Poderia ser o nosso bebê

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Yasmin

Jogamos até tarde. Aquilo me distraía a ponto de voltar ao tempo do colegial, quando este era o meu mundo e eu queria ser feliz, mas não tinha idéia de como seria.

Estou aqui mesmo. No desejo de felicidade, de novo. Mas agora que sei como é, me sinto vazia e triste.

_ Desculpa por te fazer me odiar _ o Chris me tirou dos meus sentimentos.

_ O que?

_ Você me disse que se eu te fizesse me odiar, não teria volta. Mas eu fiz, não foi?

_ Não. Eu nunca te odiei realmente. Você não teve culpa de ser um imã para garotas loucas e obcecadas. Eu mesma era obcecada por você _ gargalhei sem jeito.

_ Não, Yasmin _ retrucou _ Você me amou.

O silêncio constrangedor, típico daquela época se instalou.

_ De todo modo eu pisei na bola com você de muitas maneiras. Mereci tudo o que aconteceu e peço perdão _ abri a boca para retrucar, mas ele me interrompeu _ Por favor?

Afirmei, dando o que ele queria _ Sim, te perdoo.

Sorriu e piscou.

O grupo havia se afastado, pôr algum motivo que eu desconhecia e estávamos sozinhos nos bancos.

_ Também disse que não ficaríamos juntos _ relembrou me olhando nos olhos _ Eu queria que você estivesse errada.

Levantou-se e caminho para a parede de vidro que dava visão para rua. Parecia emocionado.

_ Christopher, é passado.

Isso encerrou o assunto. O Chris tinha dois amigos com ele e nos deixou em casa no seu carro.

Entrei na casa da minha mãe e caminhei para o meu quarto. Tirei as roupas até ficar de camiseta e calcinha. Deitei na cama sozinha olhando o teto branco em meu quarto rosa.

O Christopher parecia outra pessoa. Onde estava todo aquele ego exagerado? Nunca pensei em ouvi-lo pedir perdão. Ele realmente mudou. O que será que aconteceu?

Lembrei do Natan e passei a mão pelo meu ventre _ Você está aqui. Eu sei. Posso te sentir.

Adormeci quando fechei os olhos imaginando os braços do meu amado me envolvendo, como foi em cada noite destes últimos oito anos.

Fui a feira com a minha mãe, porque ela insistiu. Tava me achando muito desanimada.

_ Querida, porque não tira umas férias no Caribe?

_ Está frio.

_ Mas é primavera no hemisfério Norte, viaja para lá.

_ Não quero ir sozinha.

_ Leva a Júlia.

_ A Júlia é louca. Não quero ficar de babá dela.

_ Ora, Yasmin! _ zangou-se _ Vem na feira comigo, então _ ordenou.

Aqui estamos nós.

_ Se vai ficar por aqui, trás o seu carro. Só tá criando poeira na casa dos seus sogros.

O carro que o Natan me deu de presente quando eu tirei carta. Um camaro dourado. Nunca o troquei.

_ Sim, mãe _ falei desejando que ela se calasse.

_ Você tem grana, e é adulta. Não faz sentido estar aqui, morando com a sua mãe _ continuava para o meu desespero _ Yasmin _ me fez encara-la _ Filha, já faz dois meses que o Natan morreu. Você tem que viver.

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