Capítulo 9

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     - Minha querida...

     - Vovó? O que você veio fazer aqui? Você tem como nos tirar desse lugar?

       - Então você é... Genevivie. Sempre quiz conhecê-la.

         Não sei o que ela poderia fazer para nos tirar de lá. Mas quando ouvi a voz dela, fez com que minhas esperanças aumentassem, como se ela tivesse a chave da porta em sua mãos.

       - Anna, minha netinha. Não posso tirar vocês daqui...

       - Como não pode? Então veio fazer o que? Veio ver se estamos bem? Vai uma resposta pra você.  Estamos ótimos. Afinal, só falta um pouquinho para sermos sacrificados e Godava chegar ao seu fim... quer dizer, ao começo de uma nova era... - Jorge ja estava passando dos limites. Se minha avó veio aqui, é porque certamente tem como nos ajudar.

      - Você quer calar a boca! Ela deve ter um jeito. Mas para isso temos que ouvir o que ela tem a dizer. Idiota!

       - Não tenho muito tempo para explicar tudo à vocês, mas vou falar somente uma maneira de sair.

       -Mas você disse que não podia fazer nada... - Disse Jorge,  antes de ser interrompido pela minha avó.

        - Eu não disse que não podia fazer nada.  Eu só disse que "eu" não podia tira-los daqui. Realmente não posso. Mas Anna pode.

         - Como? Mesmo com a porta estando fraca, não podemos abrir ela sem chaves.

          - Claro que não pode. Vou deixar com você, uma coisa que nunca passei a ninguém.  Uma coisa que tenho certeza que você irá cuidar dela direitinho.  Confio em você minha neta. Você vai saber o que fazer quando tiver de fazer.  Tudo em sua hora certa. - Enquanto ela falava, uma espécie de vareta ia se formando em sua mão direita. Só conseguíamos ver a forma não sabíamos o que era. Até que ela falou. - Meu tempo aqui está acabando. Vim apenas dexar essa Varinha com você, minha netinha. Mas agora, preciso ir. Lembre-se de usa-la no momento certo. Ou de nada adiantará ela em suas mãos. Adeus, minha querida!

        Quando ela saiu, a Varinha brilhou intensamente por um segundo, depois se apagou. Tinha um espaço na ponta. Acreditei que era para colocar o meu rubi. Então assim o fiz. E no momento em que o coloquei no espaço vazio, somente a ponta brilhava, eu podia sentir o peso da magia que estava acumulada naquela Varinha.

       Era uma peça bonita, diferente da de Anabella e de Catarina. Não parecia um galho velho e acabado, e sim com um metal em formato de varinha com um brilho vermelho na ponta.

        Enquanto Jorge e eu estávamos observando a Varinha, percebemos que a porta estava se abrindo lentamente. Mas não foi por nossa causa. Percebemos isso quando vimos uma parte do vestido preto de Catarina começar a adentrar o quartinho, e colocar no chão, uma bandeja com um pouco de comida e dois copos com um líquido roxo.

        Soube na mesma hora que ela entrou, que a hora certa da qual minha avó falava, era agora.

Princesa de GodavaOnde histórias criam vida. Descubra agora