** A Fúria **

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Pov. A fúria

Minha garganta estava seca como um deserto, enquanto a minha língua seguia a linha dos dentes, procurando algum tipo de umidade. Eu não conseguia ver nada quando fui arrastada para uma cela suja e com barras de ferro nas paredes. Eu estava encolhida em um canto da ccel com os meus braços ao meu redor e minha cabeça inclinada para o meu peito. Eles me deram um vestido para vestir e ordenaram que eu tomasse banho. Depois eles me borrifaram algo que cheirava a flores, o que fez o meu nariz coçar. Eles também fizeram uma trança no meu cabelo e me trouxeram para cá.

Eu não sabia que hora do dia era, ou onde eu exatamente estava. Tudo o que eu sabia, é que eu tinha sido vendida para os mercadores de escravos e agora eu estava sendo vendida novamente.

Quando eu era mais nova, antes de ter idade para ser vendida, eu fui ensinada a ler e a escrever. Quanto mais talentoso um escravo era, maior é o seu preço. Eles nos testavam, experimentavam para ver se tínhamos o talento de cantar, desenhar, dançar ou tocar algum instrumento. Eu era péssima em violino, eu era muito desafinada, eu não conseguia traçar uma linha reta nem mesmo se a minha vida dependesse disso e eu tinha dois pés esquerdos para dança. Mas eu tinha um talento, um pequeno presente que Deus me deu. Foi a beleza. Meu cabelo era vermelho como o fogo, meus olhos mudando de verde para o azul e minha pele era como a porcelana.

Eu era como uma porcelana fina.

Mas não era como os mestres me tratavam. A princípio eles acariciava meus cabelos, diziam doces cumprimentos, mas eu percebia que isso não era por admiração, era por pura luxúria. Desejo pela minha pele, pelo meu sangue, meus gritos e minhas lágrimas. Mas eu não lhes dava esse prazer. Eu preferia derramar muitas lágrimas sozinha em uma cela fria e escura como essa, mas ninguém me veria como fraca, eu não iria permitir isso. Eles me bateram mais do que poderiam ter imaginado, me deram tapas, chutes, me açoitaram. Eles até acharam que seria uma boa punição me estrupar. Mas eu não desistia.

- "Se preparem suas putas ruins!" - era a voz de um dos comerciantes, segurando uma arma nas mãos e batendo nas barras de ferro com elas. Eles não podiam me ver, mas mesmo assim eu me encolhi e o incômodo queimou através de mim. Claro que fui treinada para ser a melhor e eu não podia demostrar nem mesmo a dor.

Quase imediatamente algo mudou no escuro, uma cortina de veludo se abriu e os raios brilhantes de luz entraram através do véu rachado e me cegaram por um segundo.

Depois que os meus olhos se acostumaram com a claridade, eu olhei para a minha esquerda e vi três outras garotas em gaiolas como a que eu estava no chão.

Eu seria a última a ser vendida.

- "Senhoras e senhores, sejam bem vindo ao Banco de Sangue de Newmerica! Agradecemos a todos por sua presença, pois sempre buscamos agradar a todos os tipos de compradores. Como todos já viram as nossas possibilidades, mas vocês não viram o nosso melhor negócio de hoje." - disse o homem que liderava o leilão e ele apontou para a mais distante. Uma garota de cabelos negros e olhos asiáticos, apesar de seu estado atual, ela se levantou do chão toda orgulhosa e cruzou os braços, dando ao público um sorriso malicioso. A sua especialidade deve ser a arte do prazer. - "Em primeiro lugar." - continuou o homem. - "Temos aqui, a nossa flor exótica S2251. Sua especialidade é realizar seus sonhos e desejos mais profundos. Dar-lhe prazer eterno e carinho. Quem dará o primeiro lance!" - ele disse em voz alta.

- "800!" - disse um vampiro, dando o primeiro lance.

- "850!"

- "900!"

- "1.500!"

- "1.500 e dou lhe uma, 1.500 e dou lhe duas, 1,500 e dou lhe três!" - ele gritou. - "Vendida!" - assim que o leiloeiro disse muitos gritos foram ouvidos.

Laços de Sangue: A Fúria (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora