AGORA VEJO EM PARTE, MAS ENTÃO VEREMOS FACE A FACE...

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Três dias se passaram desde que descobrira a verdade sobre Kim. Henry ainda tentou pesquisar sobre sumiços, acidentes e não achou nada sobre a menina.

Pensou em acionar a Polícia, mas se a história fosse veridica iriam ser investigados até o fim da vida.
Pensou em tudo que Emma disse sobre Jully e por alguns momentos até concordou, mas seu ego não poderia admitir um filho de Steve.

Qualquer outro menos o amigo que o traíra junto a mulher que mais amou em sua vida.

Caminha cabisbaixo até uma Praça próxima ao centro da cidade onde se encontra hospedado.

Algumas folhas se soltam das árvores e caem sobre seus pés que balançam inquietos enquanto as lembranças o assombram mais uma vez.

Recorda-se dos meses de gravidez de Jully o quanto a encheu de mimos e presentes. O que não se recordava e agora lhe aparece nítido foram as vezes que Jully aparentava querer repartir algo com ele.

Pensou na angústia de Jully tentando lhe contar sobre o momento tenso que estava vivenciando.

Se recorda de quando lhe noticiou sobre a gravidez. Sempre achou estranha sua expressão e a forma insólita de lhe transmitir o que para ela deveria ser algo excepcional.

Acreditou na época que Jully só estivesse emocionada.

Se recordou das vezes que encontrou Jully despedaçada e ao invés de se interessar por seus motivos, saía com Kim na esperança que na volta a encontrasse melhor.

Para ele a solução sempre era afastar a filha como um estorvo e Jully interiorizou isso tudo, principalmente quando ela que precisou sacrificar seu emprego tão sonhado para se tornar cuidadora permanente da filha de ambos.

- Os pais sempre ficam com a melhor parte.

Por descuido olha para o céu. Algo lhe rouba a consciência, lhe tira o fôlego ao mesmo passo que o encanta. A estrela que desejara a vinda de Kim estava em seu lugar.

Pôde reconhece-la porque ela não é como as outras. Henry se permite chorar alto mesmo diante de um local público.

- Eu te amo meu anjo. Eu sempre vou te amar.

Nesse momento a estrela se dissipa. Henry sente em seu coração que mais alguém conheceria o amor em forma de vida. Ao mesmo passo algo lhe passa a mente, algo tão perturbador que o faz em um salto correr até o hotel encerrar sua hospedagem.

Com as malas penduradas, desajeitado e nitidamente fora do ar, pega um táxi que o levaria a um lugar que não deveria ter abandonado.

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