OLHOS DE ANJO

SÓ VOCÊ PRA DAR A MINHA VIDA DIREÇÃO, O TOM A COR...

Henry consegue realizar um sonho que não lhe é permitido com esposa à espreita.

Leva Kim a uma enorme piscina de bolinhas. Um rapaz que cuida do local pergunta a idade de menina, mas assim que Henry explica a situação permite sua entrada.

Henry é autorizado a entrar com a filha. Assim que Kim pisa na piscina esbanja um sorriso inocente e tão gracioso que em um bebê seria encantador, mas na idade que está apenas impressiona seu pai.

Tantas cores! Joga as bolas para cima e para todas as direções. As crianças começam a se afastar. As mães começam a olhar para ambos, contrariadas. Henry realiza outro sonho: dizer o que não diria ao lado de Jully.

- Vocês se acham superiores porque seus filhos possuem a mentalidade que condiz com sua pequena estatura? Minha filha possui uma mente que não condiz, mas sabe, eu não ligo. Então façam como eu, não liguem, vivam sem se preocuparem com o que não se encaixa nos seus padrões. Deixem minha filha ser ela sem pedir licença a todos vocês ok? Podemos?

Diante desse discurso todos se voltam para seus filhos, mas não por compreenderem o que Henry diz, mas por temerem que seja mais louco que a filha. Em meio a tudo isso Kim transborda de alegria e Henry se entrega.

Vão a praça de alimentação e a garota se lambuza com tudo o que tem direito. Henry a contempla, orgulhoso.
Não importa o que Kim tinha a lhe oferecer. Ele ajudou a colocá-la no mundo e cabia a ele tornar tudo melhor.

Chegaram tão cansados que deitaram no tapete felpudo da sala. Sim, Henry era muito feliz.

Acorda algumas horas depois com o rosto molhado. Kim está nua e encharcada, possivelmente tentou tomar banho.

A casa tomou banho junto. Henry envergonhado corre pegar uma toalha. Enrola a filha sem olhá-la, pois é uma adolescente. Ainda com a menina enrolada na toalha, liga para a mãe que em duas horas está no apartamento.
- Deixou minha neta aí encharutada duas horas?
Kim está no sofá com uma toalha amarrada em si se olhando e se achando estranha.

Dona Linda, mãe de Henry, leva Kim ao quarto e a troca. Volta para a sala sem a garota. Logo os barulhos dos blocos se faz presente.

Linda senta ao lado do filho, com um sorriso largo.

- Quem imaginou que esse seria o maior problema com sua adolescente.

- Mãe. O que vai ser do meu bebê?

- Vai dar tudo certo filho. Deus sabe a quem entrega seus anjos.

Henry se lembra vagamente o que ouvira de Emma.

- Já me disseram isso. De outra forma.

- Você é um cavalheiro sabia? Eu não aguentaria um dia com Jully.

- Ela só está cansada. Ela precisa descansar dessa traquininha.

- Ela odeia a filha.

- Não mãe. Não diz isso. Jully é uma ótima mãe.

- É mesmo? E porque essa ótima mãe está a milhares de quilômetros daqui?
- Porque ela merece. Desculpa te incomodar.

- Deixa a kim comigo filho e fiquem vocês curtindo as férias juntos.

- Mãe as férias são justamente pra nos acertarmos como família. Quem sabe em um ambiente descontraído ela não aprenda a lidar com a Kim.

- Você pode se enganar mais um pouco, é grátis.

- Mãe?

- Desculpa filho. Nunca fui conhecida como alguém que veio ao mundo enxugar lágrimas. Eu vim derrubá-las.
Henry ri com gosto. Notam a presença de Kim. Ela senta no colo de Linda e mexe em seus cabelos.

- Uma princesa quer dormir. Aliás, já é madrugada. Ficarei com vocês até o dia da viagem.

Henry sorri ao ver Kim procurar sua mãe mesmo que sem encará-la.
Se despede das mulheres da sua vida e aproveita para ligar para Jully. O telefone apenas toca, não há resposta.