Clarke e Lexa seguiram ao porão do navio localizado no fim do corredor, que armazenava não só inúmeras bagagens de passageiros, mas também uma porção de caixas amontoadas. Caminharam por entre aquele tumulto de malas até avistarem um lindo renault 1912 novinho em folha, que brilhava. Era todo vermelho e preto com pequenos detalhes dourados. Imediatamente foram até lá e Lexa, vislumbrada, o apreciou com gosto por um instante até Clarke chamar a sua atenção com um pigarreio. Com um mínimo sorriso de canto, a loira empinou o queixo com o intuito de parecer uma rica esnobe e sinalizou com a cabeça para o carro. Lexa entendeu o que ela quis dizer sem que fosse necessário o uso de palavras e, esboçando também um sorriso, abriu a porta e a ajudou a entrar. Assim que o fez, seguiu ao banco do motorista e ajeitou-se nele. Clarke, após dar uma conferida em toda a cabine do veículo, abaixou o vidro principal que a separava de Lexa. Esta, somente por curiosidade, apertou duas vezes a buzina do carro, que, de tão alta ecoou, por todo o porão. Elas riram.
— Para onde deseja ir, senhorita? — em tom de brincadeira, forçou a voz para deixá-la mais firme e, com a sobrancelha arqueada, olhou por cima do próprio ombro a espera da resposta. Clarke, então, inclinou-se para a frente e, com a boca próxima ao ouvido dela, sussurrou baixinho:
— Para as estrelas. — um sorriso maroto se fez presente nos lábios da jovem Griffin ao dizer, um sorriso que dizia muitas coisas.
Prontamente, Lexa foi puxada para o banco de trás do carro através da abertura do vidro arriado, que a loira logo voltou a suspender. Arranjaram-se ali de um jeito que ficassem confortáveis e aconchegadas. Woods passou seu braço esquerdo pelo ombro de Clarke e a trouxe mais para perto de si. Encararam-se em silêncio, os dedos da loira afagavam com ternura a mão direita de Fairchild e a eloquente troca de olhares expunha explicitamente o desejo ardente que as consumiam aos poucos. Necessitavam uma da outra e isto estava mais que claro.
— Está nervosa? — Lexa perguntou baixinho. Precisava saber se ela estava pronta antes de tomar qualquer atitude precipitada, embora soubesse que o "querer" era mútuo. Clarke negou com a cabeça.
— Não. Você está? — a calmaria em sua voz era similar a da outra e tão baixa quanto. Em resposta, também recebeu um menear negativo.
Com um mínimo sorriso, a loira pegou dois dos dedos da mão direita de Lexa e os levou aos seus lábios, beijando e chupando lenta e sensualmente a ponta deles. O sexo de Lexa pulsava, seu coração batia descompassadamente e a necessidade em tê-la tornou-se mais urgente. Observava com atenção o jeito como os seus dedos eram manipulados, cada mínimo gesto. No entanto, Clarke de repente parou de fazer o que fazia e ergueu os olhos para ver o desejo nos olhos da outra, que mordia os lábios de leve, com água na boca.
— Ponha as suas mãos sobre mim, Lexa. — pediu, suplicante. O timbre de sua voz estava ainda mais rouco. E sensual. — Toque-me. — disse, completamente entregue àquela mulher, que em tão pouco tempo conseguira mexer tanto consigo. Estava entregue aos próprios sentimentos, tal como Lexa, que também a desejava de uma forma quase irracional.
Dada a carta branca, Fairchild segurou a nuca de Clarke e a puxou para um beijo, um beijo que iniciou com um encostar de lábios, mas que aos poucos tornou-se necessitado. Ao endireitar-se no banco a fim de encontrar uma posição favorável e defronte a ela, Lexa arrancou o próprio casaco, largando-o no chão do carro, e a colocou sentada em seu colo. A loira, sem quebrar o contato, desabotoou com pressa, mas habilidosamente, a camisa social que Woods usava e em um estalar de dedos livrou-se da peça de roupa. Logo, suas mãos deslizaram para os cabelos morenos e enterrou os seus dedos neles. Lexa, por sua vez, adiantou-se em desfazer o laço da parte de trás do vestido de Clarke, porém optou por não retirá-lo de imediato. Ao invés disso, suspendeu a barra deste até a altura da cintura dela e ora acariciava ora apertava as grandes coxas expostas.

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Bitanic
RomanceNum jogo de mesa, Lexa Fairchild e sua melhor amiga, Anya Walsh, ganham duas passagens de 3ª Classe para a primeira viagem do transatlântico Titanic. O "Navio dos Sonhos", como assim é chamado, é um luxuoso, colossal e imponente navio que parte para...