** Vindo das Cinzas **

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Pov. Rain

Eu ofeguei, cessando o meu sono. Eu devo ter caído inconsciente. Eu estava no chão, virada para cima e olhando para o teto encarando as antigas rachaduras no cimento. Manchas escuras sujaram os cantos e bordas, escorrendo como lágrimas nas paredes.

De alguma forma eu sabia que tinha sido colocada em uma sala diferente por algum motivo. Não tenho ideia da hora em que me senti energizada e me sentei e vomitei o que restava no meu estômago. Tossindo e cuspindo, me encostei na parede congelante e mais uma vez eu fui atingida com a realidade da situação.

Eu ia morrer.

Eu irei passar os meus últimos momentos em puro tormento e dor, é isso mesmo? Ninguém estava vindo! Nenhum cavaleiro de armadura reluzente virá para me tirar dessa aflição?

Era cruel. - eu pensei.

Mas não era menos cruel do que a realidade em que eu vivia. Eu inspirava e expirava como ondas levando a costa, os pensamentos fluíram livremente. Não importava que eu passasse ou suspeitasse que fosse morrer. N tempo que eu não se passoumas eu senti isso. Onde uma onda de dor me atingiu. Eu tossi, senti do o gosto da bile.

Mordi a minha língua, ela nasceu de novo, embora eu não soubesse quanto tempo fiquei inconsiente. Havia um zumbido estranho no fundo da minha mente que meus ouvidos mal ouviam, mas me senti bem o suficiente.

Eu me contorci, o zumbido estranho me fazia sentir inquieta. Minha garganta estava ardendo e dolorida de tanto gritar com a dor que se tem ao ter a sua língua cortada. Eu estremeci fisicamente, não pelo frio que era uma das razões, mas pela dor da experiência que estão frescas em minha mente.

Eu trouxe a minha mão para a minha boca, as lágrimas estavam preparadas para se juntar com a angústia que sinto aqui dentro. Eu choraminguei, mordendo o meu lábio para impedir que as minhas lágrimas me traíssem. Eu não sabia o que era pior, mil anos como uma escrava ou mil anos tendo os meus membros separados apenas para regredir? Pode parecer uma pergunta fácil de se responder, mas para mim não, eu acabei de experimentar os dois lados.

Eu inclinei a minha cabeça, uma dor no meu interior vinha subindo das profundezas. Não foi a mesma pressão, muito disso ia cobrindo dentro de mim e pronto para entrar em erupção como um vulcão. O sangue correu para o meu rosto, eu me senti quente, quente o suficiente para aquecer o quarto inteiro. Eu respirei pesadamente, o ar se transformando em névoa na minha frente. Tudo estava tão nebuloso quanto aquela neblina, meus pulmões não pareciam estar funcionando, tudo o que eu via era a minha respiração se transformando nesse maravilhoso véu. Eu piquei me sentindo cansada, muito cansada. Não, essa realmente não era uma preocupação para mim, no momento eu restava no país das maravilhas, paraíso, céu. Era tudo igual. Eu sorri preguiçosamente. Havia um grupo inteiro deles correndo ao redor de uma fogueira, usando vestidos e sapatos mais finos.

O Príncipe...Que príncipe...Que vampiro.

Os sonhos se tornaram realidade e a realidades tornou um mundo tão distante de onde eu estava. Eu ri histericamente com o pensamento. A morte não era nada! Rindo, eu estendi a mão e toquei as pessoas que dançavam, me juntando as risadas e aos jogos.

Alguém estava me sacudindo, alguém com uma mão firme. Isso me incomodou tanto que eu tive que voltar a gritar com a pessoa.

- "Acorde! Acorde você." - a voz dizia. Eu balancei a cabeça, meus olhos via a metade do rosto com a ajuda de uma pequena claridade a meia noite.

Eu respondi cansadamente.

- "O que..." - eu não consegui pronunciar as palavras. Nenhuma palavra parecia ser útil.

Laços de Sangue: A Fúria (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora