Capítulo 8

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       - E agora? - perguntei. Quase lagrimando.

      

       - E agora, está tudo acabado. Não tem volta. Você era minha última esperança.  Imaginava você me salvando,  me tirando deste lugar, e salvando Godava junto comigo . Mas agora... acabou. Simplesmente acabou. Catarina e Anabella conseguiram...

        - Não! - Gritei o mais alto que consegui. - Tem um jeito.  Tem de haver um jeito. - Ele se aproximou de mim e me abraçou. Seu abraço, seu toque, fez com que eu me sentisse mais forte,  mas comecei a chorar.

       - Tudo bem. Nós vamos achar um jeito.  - disse ele. Mas sabia que só estava fazendo com que eu ouvisse o que eu queria ouvir, e não a verdade.

       - É. Nós vamos. Se Anabella quer minha jóia, porque não pegou logo? Ela tem mais chances do que eu em uma briga.

       - Para que ela seja a verdadeira princesa, ela precisa sacrificar nós dois ao mesmo tempo. Só depois pode preencher o vazio da coroa. - Quando ele falou sacrificar, meu estômago se embrulhou. Não sabia que seria assim. Imaginava que ela só tinha que nos manter distantes para não atrapalhar o plano dela.

        - Acho que sei um jeito. Um jeito de saírmos daqui. Temos mais chances la fora do que aqui dentro.

        - Que jeito? Estamos presos. A porta é mágica, não temos nada a nosso favor.

        - A porta é mágica.  Você disse que ela fica mais forte com nossos medos e falta de esperanças. Se acreditarmos que podemos sair daqui e derrotar Catarina e Anabella, a porta provavelmente ficará mais fraca.

      - Não é tão simples. Você acha que eu nunca pensei assim? - ele fez uma pausa. Depois continuou. - O tempo aqui em baixo é diferente do tempo la em cima. Parece que você me viu ontem de manhã,  mas estou preso aqui desde aquele dia e nunca consegui achar um pouquinho de esperança para sair daqui.

      - Como assim? Está preso aqui a mais ou menos 2 dias?

      - A cada um dia que se passa la em cima, equivale a um ano aqui. Ja estou preso aqui a um ano. Preso pelo meu próprio sofrimento e medo.- Ele começou a chorar. Agora foi minha vez de abraça-lo. Ele devia sentir saudades da família la em cima. Eu sei disso porque também sinto muita s saudades de minha. E só de pensar que eu poderia passar um ano ou mais aqui em baixo, comecei a chorar também.

        Estávamos ali, abraçados,  tristes,  chorando, e claro... deixando a porta mais resistente.

     - Ja chega. Não podemos ficar aqui,  chorando. Vamos pensar alto. Vamos achar esperanças, vamos perder nossos medos e deixar essa portinha o mais fraca que conseguirmos. Então só arrombamos ela e estaremos a um passo de salvar Godava. Precisamos tentar. Promete pra mim que vai tentar.

       - Eu prometo que vou tentar. Só tentar.- Ele me soltou de seus braços e olhamos um nos olhos do outro. - Você daria uma princesa muito linda, amável, e delicada. Acho que isso vai ajudar me dar forças enquanto estivermos aqui.

         Não sabia nem o que pensar, ele estava se aproximando para me beijar, mas não sabia se era isso o que eu queria. Foi quando meu pingente de rubi começou a brilhar muito forte e uma coisa nos separou. Uma coisa que não estava conseguindo identificar devido à luz tão forte que não dava para acreditar que estava vindo de um pequeno pingente.

       A luz foi ganhando forma, foi se materializando e formando o corpo de uma pessoa. Por um instante,  era impossível saber quem era, mas quando ouvi a voz, não houve dúvidas de quem se tratava.

Princesa de GodavaOnde histórias criam vida. Descubra agora