Os olhos do demônio

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CAPITULO 12 - Nothing

O som da chuva caindo, o vento frio e a respiração pesada de Lis eram as únicas coisas presentes na varanda. A jovem mantinha-se sentada abraçando as próprias pernas ao tentar conter o frio que sentia ao mesmo tempo em que dizia todos os impropérios conhecidos ao olhar de relance para Michael, o qual continuava deitado em sua cama. Ela havia gritado o máximo que conseguira e ao perceber que não iria surtir efeito, tentou quebrar o vidro sem sucesso. Sua mão doía, seu corpo tremia e seus olhos estavam pesados. Em algum momento, desistiu de tentar se manter acordada, entregando-se ao frio. Seu corpo pendeu para o lado, caindo na madeira molhada pela chuva, e somente então a porta da varanda foi aberta.

Michael a olhou durante alguns instantes antes de se abaixar e ergue-la em seus braços. Ele nada esboçou ao coloca-la na cama e a cobrir, sem tirar suas roupas molhadas, para ele aquilo era suficiente.

— Atreva-se a falar novamente que sou um inútil – murmurou ao olhar para o corpo dela pressionando suas unhas contra as palmas de suas mãos antes de sair do quarto.

***
A primeira coisa que Lis fez ao abrir os olhos, foi gemer de dor ao tentar se levantar da cama ao colocar a mão em sua cabeça. O seu corpo doía, seus olhos ardiam e sentia o seu corpo quente. Ela ainda conseguia sentir o lençol da cama molhado e frio.

— Aquele desgraçado – disse ao gemer tentando sair de baixo da coberta, contudo ao colocar os pés para fora da cama escutou a porta do seu quarto ser aberta. Olhou na defensiva para Michael. – O que vai fazer agora?

— Foi apenas água – Michael deu de ombros – Não fique agindo como se eu tivesse a torturado. Acredite, não sabe o que é tortura – Seu tom de voz modificou-se ao manter o olhar perdido por uns segundos.

— O que pretende com tudo isso? Se for que eu desista, basta garantir que minha família permaneça viva que eu desapareço de sua vida. Se você fosse a última pessoa no mundo, eu me mataria para não ficar com você. Não faço questão de um titulo vazio e muito menos de pertencer a sua família quebrada.

Como resposta, Michael gargalhou ao se aproximar dela tocando o seu rosto com delicadeza. Seus olhos se mantiveram fixos no semblante de sua noiva.

—Palavras vazias não passam de desculpas tolas – Disse ao modificar a sua expressão, encarando-a com olhos vazios – Comporte-se como um cachorro, siga minhas instruções e sofra em silencio. É o mínimo que pode fazer para compensar seu comportamento lascívio e despudorado. Pode pensar em mim como alguém que preza pelos bons costumes.

— Eu já lhe disse que não fiz nada – Falou ao perder a sua paciência, mas não demorou para Michael segurar o seu cabelo com força.

— Não suporto pessoas como você. E por isso me divirto brincando ao lhe maltratar. Deveria se arrumar ou vai perder a aula – Sorriu ao soltá-la. – Tenha um bom dia, noiva – Piscou ao se afastar assobiando.

***
Lis manteve a sua cabeça baixa ao entrar no carro, não falou com Sebastian e muito menos demonstrou o quanto desconfortável estava. Manteve-se em silêncio com os olhos fechados tentando controlar a si mesma. Suas mãos tremiam ao segurar a bolsa em seu colo ao mesmo tempo em que sentia o seu corpo fraco.

Eu deveria estar no médico.

Disse a si mesma confusa com seu próprio comportamento. Ela desejava mostrar ser forte para o sádico que a atormentava.

—Que merda estou fazendo? – Sussurrou ao suspirar assim que o carro parou em uma vaga reservada para eles. Sebastian esperou paciente que Lis tivesse alguma reação.

DARK - Amor Sombrio (Degustação até junho ou julho)Onde histórias criam vida. Descubra agora