, passando pelos braços e a tatuagem, e olhei seu rosto. Porra, era lindo demais. Estava com uma cara de quem acabou de acordar... Seus cabelos castanhos estavam bagunçados; seus olhos azuis, confusos. Mordi o lábio para conter o sorriso. Suas covinhas se instalaram, e eu consegui dizer:

—Achei que ligar demoraria muito ― as caixas estavam fora dos meus braços em questão de segundos, quando ele me puxou, ali na porta mesmo e me beijou. Caralho, me beijou! Como senti falta daquele beijo... Ele me consumia com a boca e me apertava, com as mãos grandes me puxando pela cintura pra sentir o meu pacote favorito. Liberou minha boca, beijando minha mandíbula até minha orelha, e me abraçou. Seu suspiro, cheiro e aquela barba por fazer me deixavam louca.

—Você está aqui... Senti tanto sua falta ― ah, como podia ser tão lindo? Eu definitivamente era uma menininha, sempre que estava nos braços dele.

—Sim, estou ― me afastou e me olhou por alguns segundos, com o rosto sério. Refleti sua expressão... Estava com dor?

—O que foi? Está doendo? ― apenas balançou a cabeça em negativo.

—O que foi, então?

—Você... ― e suas covinhas se mostraram. ― Eu amo seu cabelo quando acorda, e definitivamente amei o pijama cor de rosa... Totalmente fodível. ― Caralho, corei. Passei a mão pelo cabelo. Ali eu entendi a minha mãe... Clarice maldita, podia me falar. Ele me puxou e segurou meu queixo para olhá-lo. Eu estava impotente com seus olhos e seu cheiro tão perto de mim. Sua voz rouca soou baixinho:

—Pimentinha, você fica sexy de qualquer jeito. Estou louco para arrancar isso de você ― e, dito isso, minha calcinha estava em perigo. Sua boca veio suave e sua língua passou por meu lábio inferior, me pedindo uma passagem. Eu dei... ah, eu daria tudo pra ele. Me beijou, lento e sensual. Meus seios estavam pesados, loucos pelo toque dele. Me puxou para si, me beijando mais rápido, nossas línguas duelando. Segurando meu cabelo na parte de trás da minha nuca, me puxou para me olhar.

AMORES DE LÚOnde histórias criam vida. Descubra agora