Capítulo 31

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Seguimos; eu no carro da Clarice, e Edu naquela picape dele que o deixava tão comestível quanto na moto. Nossa, ele estava lindo com aquela camisa preta em contraste com a cor de seus olhos e aquela calça jeans escura... E o olhar dele, quando me viu produzida... Valeu cada segundo fazendo meus cabelos ficarem esvoaçantes à La Giselle. Estava nervosa. Meus avós e família o conheceriam, e como meu namorado. Virei à esquina e entrei no estacionamento do salão de festas. Achei, até mais cedo, que seria um jantar na casa dos meus avós, mas minha mãe, exagerada como era, me disse que transferiram tudo pra um salão. Já estava imaginando o circo armado lá dentro. Como arrumaram tudo em tão pouco tempo? Eu conhecia minha mãe, não precisava de respostas.

Parei em uma vaga, e Edu, três depois de mim. Saiu, com o celular na mão e uma expressão séria no rosto. Gelei. Minha cara disse tudo, não suportaria merdas novamente. Sorriu pra mim e gesticulou "emergência de trabalho". Atendeu e se afastou um pouco. Estranho.

—Lú! ― escutei o grito da Flávia e me virei. Apressei-me em alcançá-la. Flávia de com a expressão amarrada não podia ser boa coisa.

—O que foi? Que cara é essa?

—Vamos no banheiro aqui da entrada, Vivi está lá ― a menção e o tom me tomaram de preocupação. Que porra tava acontecendo? Virei-me para a direção do Edu e ele assentiu, com o telefone ainda no ouvido. "Deve ter percebido a expressão da Flá".

—O que aconteceu com ela? Não me esconde nada.

—Ela e o Felipe terminaram ― Oh, merda! Vivi era o meio termo. Não era melosa, mas demonstrava aos quatro ventos que Felipe era a vida dela e ela a dele. Me apressei... devia estar arrasada.

Entrei correndo no banheiro, e ela estava em uma cabine fechada.

—Abre pra mim! ― pedi, do outro lado. Flávia estava inquieta da porta. Mas que merda, precisava dela ali... Não dei muita atenção. Voltei a pedir.

—Vivi, conversa comigo!

—Vai embora! ― gritou, chorosa.

—Sabe que eu não vou. Anda, abre isso!

—Não posso.

—Abre essa porra! ― já estava me irritando. O celular da Flávia apitou. Caralho, daria uns tapas nela. Ela foi até o meu lado e sorriu.

—Felipe quer te ver, Vivi! ― disse, contra a porta. Sorri também. "Seja o que for que tenha acontecido, sei que vai ter jeito". Aqueles dois morreriam juntos. Pensei no Edu... Acho que queria morrer com ele também. A porta da cabine abriu. Vivi me abraçou forte e disse, no meu ouvido:

—Eu te amo, amiga ― ferrou. Era a ressaca da fossa. Sorri, e Flávia abraçou nós duas no banheiro.

AMORES DE LÚOnde histórias criam vida. Descubra agora