TRÊS ANOS DEPOIS...

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Jully desperta com uma mãozinha macia batendo no seu nariz. Abre um olho e ouve uma risada, então fecha. Abre o outro e ouve outro sorriso esganiçado.

Abre os dois olhos e recebe um beijo demorado e melado. Henry entra no quarto e se envolve na brincadeira. Todos começam a fazer cócegas um nos outros criando um ataque de risos generalizado.

Henry carrega sua pequena Joanna nos braços fazendo da pequena um avião.
A criança abre os braços imitando o transporte com uma alegria inocente e barulhenta. Jully acompanha a cena encantada.

- Esse pai é um bagunceiro.

Joanna balbucia algumas palavras as quais Jully tenta corrigir.

- Calma meu amor ela vai aprender. Isso é com o tempo.

- Ontem levou bilhete de mordida de novo.

- É um ursinho guloso essa bebê.

- Ai Henry não defende. Não é porque ela é especial que vamos passar a mão na cabeça.

- Já lhe disse que todos somos especiais.
Jully pega a filha no colo que a abraça forte.

- Essa é a mais especial do mundo.
Joanna assim como caterine tem síndrome de Down. O casal recebeu a notícia com tranquilidade. Não está sendo um conto de fadas diário, mas ambos tem a força necessária para transpor os obstáculos que ainda estão por vir.

Hoje viajam para São Paulo. Há dois anos se mudaram para o Mato Grosso.
O pai de Henry faleceu há um ano e hoje irão visitar seu túmulo e de Emma que se tornou parte da família.

Ao chegarem Henry deseja passar em seu apartamento antigo, mas Jully prefere ficar no centro fazendo compras.

Seu coração dispara com as lembranças que lhe saltam a mente. Cada degrau é um estágio de vida com Kim e finalmente com Emma.

Henry avista o antigo apartamento da senhora. Se aproxima. Resiste um pouco antes de tocar a campanhia.  Uma senhora humilde o recepciona.

Henry já ia dizer que fora um engano quando reconhece Jeff, um pouco diferente, mas com a mesma expressão animada e juvenil.

- Sr. Henry que bom vê-lo.

Henry o abraça animado. Jeff o convida a entrar. Os móveis de Emma continuam intactos e organizados.

A mãe de Jeff explica que Emma lhes deixou o apartamento e já havia conseguido para Jeff um emprego quando alcançasse a maioridade com um amigo fiel.

Suas economias os ajudaram por anos e agora mãe e filho trabalham enquanto o mais novo cuida da casa muito bem por sinal.

Todos se mantém graças a generosidade  de Emma. Henry avista alguns blocos de madeira no canto da casa, logo um bebê sai do quarto, engatinhando para pegá-los.

- Mas Jonathan. Como saiu do berço? Seu terrível.

Explica a Henry que conheceu um homem muito bom, mas com um vício terrivel por bebidas. Acabou falecendo, debilitado pelo vício.

Decidiu que agora seria apenas ela e os filhos e que se concentraria no sucesso deles. Esperou que Henry a julgasse,  mas invés disso lhe incentivou a fazer o que lhe parece mais justo e que não anulasse sua vida.

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⏰ Última atualização: Jul 13, 2019 ⏰

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