45. O quarto ao lado

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O sol já estava raiando quando passamos novamente pelos portões do palácio.

Agora com tudo esclarecido entre nós, eu não consigo parar de sorrir.

Entramos de mãos dadas pelas portas imensas e eu me surpreendo por encontrar tantas pessoas acordadas e já começando seu trabalho.

Nós seguimos para os quartos e assim que paramos em frente a minha porta ele se aproxima mais de mim e meus batimentos aumentam.

_ Antes de me despedir, eu tenho uma coisa para você.- Ele sorri enquanto apoia o braço atrás de mim, me imprensando na parede.

_ Que seria....? - Pergunto tentando manter minha respiração regular.

_ Isso.- Ele se aproxima ainda mais, mas para, para meu descontentamento. Ele coloca uma chave dourada diante dos meu olhos e eu a pego.

_ Não entendi.

_ Eu vou te mostrar.

Ele se afasta de mim e abre a porta do meu quarto dando espaço para que eu entre. Sem entender nada eu o faço e posso sentir seu olhos cravados em minhas costas.

_ Não é nada educado ficar olhando a bunda de uma mulher.- Falo sem me virar.

_ Quando essa mulher é minha...- Ele se aproxima envolvendo minha cintura com os braços.- Eu não vejo nenhum problema.

_ Quer dizer que eu sou sua agora?- Pergunto me virando e enlaçando seu pescoço.

_ Sim, assim como eu sou seu.- Ele sorri largamente e eu o puxo para um beijo demorado, mas doce.

_ Você é tão fofinho quando não esta sendo idiota.- Implico com ele assim que o beijo acaba, e me solto de seus braços.- Agora me diga, por que estamos aqui. Pensei que me diria sobre a chave.

_ É exatamente isso que estamos fazendo aqui. Essa chave, corresponde a aquela porta.- Ele aponta para uma porta no canto que eu ainda não tinha notado.

_ Por que você está com a chave de um dos cômodos desse quarto?- Pergunto sem entender.

_ Vá até lá e descubra.- Ele sorri como um menino travesso e eu me pergunto se devo realmente fazer isso.

Sigo até a porta e coloco a chave, deixando que a curiosidade fale mais alto que a razão. Abro a porta e me surpreendo por ver um outro quarto bem parecido com o meu, mas em tons mais escuros de azul e cinza. Adentro o novo ambiente e em um único olhar eu já sei de quem é esse quarto.

_ Por que tem uma porta entre os nossos quarto. - Pergunto sem olhar para trás, mas tendo total conhecimento de sua presença.

_ Porque o quarto em que você está é destinado a minha esposa.- Me viro em sua direção e eu devo parecer confusa porque ele começa a explicar.- Quando eu fiz dezoito anos meu pai me comunicou que eu seria transferido do meu antigo quarto, para algo mais apropriado para um rei, o que incluí um quarto separado para a rainha ter sua privacidade, ou no caso dele, para que não tenha que dormir ao lado de alguém que é mera conveniência em sua vida. Ele fez de tudo para tentar me casar com uma nobre, já que só homem casados podem ser reis, mas eu sempre acabei conseguindo espantar as pretendentes.- Ele sorri com sua façanha.

_ Quer dizer que você assustava suas pretendentes.- Ando até sua cama e me deito apenas para confirmar se seu colchão é tão macio quanto o meu.

_ Eu nunca quis ser rei, e não me casar era a desculpa perfeita para adiar isso o máximo possível.- Ele se deita ao meu lado.

_ Mas não teve nenhuma moça que tenha te atraído.- £ergunto curiosa.

_ Para ser sincero eu não me via casado com nenhuma delas. Todas eram lindas, mas não tinham nada além da beleza, eram fúteis e totalmente superficiais e não é isso que procuro em minha futura esposa.- Ele fala se virando para mim.

_ E o que você procura?

_ Minha futura esposa tem que ser alguém inteligente, corajosa, deve se preocupar com bem mais do que roupas e joias e principalmente, deve ser alguém que eu ame e que me ame de volta.- Seu olhar intenso sobre mim, me deixa desconcertada.

Eu não sei o que dizer, mas nem preciso, porque nesse momento alguém bate na porta e eu levanto rapidamente da cama.

_ 1Entra.- Philip fala alto o suficiente para que a pessoa escute.

_ Com licença senhor.- Vejo um rapaz vestido de terno preto com uma camisa branca por baixo e gravata borboleta também preta. Sua postura deixa claro que se trata de um dos funcionários do palacio.

_ Bom dia Henry.- Ele sorri para o rapaz que retribui o sorriso.- Acho que você não a conheceu. Essa aqui é minha noiva, Ametista Bancks.- Phillip segura minha mão e me da um beijo na bochecha.

Vejo Henry sorrir ao nos ver juntos e de cara, já gosto dele.

_ Muito prazer senhorita, minha esposa falou maravilhas sobre a senhorita.- Ele fala fazendo uma breve reverência, o que é bem estranho diga-se de passagem.

_ Sua esposa?- Pergunto tentando me lembrar de todas as pessoas que conheci ontem.

_ Nina.- Ele fala enlarguecendo ainda mais o sorriso, o que me faz sorrir também.- E falando nela, acabei de deixa-la em seu quarto.

_ Sua esposa é uma fofa Henry e você também.- Vejo seu rosto ficar vermelho de vergonha e escuto Philip segurar o riso.- Bom, eu já vou indo porque tenho que me arrumar para o café da manhã. Eu estou faminta.- Henry sorri, e eu vou saindo, mas sinto a mão de Philip segurar meu braço antes que eu me afaste mais.

_ Sem me dar um beijo?- Ele pergunta quando me viro em sua direção.

Olho de canto de olho para Henry constrangida e o vejo virar de costas e tampar os ouvido, o que me faz gargalhar, mas paro assim que Philip reivindica meus lábios de maneira feroz.

Vocês já tiveram a sensação de ser tirada do chão, como se tudo fosse leve e você é apenas mais uma nuvem flutuando. É exatamente assim que me sinto quando Philip e eu nos beijamos. É como se nada mais existisse.

Será que isso é amor?

Uma princesa GG Onde histórias criam vida. Descubra agora