Tentação

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Natan

Mandei o meu detetive investigar o Yan. Queria saber de tudo sobre ele, e principalmente, dos seus passos. Se ele ousasse chegar perto da Nora ou da Yasmin, queria estar lá para recebê-lo.

Eu poderia ter feito ele perder o emprego, já que ele acabou com o trabalho da Nora. Mas não fiz. Não faria nada se ele sumisse.

Porém, era quarta-feira quando recebi o telefonema do meu detetive, avisando que o Yan estava estacionado em frente aos correios.

Eu estava saindo de uma reunião de uma empresa que eu assumi recentemente. Fui de moto até lá, e avistei uma discussão entre ele e a Nora. Estava perto quando ele levantou a mão para ela.

Me subiu uma raiva tão grande que eu só vi o primeiro murro que dei no meio daquela cara lavada. Bati tanto no infeliz que só parei quando ele caiu e não levantou mais.

_ Nunca mais chegue perto da Nora. Se você chegar perto dela de novo, vai se arrepender, Yan _ ameacei olhando bem nos seus olhos assustados.

A Nora tremia de nervosa quando chegamos em sua casa. Eu dirigi o seu carro por ela. Coloquei a moto na parte de trás da sua picape. Lhe dei um chá de camomila que eu preparei e sentei ao seu lado. Bebeu metade do copo de um vez.

_ Onde aprendeu a bater daquele jeito?

_ Na academia. Faço artes marciais desde criança. Posso te levar para fazer uma aula, se você quiser. Talvez você goste.

Bebeu a outra metade do chá e pôs no centro. Voltou-se para mim e me encarou séria.

_ Você podia ter se machucado. Natan, eu senti tanto medo.

_ Mas de quê? Ele nem me tocou.

_ Sei lá... Eu só... E se ele tivesse uma arma?

_ Ele não teria coragem de usar. Teria medo de apanhar mais _ segurei o seu queixo e sorri.

Era tocante que todo o seu nervosismo fosse por temer pela minha segurança. Era adorável. Sorri bobo, como sempre, e ela franziu o cenho achando que eu ria dela.

Continuei _ Desculpa. É que você se preocupando comigo desse jeito é tão... Me falta palavras. A cada dia me apaixono mais por você.

Pegou minha mão e levantou me conduziu até a geladeira, onde pegou um pacote de congelado e pôs sobre os meus punhos _ Não é engraçado _ censurou com um olhar afiado que cortou o meu sorriso.

Sentei a mesa, mantendo as mãos ali. Enquanto a Nora pôs água no fogo para fazer café e preparou tudo, esperando ela ferver. O engraçado é que havia uma cafeteria no balcão do armário.

Pôs um refratário no forno, devia ser o jantar, já que anoitecia e terminou de preparar o café. Me serviu uma caneca e sentou comigo, bebendo de vez em quando, em silêncio. Abriu um pote e me ofereceu pão de queijo, que aceitei. Deixou sobre a mesa.

Bebi da caneca, observando-a _ Me desculpe por preocupa-la, Nora?

O seu olhar veio para o meu e sorriu timidamente, mas continuou me olhando _ Obrigada por me defender _ disse finalmente.

_ Quando é que você vai deixar de ser tão contraditória? _ me aborrecia essa indecisão de sentimentos.

Sorriu divertida comigo e bebeu mais um gole de café. Continuava me olhando _ As minhas vendas triplicaram, sabia?

_ Sabia que isso iria acontecer. Você está lidando bem com isso?

_ Sim. Muito bem, irei as compras amanhã, pois estou quase sem estoque.

_ Iria com você, mas uma sobrinha dos meus pais chega amanhã, e vai se hospedar lá em casa.

_ Sua prima?

_ Teoricamente sim.

_ Você vai fazer sala para ela. Deve ter a sua idade, então?

_ Um ano mais velha. Somos muito amigos, desde criança _ sorri vendo a Nora séria _ Está com ciúmes?

_ Deveria estar?

_ Não. Você é o amor da minha vida. Para toda a vida.

Vi o seu rosto sério, mudar para um sorriso sedutor com um olhar levado. Levantou e desligou o forno. Me puxou pelas mãos, para o seu abraço e um beijo suave.

Continuei _ O que você quer de mim? _ quase sussurrei sob o seu olhar.

Sorriu de lado e piscou para mim _ Advinha?

 Me beijou envolvente e quando me vi estava terminando de subir as escadas com ela no colo, levei ela até a porta do seu quarto. Entramos nele deixando uma trilha de roupas no caminho. O bom era que a Yasmin não estava em casa. O ruim era que ela poderia chegar a qualquer momento, ou a Nora não estaria fazendo o refratário grande para o jantar.

Minha boca estava no seu pescoço e eu deslizava por entre as suas pernas, enquanto ela estava contra o armário. Pensei melhor e a virei de frente para ele, diante da porta espelhada.

Nora contemplou a sua nudez e a luxúria no seu rosto, quando penetrei o seu sexo. Acariciei os seus seios e beijei a sua nuca e pescoço enquanto a amava. Seus gemidos ronronados me enchiam de lascívia.

Não demorou para me tirar todo o controle e me levar ao máximo do prazer. Distribuí beijos pelo seus cabelos, rosto e cheguei a boca. Ofegante e quente pelo que acabei de sentir.

Um banho breve e nos vestiamos enquanto nos entreolhando. Era muito silênciosa a minha amada. Sempre me olhando de um jeito convidativo. Tentação, o teu nome é Nora.

_ Fica para jantar? _ me abraçou quando ambos estávamos vestidos.

_ Eu devia estar em casa, mas não resisto a você. 

_ Isso é um sim? _ sorriu a frase.

Sorri _ Claro.

Sentei no sofá enquanto a observava por a mesa. Adorava vê-la.

_ E aí papai? _ a Yasmin me surpreendeu quando chegou para jantar _ Pra quando é o casório? _ brincou.

Olhei para a Nora e a Yasmin me imitou.

Sorriu _ Vamos jantar? _ desconversou disfarçadamente.

Fui embora, bem mais tarde. Faltei ao jantar em família e cheguei na hora de dormir. Isso aborrecia os meus pais. Mas eles me tinham todos os dias. O que custava me liberar na quarta? Parecia tão pouco diante de todo bem que me fazia.

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