Run!

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Violet

Eu me escondo atrás de um carro e miro para acertar já na cabeça, alguém atira perto de mim e eu me escondo novamente, respirando fundo. Deus amado que ninguém do meu grupo morra hoje, amém. Respiro fundo e continuo a atirar em qualquer homem, com tanto que eu o mate. Daryl vem até onde estou e pega nos meus ombros.

—Você tem que se salvar! — ele me pede desesperadamente. — Corra! Vá até Alexandria e avise o que está acontecendo.

Eu nego já sentindo a ardência nos olhos.

—Não posso deixar vocês aqui.

Ele grunhe.

—Me obedeça querida. Nós só queremos você viva e bem. — eu confirmo e desço o barranco com ajuda do homem, ele acena e eu corro o mais rápido que consigo, tomando cuidado com qualquer walker que possa aparecer.

Me escondo em uma árvore oca e consigo me sentar no chão mesmo que fique apertado, eu respirava fundo e pensava se Daryl, Rosita, Abraham e até mesmo Eugene estavam bem. Logo penso em Denise e seu corpo. Ah deus, quando Tara chegar não vai gostar nada disso. Começo a chorar como uma garotinha perdida e assustada.

Eu preciso sair daqui é encontrar algum lugar que tenha água. Eu seco meu rosto e sinto que meus olhos estão inchados. Engulo em seco e saio da árvore observando ao redor. Não sabia dizer ao certo se eu estava perto dos trilhos ou não, a floresta estava calma e silenciosa. Não ouvia mais os barulhos de tiro então comecei a andar.
Isso me fez lembrar da época que fiquei sozinha por meses, depois de ter me perdido do meu pai.

Pai. Quanto tempo não penso nele. Se ele estiver morto, que Deus o tenha. Se ele estiver vivo, não sei onde ele está. Então não me importo muito.

Finalmente encontro asfalto e uma lojinha ao lado de um posto de gasolina, o céu já estava laranja quase anoitecendo e eu não conseguiria chegar em Alexandria no breu que iria vir. Então entrei na lojinha e verifiquei tudo antes de arrastar  uma prateleira até a porta e certificar que as janelas estavam todas trancadas, por sorte tinha algumas barras e uma garrafa de água em uma das prateleiras e eu comi e fiquei embaixo do balcão, escondida.

Carl

Já estava de noite e eu não tinha visto Violet hoje, o que me preocupava já que ela sempre vinha me ver desde que perdi meu olho. Vou até meu pai que conversava com Gleen e Maggie, ambos pareciam preocupados.

—Vocês viram Violet? — pergunto.

Meu pai e Gleen se entreolham.

—Ela saiu com Daryl, Rosita e Denise. — Maggie responde. — De manhã.

Ela não me falou nada.

—Já era para eles terem voltado Rick. — Gleen fala. — Eu vou atrás dela.

Meu pai segura o braço do coreano.

—Fica aqui. Tenho certeza que Violet está bem, ela está com Daryl e Rosita. Agora se acalmem, se eles não chegarem até no máximo amanhã a noite um grupo irá atrás deles.

Gleen se solta do meu pai e sai de perto dele, Maggie se desculpa pelo comportamento do marido e vai atrás dele.

—Você acha que ela está bem, né? — pergunto a meu pai que parece se lembrar que eu ainda estou aqui.

—Claro. Agora por que você não fica com Judith enquanto resolvo algumas coisas? — as feições dele denunciava que ele estava preocupado com o nosso pessoal.

Eu suspiro e vou para casa, tomara que Violet e todos estejam bem.

Violet

Acordei com o nariz coçando e espirrei assim que abro os olhos. Eu me espreguiço sentindo minhas costas doer por eu ter dormindo encolhida e no chão duro. Me levanto e bebo um pouco da minha água, vou entre as prateleiras e encontro uma pipoca, é sei que faz mal, mas qualquer comida vale muito hoje em dia. Como todo o pacote e vou até o pequeno banheiro que tem ali, me vejo no espelho e vejo que estou suja e meus cabelos bagunçados, assim que chegar em Alexandria a primeira providência vai ser tomar banho.

Há um barulho grande que chama minha atenção e corro até minha arma, alguém tenta chutar mais uma vez a porta da loja e vejo pelo vidro a pessoa ter uma enorme barba, chuta mais uma vez e eu suspiro já sabendo quem é.

—Merda. — a voz do ruivo de boca suja fala e eu sorrio.

Eu bato no vidro e eles olham para mim, Rick sorri assim que me vê e faço sinal para que eles esperassem, empurro a prateleira com muito esforço e pego minhas coisas vendo Rick, Abraham e Gleen entrarem. O primeiro a me abraçar é o coreano.

—Você está bem? — ele começa a me analisar. — Está ferida?

—Não. Ei relaxa. Não sei por que se preocupa tanto se, se eu for mordida eu não vou ficar infectada. — reviro meus olhos.

—É, mas você não é imune a morte. — ele responde e me abraça mais uma vez. — Eu e Maggie ficamos preocupados. Tive que fazer Carl prender ela para que ela não viesse junto.

Ri com o que ele fala.

—Daryl está bem? — olho para Rick e Abraham, que parecia intacto.

—Sim. — Rick responde e fica sério. — Ele nos contou o que houve. Sinto muito por Denise. — confirmo.

—Foi para muito longe garota! — Abraham toma a fala. — Puta merda você corre demais.

Eu gargalho e Gleen o olha repreensivo.

—Que tal irmos para casa? Tem pessoas loucas para te ver. — Gleen sugere sorrindo e eu confirmo.

[...]

Desço do carro e o portão de Alexandria se fecha, Maggie corre até onde estou e me abraça fortemente, retribuo sentindo o cheiro doce do seu cabelo.

—Fiquei preocupada querida. — ela fala.

—Desculpe, não queria causar esse transtorno todo. — ela sai do abraço e assente me dando um beijo na testa, afago sua barriga sorrindo fraco e ela dá espaço para que eu veja Carl, ele rapidamente vem na minha direção. — Eu estou bem, não pre...

Sou interrompida pelos seus lábios que se chocam com o meu, sua língua invadindo minha boca em um beijo desesperado. Termino ofegando e o abraço.

—Nunca mais faça isso garota! Se quiser me matar do coração avisa antes.

Saio do abraço e o olho.

—Mas aí não teria graça. — faço graça e ele continua sério, reviro meus olhos. — O importante é que estou bem e viva.... E fedorenta. Preciso de um banho urgentemente.

—Vamos para casa, depois vocês se veem. — Maggie fala e me puxa não dando chance de me despedir de Carl.

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