A PROMETIDA E O IMORTAL ©

PRÓLOGO

Nem tudo ocorre como o planejado, mas tudo acontece como teria que acontecer....

Seattle, terça-feira 15 de outubro

Era isso que o recém casado e formado em Direito pensava, seus dias de felicidades evaporaram de forma repentina. De repente, sua linda esposa, saudável e feliz estava em um leito de hospital em coma, suas economias pagariam apenas as despesas do hospital, mas e o tratamento? Não tinha a mínima noção de onde conseguiria tirar o valor a tempo de salvar sua esposa. Pedir para o seu irmão mais velho estava fora de cogitação, Marcos se sentia incapaz e nunca pediria dinheiro ao seu irmão, primeiro porque seu pai acreditava que seu primogênito seria um homem de sucesso e Marcos, o caçula, o provaria o contrário e não daria o braço a torcer, ele jurou que conseguiria o dinheiro assim que saiu da sala do diretor do hospital.

O médico responsável foi bem direto e avisou que os órgãos de Larissa estavam parando e o tratamento experimental era a única solução, porém o custo era alto e eles precisavam o mais rápido possível submeter ela ao tratamento antes que os órgãos vitais parassem de funcionar. Marcos tinha acabado de conseguir a autorização para advogar e apenas tinha trabalhado em sete processos, a maioria deles ainda iam para julgamento e ele não sabia de onde tirar esse dinheiro. Tudo estava indo bem, o casal acabava de comprar uma casa boa nos Estados Unidos e tinham se mudado apenas há um mês, assim que sua amada esposa começou a ter desmaios, tonturas e fortes dores na cabeça, Marcos a levou para o hospital e desde então ela não saiu lá. Ele a viu gritar por conta das dores e se sentiu culpado por não ter condições para pagar o tratamento.

Marcos amava Larissa há anos, os dois fizeram tudo juntos e amadureceram, de amigos a marido e mulher. Era o sonho de Marcos assim que a beijou pela primeira vez, seu coração acelerava apenas com um sorriso seu e ele era fascinado em seus cachos vermelhos e em suas sardas no rosto. Ela era a personificação de beleza para ele e Marcos não ousava pensar em perdê-la para um tumor no cérebro, isso nunca! Os dois ainda não tinham nem feito as bodas de papel e tinham muito o que viver juntos, assim que ela ouviu que teria que cortar seus amados cachos ruivos por conta da quimioterapia e da futura operação, a ruiva se desmanchou em lágrimas e Marcos se sentiu tão impotente.

Ao entrar no bar, Marcos seguiu até o costumeiro lugar no balcão e pediu sua bebida favorita, depois de um dia exaustivo de trabalho ele a visitava, tocava sua delicada mão e jurava que iria dar tudo certo. O garçom já o conhecia e rapidamente lhe entregou o copo de Vodka, Marcos agradeceu e de repente pensou que beber não ajudaria em nada e sim o faria gastar mais dinheiro, mas a bebida o confortava e ele poderia pensar nisso depois. Continuou bebendo devagar o líquido no copo e sentiu uma mão em seu ombro, ao olhar para trás viu um senhor elegante de terno preto e com os cabelos perfeitamente arrumados, seu olhar era puro mistério e Marcos fez uma expressão de confusão. 

— Pois não?

— Me chamo Alexandre Collins, se incomoda? — O homem se referiu a sentar em uma cadeira vaga ao lado de Marcos. O homem apenas disse que não e voltou a beber sua bebida.

Observou Alexandre acenar para o barman e pedir duas doses de uísque, Marcos apenas se questionava o que aquele homem queria, no momento Marcos não poderia ajudar ninguém, muito pelo contrário, era ele que precisava de ajuda. Ao tentar lembrar de onde ele havia ouvido falar do sobrenome Collins, Marcos se lembrou que o homem era de uma família tradicional e fundadora de Seattle, isso como não havia pensado nisso? O homem pegou seu copo e empurrou um na direção de Marcos, ele o olhou sem entender o que aquele homem queria com ele, afinal o que um homem podre de rico queria com um simples estagiário de um escritório quase falido de advocacia?