Capítulo 22

986 81 2
                                    

         -  Vamos, vamos, vamos. É Anabella. Estamos seguras.- falou a boneca. - Meu amor,  meu nome não é boneca, e Casserina.

        - Você leu minha mente? Como conseguiu?

       - Simples. Herdei esse dom de minha mãe.  É super normal. Poucas aqui possuem algum dom. Mas vamos voltar ao assunto do casamento. Onde está o noivo?

       - Ele ficou em casa, Cadurina.- falei.

        - É Casserina, amor. - falou a bone..., Casserina. Que nome estranho.

         - Não é estranho para nós.-  De novo ela leu minha mente. - O noivo precisa estar aqui. Anabella, você se importa de trazê-lo?

        - Claro que não. Aguarde um minuto.- disse Anabella, enquanto fechou os olhos. Mas como ela ia trazê-lo em um minuto?

      Foi só eu pensar. Jorge apareceu na minha frente. E todos agiam como se nada tivesse acontecido.  Inclusive Jorge.

        - Vamos, querida. Você vem comigo por aqui. E você, Jorge, vai com Luribale e as outras por ali. Só vão se ver de novo na hora do casamento.

       Comecei a seguir Casserina por onde ela me levava. Depois de passar por corredores, todos cor de rosa,  chegamos à um espaço que parecia um salão de beleza. Espelhos compunham todas as paredes e tetos. Seria o quarto dos meus sonhos. Que perfeito. Foi aí que comecei a querer ter de verdade o casamento dos meus sonhos. Não teria as centenas de convidados que eu planejava, mas isso é detalhe.

        Sentei em uma cadeira, era rosa e acochoada. Então uma boneca começou a mexer em meu cabelo.

       - Nossa. A quanto tempo você não cuida desse precioso? É tão lindo, mas maltratado.- disse a boneca.

       - É. Ultimamente tenho passado por dificuldades que não me permitem olhar para meu cabelo. Mas... deixa pra lá. - respondi.- Não seria necessário eu primeiro tomar um banho, para depois vocês mexerem em meu cabelo? Eu estou absolutamente imunda.

        - É . Você está mesmo. Mas quero me livrar logo desse peso. Depois colocamos você em uma jacuzzi, e minhas amigas se encarregarão de limpa-la adequadamente.

        - Nem sei como agradecer.

        - Você se importa se eu sumir com seus cachos? Queria deixar seu cabelo ondulado. Por favor, deixe. Eu juro que você ficará linda. Posso?

      - Claro que pode, gracinha. Pode fazer o que quizer.

      - Como sabe meu nome?

      - Seu nome é gracinha?

      - Sim. Mas como você sabe?

      - Eu só lhe achei uma graça.  Então... lhe chamei assim. Mas eu não sabia.- ela ficou calada.
       - Não se preucupe. Ao mesmo tempo que sou fascinada por seus cachinhos, quero vê-la com o cabelo de uma forma diferente. Já sei o que fazer.- Gracinha falava de uma maneira tão... graciosa. Comecei a sorrir sozinha enquanto ela se afastava para ir buscar um produto.
           Dentro de cinco minutos ela volta e diz que eu primeiro tenho que tomar um banho, pois o meu cheiro e minha cor encardida estavam encomodando-a. Só ri e obedeci.
Em seguida veio mais umas seis bonecas com vários instrumentos de limpeza e me encaminharam até outro espaço, que também era rosa, mas dessa vez tinha detalhes de oncinhas. Era tudo tão lindo, mas de uma hora para outra isso começou a não me impressionar mais. Como se minha personalidade tivesse simplesmente sumido. Balancei a cabeça e tentei afastar essa sensação. Talvez eu só precisasse de um banho.

     

Princesa de GodavaOnde histórias criam vida. Descubra agora