** Joseph **

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Pov. Rain

Fiquei em silêncio por mais tempo. Tudo ainda era como se o mundo tivesse prendendo a respiração, como as respirações do inverno ou um lugar claro na primavera, assim você ainda pode ver o seu reflexo olhando de volta para você.

Parecia que o teto estava olhando para mim com o mesmo olhar que eu estava dando e eu esqueci, por um tempo sobre tudo e todos era apenas o teto, o chão e eu. Quase me convenci de que era a única coisa do mundo e não havia vampiros ou Rainha do mal; sem demônios ou lobo brilhante ou até mesmo sem um amaldiçoado. Era fácil, olhando para o teto arqueado bege claro e luminária pendurada; deitada aqui onde o tempo não podia se mover e não, eu não precisava de nada, nada importava.

Era perfeito, mas assustador de uma só vez. E foi assim que foi frágil e com que facilidade esse paraíso poderia romper com qualquer pequena mudança no ar ou no subsolo sob meu corpo, onde uma vez eu dormi alegremente desde o longo dia que passou.

Eu sabia que em algum momento eu teria que levantar, andar e falar, e eu sabia que tinha que olhar nos olhos das pessoas e saber que estávamos todos ligados e estávamos todos emaranhados como cordas de nossa própria criação do mundo. E acima de tudo, eu sabia que iria odiá-lo, temê-lo e combatê-lo, porque foi o que eu fiz para sobreviver. Ser humano. Desafiar tudo o que eu acreditava ser cruel. Eu odiaria, temeria e lutaria contra o universo por tido o seu valor. Eu me lembro agora, odeio essa vida e a próxima se tiver alguma para mim.

Algo me traiu. Alguém me roubou...tudo. Talvez eu fosse uma jovem odiosa. Mas eu culpo o mundo por isso. É o que me transformou, o que transformou todo mundo que tinha manchado a minha carne, sanidade e núcleo. Ódio. Nada além de ódio neste belo dia.

Lynn se sentou, seus cabelos escuros emaranhados e parecia um pouco acamada. Ela parecia diferente quando olhou de volta. Um pouco desgastada, um pouco abatida. Uma nova cicatriz para atravessar os seus longos dias à frente e enterrada em mortalhas de memórias, camada sobre camada, todas tecidas em uma grande colcha de experiência de longo tempo destinados a mudar e nos alertar.

Suspirei mentalmente, entristecida que minha paz acabou. Lynn tinha os olhos em mim, com uma expressão que eu não conseguia descrever, exceto a perplexidade.

- "Onde está Ella?" - Lynn perguntou.

Eu me sentei e olhei para onde Ella havia dormido a noite. Nós três decidimos voltar para esse pequeno quarto onde Lynn estava na noite passada e eu fiquei aqui até de manhã. Eu tinha acabado de acordar ou talvez tenha passado horas desde então. Minha mente parece vagar frequentemente.

Para o meu desaminado desalento, Ella não estava por perto. Ela deve ter acordado cedo e ido para o laboratório. Ela pode ser uma pessoa um pouco hiperativa, especialmente no trabalho. Senhor, sua mente era como um computador.

Superando o meu momento de silêncio, encolhi os ombros.

- "Ela deve ter saído antes de acordarmos." - eu respondi, a minha voz me surpreendeu de o quão rouca soava. Minha resposta pareceu acalmar a preocupação de Lynn e ela piscou pausadamente e passou as mãos pelos cabelos gemendo. - "É melhor nos levantarmos, o sol já está quase subindo."

Eu não sabia como eu sabia disso, mas eu sabia e isso me deixou de alguma forma desconfortável.

- "Não, fique aqui por um tempo..." - ela implorou e quando ela olhou para mim, eu vi novas linhas aparecendo no seu rosto. Não foi notável, mas eu estudei de perto como se fosse um microscópio, jogando o meu cobertor no meu colo.

- "Lynn..." - eu comecei. - "Posso te perguntar uma coisa?" - ela apenas deu um aceno com a cabeça. - "Quanto te vi naquele lugar...havia uma coisa de lobo. Não era real, estava brilhando, mas parecia estar seguindo você. O que era aquilo?"

Laços de Sangue: A Fúria (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora