2 A.M.

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"Don't call me up at 2 A.M. tonight 
It feels so damn good and I wish you would."

Jaymes Young - We Won't

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Um mês depois.

"S.O.S. Jo Wilson. Sala de exames 2." 

Eu acabo de deixar o refeitório quando recebo uma chamada de Jo. Durante todo o almoço, estranhei o fato de que ela não ter aparecido para comer. Estamos em um caso em que a paciente é uma mulher de 42 anos com um tumor pancreático que acabou se disseminando para o fígado e os procedimentos cirúrgicos não nos deram uma garantia. Estamos precisando monitorá-la o tempo inteiro e mal tenho forças para negar que estou exausta.

Fui encontrá-la esperando o pior e perder um paciente não estava nos meus planos. As últimas semanas foram extremamente difíceis e minha estrutura emocional não estava sólida o suficiente para segurar qualquer coisa que seja.

Flashback on.

"As crianças já estão dormindo, Maggie está com Jackson. É um dia chuvoso e eu aterrisei de volta a Seattle no início da noite. Estou sozinha sentada na cozinha olhando para o cartão de Addison Montgomery há alguns minutos. Addison Adrienne Forbes Montgomery. Uma onda de lembranças me atinge e um nó se forma no fundo da minha garganta. O primeiro dia em que ela apareceu e como isso me quebrou em vários pedaços. Alguns deles me fazem falta até hoje. Ela me machucou, Derek me machucou. Derek. Derek foi o amor da minha vida e de alguma maneira Addison está sempre ligada a isso. Pensar em Derek é pensar em Addison. Lidar com a morte dele se tornou mais fácil com o passar dos anos, mas agora parece que voltei ao mesmo lugar em que mal conseguia me manter de pé. Estar com ela me fez feliz por motivos que desconheço, e foi minha ruína ao mesmo tempo. Uma parte de mim anseia saber o que ela quer com Richard e outra quer apagá-la para sempre da minha memória."

Flashback off.  

Chego na sala de exames e encontro Jo de pé, com uma expressão assustada e isso faz a minha espinha gelar.

— O que houve?! Jo! — Afago levemente os seus ombros na tentativa de tirá-la do estado de pânico.

— Eu... — Seus olhos se enchem de lágrimas.

— Você matou a paciente? — Foi a pior e única coisa que eu consigo dizer e isso a faz voltar para a realidade.

— O quê?! Não! Por Deus, Meredith.

— Então o que houve? — Começo a ficar impaciente e digo de uma maneira mais rígida.

— Eu... Acho que estou grávida. — Ela passa a mão pela testa e dá sinais de que vai chorar novamente.

— O quê?! Jo, você quase me matou, tem noção disso? — Fico aliviada e isso a faz me olhar com indignação.

— Você pode se preocupar comigo pelo menos? — Ela diz, meio indignada com a minha reação.

— Alex sabe disso? — Pergunto.

— Não! Deus... Claro que não. Eu só vou contar quando tiver certeza.

— Você não tem certeza?

— Não... Eu estou atrasada e... Eu não sei como ele vai reagir. — Ela diz, agitada.

— Então a gente vai saber agora. — Puxo ela pelas mãos e a levo para fazer um exame de sangue.

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Not In The CardsOnde histórias criam vida. Descubra agora