Clarke iniciou uma verdadeira busca implacável, andava depressa pelos corredores da primeira classe. Porém, para encontrar Lexa precisaria de alguma orientação, afinal de contas o navio era gigantesco e vasculhar canto por canto de cada minuciosidade sem saber exatamente onde procurar não parecia um plano muito bom. Além disso, não podia perder tempo. Então, apressou-se, pretendia encontrar o sr. Andrews, pois como principal construtor e um dos responsáveis pelo Titanic, certamente ele poderia a ajudar dizendo para onde os presos são levados.
Enquanto isso, algemada na sala, Lexa gritava incansavelmente por ajuda. Pelo olho de boi, notou que o nível da água já estava alto demais, tanto que, pela fresta, viu-se submergir no oceano junto a parte da frente do navio. Supôs que a água não tardaria a invadir completamente toda aquela região, inclusive a sala onde estava. O Titanic inclinava-se cada vez mais. Os pedidos de Lexa por socorro eram altos, qualquer um que passasse pelo corredor ouviria, mas o grande problema era que não havia ninguém passando por ali naquele momento. Ninguém! Estava sozinha.
E não tardou para acontecer o que imaginou. Arregalou os olhos em assombro quando viu, por baixo da porta encostada, o cômodo aos poucos ser inundado. O desespero a domou. Aquilo não estava bom, nada bom.
— Merda! Merda! — praguejou. — Isso não pode estar acontecendo! SOCORRO!
Lexa sabia que não poderia simplesmente sentar e esperar a morte vir, necessitava fazer algo para sair dali o mais rápido possível. Sendo assim, teve a ideia de tentar quebrar o duto de ventilação, já que suas mãos estavam presas naquele lugar. Bruscamente, forçou repetidas vezes para baixo as correntes que envolviam aquele cano, tinha a intenção de romper também as algemas com a força que depositava ali. Insistiu por um tempo, mas não conseguiu, para o seu desânimo. Logo em seguida, fez de tudo para retirar a argola de ferro do próprio pulso tentando passar a mão pelo buraco da algema. Machucou-se por nada, a abertura era pequena demais. Olhou, em pânico, por todos os lados a procura de algo. Não vendo outra alternativa, começou a gritar ainda mais alto por ajuda, embora tivesse poucas esperanças de alguém a ouvir.
Pelo corredor da primeira classe, Thomas ia de porta em porta solicitar a evacuação dos passageiros que relutaram em abandonar as cabines quando foram chamados pela primeira vez. Era educado, como sempre. Foi neste momento que Clarke e ele se encontraram. Ela estava ofegante, porque corria enquanto o procurava. Quando o viu, foi imediatamente na direção dele.
— Senhor Andrews, graças a Deus que eu te encontrei. — disse, e tomou uma profunda respiração antes de começar a falar. — Para onde os seguranças levam as pessoas presas?
— O que... Por que quer saber disso? Clarke, você precisa ir para um bote.
— Não! — retrucou, mas sem parecer arrogante. — Eu só preciso dessa informação. Eu vou procurar com ou sem a sua ajuda, só que sem ela eu vou demorar mais.
Ele franziu o cenho por um segundo, não entendendo muito bem o que se passava, mesmo assim decidiu lhe dar a devida orientação.
— Pegue o elevador e desça até o 1º andar. Você vai chegar ao deck E. Siga pela esquerda. Logo em frente, você avistará uma placa informando a passagem da tripulação. Siga por ela. Após isso, vire à direita e, depois, à esquerda. Desça as escadas. Assim que o fizer, chegará a um longo corredor. Então, vá para o lado direito. Os presos ficam na terceira porta.
— Certo. — disse ela, um pouco perdida, tentando absorver todas as informações.
— Tome cuidado, Clarke.
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Bitanic
RomanceNum jogo de mesa, Lexa Fairchild e sua melhor amiga, Anya Walsh, ganham duas passagens de 3ª Classe para a primeira viagem do transatlântico Titanic. O "Navio dos Sonhos", como assim é chamado, é um luxuoso, colossal e imponente navio que parte para...