Capítulo 12

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             Andamos bastante, mas finalmente chegamos em uma árvore que desse frutos. A maioria da floresta estava acabada.

           Jorge estava estranho. Desde que saímos, ele pediu para acompanhar Bernarda durante o percurso, então eles estavam de braços dados desde o início. Não me parecia que queria me fazer ciúmes, era como se ele realmente estivesse apaixonado por ela. Isso me chateava,  eles foram na frente o tempo todo, e eu atrás,  segurando velas como dizem na cidade. Bernarda subiu na árvore para pegar as frutas. Era impressionante como aquela árvore dava mais de um tipo de fruto. Nela havia uva, maçã,  banana,  morango, amoras e limão,  e tudo em grande quantidade. Sempre que Bernarda tirava uma fruta, outra nascia no lugar.

          - Mas como isso é possível? -perguntei.

          - Essa é a única árvore capaz de dar frutos em Godava. Catarina tirou a capacidade de todas as árvores. Deixou só essa para que ninguém morresse de fome. Sem pessoas em seu reino não tem como ela governar. Por isso a árvore é tão eficiente.

       - Você quer ajuda? - perguntou Jorge.

        - Não é necessário. Ja acabei.  Mas obrigada assim mesmo. - respondeu Bernarda - temos que ir logo. A noite é mais escura do que o normal.

        Eu entendia o que ela queria dizer. Estava de dia, mas ainda assim era escuro. Achava melhor também nos apressar, só de pensar em encontrar um rato gigante daqueles de novo,  ja me dava arrepios.

          Eles foram na frente de novo. Aquela situação ja estava me enojando, mas eu conseguia disfarçar muito bem.

         - É melhor andarmos mais rápido. Não consigo enteder como está escurecendo tão rápido.- disse Bernarda-  Vamos! De pressa.

         Realmente estava escurecendo mais rápido que o normal. E o normal ja era rápido suficiente.

       

        Estávamos a mais ou menos uns nove metros de casa, quando fomos surpreendidos por uma tartaruga. Ela tinha uns nove centímetros e parecia inofensiva.

            - Não vamos parar aqui. É melhor correr enquanto ela está desse tamanho. - Nos alertou Bernarda - Vamos! Vamos! Vamos!

        Corremos o mais rápido que conseguimos. Mas não era suficiente.  A tartaruga ja havia assumido sua forma gigante igual ao rato do qual Anabella nos " salvou".

         Mesmo sabendo que era inútil correr agora, não desistimos. A única coisa que nos fez parar, foi o fato de a tartaruga, de três metros de altura, cair em nossa frente,  de pé, é claro. Foi um pulo tão forte, que o chão tremeu e fez com que nós quatro caíssemos no chão.

         Estava tudo perdido novamente. Bernarda desmaiou,  Jorge e eu nos ferimos, eu no braço e na perna e ele na cabeça. Ele estava gemendo de dor. Eu não conseguia me mexer e ele estava lutando para ficar acordado. Doía muito, mas a dor maior, era saber que não tínhamos mais chance, e que Catarina estava por um mísero tris de me ganhar.Não tínhamos mais esperanças. Em boas condições físicas não teríamos chance. Agora que não conseguimos nem nos mexer, faz com que a situação fique ainda mais impossível.

   

           Como se ja não fosse suficiente,  Jorge acabou de desmaiar. Por mais que tenha tentado, por mais que ele tenha lutado,  perdeu para as dores que o ferimento em sua cabeça estava provocando.

        Não me controlei, comecei a chorar. Coloquei a mão na boca para abafar o som, o que não fazia sentido, pois não saia som algum de minha. Então deitei, e soluçando fiquei esperando que o pior acontecesse.

    

          

Princesa de GodavaOnde histórias criam vida. Descubra agora