CAPÍTULO 38

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POV Juliah

- Está na hora, preciso da sua bolsa agora. - Ela diz e tiro apenas o exame de sangue e o ultrassom do meu bebê antes de entregar minha bolsa, vejo ela caminhar até a porta e sair como se fosse eu.

Olho os documentos em minhas mãos e uma parte de mim se recusa a acreditar que o Diogo seria esse monstro e capaz de tirar meu filho, mas suas atitudes e tudo que ele me fez provam o contrário, fecho os olhos enquanto me sento no chão frio. Talvez tudo seja verdade, afinal ele já trouxe uma mulher para casa e deve ter se divertido bastante enquanto eu o esperar para contar da gravidez, Diogo nunca tocou nesse assunto e sempre senti que ele me escondia algo, algo importante e dói só de imaginar que ele seguiria essas regras para ter poder, tudo por causa desse Clã, desse maldito Clã. Não quero imaginar nunca ter que abrir mão do meu filho apenas para que em anos depois ele faça o mesmo com outra humana e por aí vai, acaricio minha barriga e vou proteger você meu filho, nem que precisamos viver fugindo pelo mundo, mas vou te proteger e ficar ao seu lado.

Espero por um longo tempo e me sinto cansada, com sono e triste além do meu coração estar em pedaços e, sinceramente, talvez ele nunca volte ao normal, me levanto do chão assim que a porta é aberta e vejo um segurança me chamar, caminho para fora e seguimos para a saída dos fundos. Assim que saio do estabelecimento, vejo um carro parado e ele é um táxi, vejo também o David com um envelope nas mãos enquanto me aproximo dele.

- Pegue, isso é a quantia que você tinha no banco e três novas identidades, escolha uma e suma daqui o mais rápido possível. O taxista vai levar você até onde quiser e a corrida já está paga. - Pego o envelope que ele me entrega e ainda quero saber o porquê dessa ajuda.

- Por que está fazendo isso?

- Saiam e me esperem no carro agora! - Ele diz para os seus seguranças e quando todos desaparecem ele continua. - Apenas não quero te matar, você é mais uma vítima da crueldade do Clã e quero que seja a última. Agora vai, tem uma mala com algumas roupas e produtos, isso vai servir por um tempo... Espero nunca mais ver você e se algum dia nos encontrarmos será o seu fim e não terei piedade alguma. - Diz ele e assinto, entro no carro e vejo ele se aproximar do motorista.

- Até nunca mais David. - Digo e vejo-o assentir antes de olhar para o taxista.

- Dirija até onde ela quiser e depois esqueça ela e de tudo, esqueça que fez essa corrida e volte a sua rotina normal. - Ele diz e o taxista assenti, vejo ele se distanciar e o carro dar partida. Olho para trás e não vejo nenhum sinal de David ou de algum vampiro, suspiro aliviada e agora só preciso me concentrar em meu bebê.

- Meu amor vou proteger você, nada de mal vai acontecer, eu prometo! Agora somos só nós dois e vamos ser muito felizes! - Digo para o meu bebê enquanto acaricio minha barriga e observo o escuro da noite.

Um mês depois...

- Esfrega esse chão direito! - Ouço a garçonete dizer e começo a esfregar o chão que estou limpando com mais força. Vejo ela passar por mim e já é noite, estou cansada porém ainda falta terminar de lavar o chão e organizar as mesas e cadeiras da lanchonete onde trabalho, respiro fundo e molho a escova no balde de água e sabão, volto a esfregar o chão e estou debruçada esfregando todo o piso, porque ela disse para o dono da lanchonete que o chão estava imundo e isso é porque o piso é velho e estava já sujo antes de conseguir esse emprego.

Observo ela terminar de fechar conta do caixa e anotar o lucro de hoje, ela tira o seu avental e pegar sua bolsa antes de sair pela porta. Paro um pouco para respirar e seguro minha vontade de chorar, estou exausta e preciso terminar logo para dormir. Volto a esfregar o chão enquanto tento pensar positivo, no começo tudo era bom aqui no emprego e depois de um tempo senti que estão deixando tudo em minhas costas, estou trabalhando até tarde e meu salário parece estar cada vez mais diminuindo por conta de reclamações sem fundamentos, acredito que isso seja inveja ou que ela e o dono tenham um caso.

A PROMETIDA E O IMORTAL ©Onde histórias criam vida. Descubra agora