Laços de Sangue: A Fúria (Completo)

** No escuro **

Narrado:

A rainha Vergamine bateu os punhos sobre a mesa.

- "Maldito seja Brendon! Você mentiu para mim!" -a rainha gritou, enviando um olhar frio para o seu irmão que estava covardemente para o lado. Ela tentou apaziguar a sua raiva, mas a sua fúria não pode ser facilmente apagada. - "Você disse que poderia quebrar o feitiço, mas em vez disso você fica aqui inútil." - ela pegou uma vela na mão, deixando escapar outro grito de frustração enquanto voava pelo ar, aterissando aos pés do seu irmão.

Brendon levantou as mãos para tranquilizá-la.

- "Por favor...irmã... só...me deixe falar. Eu não sei como quebrar, mas eu não sei como entrar."

O ódio perfurou os olhos pálidos de Brendon, olhos que combinavam com os dela.

- "Como então exatamente? Querido irmão me ilumine." - ela disse, e ele parece ter tentado se acalmar para poder argumentar.

Brendon exalou devagar.

- "Eu percebi que só quem pode entrar são os seus aliados. Tudo o que precisamos fazer, é juntar os ingredientes."

- "Eu estava convencida de que não existia feitiço de mascaramento." - a rainha disse olhando para o seu irmão com duvida.

Nesse ponto o rosto de Brendon se iluminou. Ele balançou a cabeça rapidamente.

- "Oh não, minha irmã. Existe sim, um feitiço há muito tempo esquecido pela mente do nosso povo mas não no papel. Eu vi o ritual com os meus próprios olhos, a magia pode comandar o feitiço. Com o nosso poder combinado podemos quebrar o feitiço, tudo o que precisamos é de um único fio de cabelo do seu filho e então nós tomaremos o que é nosso."

O entusiasmo do seu irmão e a fé depositada nesse feitiço fizeram a rainha contemplar as suas decisões. A raiva ainda queimava dentro dela, uma frustração que não podia ser acariciada. Suas opções eram poucas. A rainha conhecia o filho muito bem, mas o que ela percebeu é que o seu filho era como ela. estratégico e astuto, a rainha respeitava isso mas também era irritante o fato dele não ser estúpido como a maioria. Provou ser um desafio que ela evitaria com prazer, mas Vergamine sabia que era impossível. Seu filho era a única coisa que estava no seu caminho. Ela já estava cansada da tolice do seu filho. Estava na hora dele aprender uma lição e seguir em frente com a sua insolência.

- "Muito bem irmão." - ela declarou. - "Nós faremos do seu jeito. Mas se isso falhar, eu..."

Brendon estremeceu com o seu aviso severo. A última vez quando vampiros canibais tentaram assumir o seu domínio de alcance, ele teve que chamar a sua irmã para ajudá-lo. Eles fugiram do seu poder divino mas Vergamine não teve o prazer de usá-lo.

Eles lembrava exatamente do que ela disse: "Você me pede para desperdiçar o meu poder com ratos de esgoto? Esses animais não são nada além de pragas miscigenadas que podem ser facilmente  exterminadas com um único golpe. Como um governante pode ser tão indefeso contra um bando de vermes?" Aquela foi a última vez que ele a chamou, mesmo que o custo fosse o cadáver de alguns guardas.

Vergamine estreitou os olhos para seu irmão que parecia estar perdido em seus pensamentos. Ela rosnou para ele.

- "O que você esta esperando? Vá agora! Faça o que você precisar, apenas me traga essa escrava!"

[...]

Pov. Rain

Eu assisti o príncipe por um minuto a mais que supus. Acordei no final da manhã e fiquei surpresa ao ver o príncipe dormindo na cadeira de balanço ao lado da cama. Não era o fato do meu mestre estar dormindo que me fez ficar olhando para ele; agora que o sol já havia saído e havia pequenos flocos de neve caindo do céu, pude ver claramente a doença em sua pele. Sua pele era tão pálida quanto à pele de uma pessoa moribunda. Seus dedos pareciam mais finos, dois botões estavam aberto em sua camisa, me permitindo ver o contorno notável de sua clavícula; e seu rosto parecia muito menos jovem do que era. Uma tristeza nas linhas do seu rosto cansado, seus lábios estavam quase tão branco quanto à neve. Por um momento, pensei que ele estivesse morto mas depois percebi a constante movimentação em seu peito.