Capítulo 20

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Senti Edu pulsar e beijar meu ombro, ofegando.

― Porra, Pimentinha, que saudades de você ― minhas pernas bambas só me permitiam um aceno de cabeça. Ele beijou minha nuca.

—Não estava com saudades? – perguntou, e eu acenei novamente.

Ele riu.

—Vamos, você precisa acordar! ― arrancou a camiseta e me agarrou, me pegando no colo e seguindo comigo para água. Eu só conseguia sorrir como uma idiota. Entramos nus e ele me olhou, enquanto eu ainda estava agarrada no pescoço dele.

—Senti muitas saudades, meu lindo.

—Meu lindo? Adorei isso ― me beijou. Caramba! Matamos mais um pouco da saudade... na água.

∙ ∙ ∙

Voltamos para casa. Minha mãe já estava de volta e ficou lá, babando no Edu, enquanto eu tomava meu banho e me preparava para passar a noite no apartamento dele. O homem estava com energia acumulada e tiraria o dia seguinte para ficarmos juntos. Coloquei meus jeans e peguei minha bolsa e jaqueta, naquela noite eu curtiria o meu pirocudo. Falaria sobre os assuntos pendentes quando amanhecesse, mas naquela noite eu queria me acabar.

—Vamos? ― cheguei à sala e Edu estava sentado no sofá, conversando com meu pai. Da cozinha, minha mãe colocou a cabeça pra fora.

—Não vão jantar?

—Não, mãe. Não se preocupe ― falei de volta e ela saiu da cozinha, com uma expressão de cachorro que caiu da mudança. Edu chegou ao meu lado.

—Eu adoraria, em outra oportunidade, Dona Cristina. Cheguei e ainda não organizei umas coisas, não deu tempo ― me beijou na cabeça. ― Eu tinha que vê-la antes. ― quase suspirei. Minha mãe fez isso por mim.

—Que lindo, Edu. Tudo bem. E não esqueça, amanhã você está intimado a vir jantar conosco.

—Combinado ― se aproximou, dando um beijo no rosto dela. Minha mãe estava toda derretida.

—Boa noite, Dona Cristina.

—Boa noite, mãe. Tchau, pai ― gritei pra sala e saí com Edu. Segurei aquela mãozona e ele piscou pra mim. Tinha uma surpresinha para ele... ou seria pra mim?

∙ ∙ ∙

Chegamos ao apartamento, e enquanto ele tomava um banho, pedi a comida em um italiano que o Edu me deu o cartãozinho. Desliguei o telefone e vi o celular dele vibrar com uma mensagem recebida, na mesinha de centro. Era curiosa e foda-se, olhei o visor e o nome "Bruna" me fez perder a compostura. Andei até o corredor e fui até a porta do quarto, escutando o chuveiro ainda ligado. "Essa vaca vai ter o que merece". Corri até o celular e abri a mensagem.

"Soube que voltou. Precisamos conversar. Me liga, te amo."

Vaca! Não pensei duas vezes e apaguei a merda da mensagem. Filha da Puta. Respirei fundo, naquele dia nada se meteria entre a gente. Coloquei o celular no lugar e andei pela sala. Olhei os porta-retratos e a vontade de roubar uma das fotos era grande. Edu estava no sol, com óculos aviador, sorrindo com aquelas covinhas. Era um autorretrato, parecia em algum lugar alto. Era uma sortuda mesmo, o cara era lindo de morrer... sorri pensando naquilo, como podia? Tão pouco tempo antes, eu estava curtindo a minha vida tranquilamente, e naquele momento estava presa em um homem lindo e maravilhoso, e que ainda fodia bem. Senti seu corpo nas minhas costas.

—Gostou? ― escutei aquela voz rouca deliciosa no meu pescoço.

—Você sempre foi lindo assim? ― ele riu e me virou pra olhar pra ele. Puta merda! Não queria perder tempo, tava só de toalha. Delicioso. Olhei pro pacote; não adiantava, atraía meus olhos.

AMORES DE LÚOnde histórias criam vida. Descubra agora