Capítulo 14

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          - Quem é você?

          - Calma querida. Não vai me convidar para entrar?

          - Por que faria isso se nem à conheço?

         - Não seja por isso. Eu me apresento. Sou Catarina. Rainha de un reino chamado Godava. Poucas pessoas daqui o conhece. Quero que venha comigo para que eu mostre a você meu reino.

         Catarina falava com minha mãe com muita calma e sutileza.  Ela tinha um plano. Eu não sabia qual era. Mas de uma coisa eu tinha certeza. Ela vai trazer minha mãe à Godava, quer ela queira, quer não.

       - MÃE! - Me assustei com meu próprio grito.

        - Calma, calma. O que houve? - perguntou Henrique.

        - Minha mãe.  Ela corre perigo.  Temos que nos mexer.  Godava não vai se salvar sozinha. Minha mãe também não.  Por favor. Me ajuda! - Estava falando rápido de mais.

      - Anna, não é simples assim. Catarina tem poderes, Anabella também.  Você não pode simplesmente acordar e decidir que quer salvar Godava.  Espera aí... você quer salvar Godava? Mas quem é você afinal de contas?

       - É uma longa história.

       - Então começa logo.

       - O que faz você pensar que vou lhe falar alguma coisa?

       - Bom... eu salvei você e seus amigos...

       - Do seu bichinho de estimação.  Não precisaríamos ser salvos se não corressemos perigo.

        - Mas que droga! Ja pedi desculpas e não vou pedir de novo. Agora conta o que está acontecendo.

        - Vai sonhando! - levantei do chão para sair, quando lembrei que estava ferida. Eu só lembrei mesmo. A ferida ainda estava lá,  mas não doía, só dava umas pontadas que era até uma sensação boa.

        Fui até la fora,  prestei bastante atenção para ver se ninguém havia me seguido. Estava de manhã, com aquela neblina que evitava minha visão algumas vezes. Quando eu estava um pouco livre da visão de qualquer pessoa, tirei de minha manga, a varinha que vovó me deu. Se queria derrotar Catarina, tinha que saber como usar a varinha.

        

       - Então... vamos lá.  Você precisa funcionar. - eu estava falando sozinha com a varinha. - Piquet Pockt Bum... não... alacadum? Igual dos smurfs? Mas que droga. O que eu faço com você sua varinha inútil. Que beleza. É essa sua magia? Fazer eu falar sozinha?  Não se preucupe então.  Graças a você está tudo resolvido! - Confesso que estava gritando. Isso não era bom.

           - Onde conseguiu isso? - Henrique me perguntou.

            - Não te interessa.

           - Modos garota. Eu estava observando você faz alguns minutos. Você é a neta de Genevivie. Essa varinha era dela. Esse rubi é uma das coisas que impede que Anabella se torne princesa não é? Essa varinha é um dos objetos mais poderosos de Godava. Agora sim temos chance.

          - Não.  Não temos.

         

         - Como não?

       

        - Não sei como usar essa coisa.

        - Como você é descendente, você é a única que pode usá-la. Catarina daria a vida da filha se fosse necessário,  só para destruir essa varinha. Para sua felicidade eu sei como usar.

        - Jura? Como faço?  Ja tentei tudo.

 

        - Em primeiro lugar, não precisa de palavrinha mágica. Não sei de onde você tirou essas palavras, mas são muito idiotas. 

         - Ainda não chegou na parte que eu quero.

         Ele se aproximou de mim, pegou delicadamente em meus braços,  levantou meu braço direito,  o que estava com a varinha. Devagar, falou perto de meu ouvido.

        - Pense no que quer fazer. Mas precisa acreditar. Acreditar que você vai conseguir o que quer.  Mas o que você quer? Agora. Nesse momento.

        Fui virando meu rosto devagar, quando um brilho leve saiu da varinha, então Henrique me beijou, parecia um beijo de cinema. Durou uns dez segundos. Recuei e comecei a rir.

        - Então era isso que você queria? - perguntou Henrique.

 

        - Não é só isso. - foi quando percebi que Henrique tinha acabado de esquecer que me beijou. Foi a segunda parte do meu desejo.

       - Você não vai falar mesmo o quer? - perguntou ele.

        Levantei a varinha e imaginei aquela área onde estávamos clara e com um sol bem forte.  Mas o problema é que eu não acreditava que aquilo fosse possível. A menos que as duas megéras sejam rebaixadas.  Com esse pensamento,  abracei Henrique,  com toda a minha força.  E me segurei para não chorar. Só de pensar que minha mãe corre perigo, meu coração acelera,  e a raiva agora está começando a me consumir. Catarina que me aguarde. 

        Foi depois que eu realmente acreditei que algo fosse mudar. A árvore que antes era velha, ganhou cor. O solo ficou fértil e grama incrivelmente verde cresceu ao nosso redor, a casa de Bernarda que estava à uns três metros de distância,  ficou linda em comparação a como estava antes. E o que foi mais incrível para mim. O sol brilhou, e assim foi clareando o dia. O único ruim do acontecido,  foi que isso só estava acontecendo naquela parte. Agora, Godava, com exceção daquela pequena região,  ainda era escura, sombria,  e perigosa.

       

     

       

Princesa de GodavaOnde histórias criam vida. Descubra agora