CAPÍTULO 45

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POV Juliah

Sinto um grande desconforto e meu corpo inteiro dói enquanto tento recobrar minha consciência, aos poucos consigo sentir cada músculo do meu corpo e abro os olhos devagar enquanto sinto uma dor horrível em meus dentes e na cabeça, mas tudo está escuro e percebo que estou em um lugar pequeno. Com um pouco de dificuldade passo a mão no pescoço, porque sinto minha garganta seca e estou morrendo de sede, toco meus caninos e me arrependo, pois eles estão muito doloridos. Espero alguns minutos e tento sair do local onde estou e quando me dou conta entro em desespero. Não posso estar dentro de um caixão! Não posso estar enterrada!

Sem maiores dificuldades consigo quebrar o caixão e sair da cova, constato que fui realmente enterrada, mas por quem? Por quê? Me levanto do chão para olhar em volta e estou em um cemitério, está escuro e frio. Em seguida, minha atenção vai para uma placa de bronze onde indica o meu nome, a minha data de nascimento, do meu falecimento e uma foto minha. Coloco a mão na boca para abafar o grito e não acredito no que está acontecendo, estou bem e viva. Me sento na grama e me aproximo para ver mais detalhes da placa, não tenho a mínima noção de que dia ou ano estamos, mas a foto parece recente.

Tento me lembrar de algumas coisas e minha mente está uma verdadeira bagunça, não consigo lembrar de muita coisa e o que lembro são apenas flash de memória. Minha cabeça dói e sinto muita fome, meus dentes doem e fico irritada. Aos poucos consigo me lembrar de uma gravidez e eu estava esperando dois meninos, imediatamente olho para a minha barriga e meus olhos se enchem de lágrimas, pois não há nenhum sinal que estou grávida ou que um dia estive. Mas cadê eles?! Cadê meus filhos?

Tiro do meu cabelo uma coroa de flores e elas estão murchando, olho para a minha roupa e preciso de água. Logo, em seguida, sinto o cheiro de um homem se aproximando, sou capaz de sentir sua presença de longe, escuto também os ruídos dos bichos e muito mais. Mas o que está acontecendo comigo!?

- Senhorita? - Ouço o homem perguntar e sinto meu corpo inteiro entrar em combustão, meus dentes doem mais e minha atenção vai para o seu pescoço, para a veia que contém sangue e sou capaz de escutar o seu coração bater além do sangue correr em suas veias. Olho para o seu rosto e depois para o crachá e ele é um vigilante do cemitério.

- Essa propriedade é particular. - Diz novamente e não consigo manter minha atenção no que ele diz. Sinto meu corpo inteiro entrar em alerta e minhas presas crescerem, isso dói e me sinto confusa. Quando dou por mim, estou com as presas cravadas no seu pescoço sugando o seu sangue e me assusto por me sentir tão bem bebendo sangue.

Obviamente ele tentar se afastar, mas aos poucos vai cedendo e só paro de sugar o sangue quando não há mais nada. Deixo seu corpo cair no chão e caio em si, eu matei ele, suguei o seu sangue todo. Sinto lágrimas em meu rosto e limpo meu maxilar que está cheio de sangue com o dorso da minha mão. Ainda confusa, pego seu corpo e deixo ele na cova onde estava enterrada, me afasto do local desnorteada ainda não acreditando no que aconteceu, matei uma pessoa e me assusto por me sentir bem, forte e revigorada!

Caminho para fora do cemitério me sentindo horrível e minha cabeça ainda dói, observo que as ruas estão vazias por conta da noite e a única coisa que me interessa agora é saber onde estão os meus bebês, o que aconteceu comigo e porque eu estava em um cemitério. Caminho sem rumo enquanto tento me lembrar do que aconteceu e porque não me controlei com a presença daquele homem, me senti totalmente atraída pelo sangue e isso não é normal. Penso em tudo o que acabou de acontecer e paraliso, quem se alimenta e bebe sangue é vampiro.

A PROMETIDA E O IMORTAL ©Onde histórias criam vida. Descubra agora