– Então, há quanto tempo vocês duas se conhecem?
– Anya e eu? Eu acho que desde que nos conhecemos por gente. Os nossos pais eram grandes amigos e, consequentemente, nos tornamos também. Ela é como uma irmã mais velha para mim, sabe? Embora, muitas das vezes, sou eu quem tenho que bancar a adulta. – Lexa riu divertida, e Clarke a acompanhou.
– Ela me parece uma ótima pessoa.
– E ela é, ainda que seja irritante na maioria das vezes, mas eu a amo. Anya é uma verdadeira peça rara e tem sido a minha única família desde que eu deixei o meu país.
– Lembro-me de que você contou algo sobre o seu país de origem ontem, não foi? E, se eu não engano, se chama... Polis? – indagou com uma leve pontada de incerteza, não sabendo se aquele era realmente o nome do lugar, mas Lexa assentiu, confirmando que estava certa. – Vocês duas são de lá?
– Sim, somos. Nós duas nascemos e fomos criadas numa cidadezinha chamada Tondc, em Trikru, que é um dos 12 estados de Polis. – explicou, com paciência. – Mas, e quanto a você, de onde vem?
– Eu venho de uma cidade dos Estados Unidos chamada Arkadia. Mas, com 4 anos de idade, meus pais e eu nos mudamos para a Austrália.
– Então você deve estar animada por estar voltando para a América, não? – Lexa presumiu, esboçando um sorriso de canto à medida que a observava. Mas percebeu que a loira não estava. Franziu levemente o cenho. – Você não parece muito feliz.
– É que... Eu... – suspirou pesado, passando as mãos pelos cabelos. – Eu queria estar contente por voltar, entende? Mas o problema é que eu não consigo.
– Você se sente confortável em querer me contar o motivo? – não quis parecer inconveniente, então deixou que a decisão fosse tomada por ela. – Se achar melhor, a gente pode mudar de assunto.
– Não, está tudo bem. – assegurou. – É que voltar para os Estados Unidos não tem mais o mesmo significado para mim. Eu só estou retomando à América por causa disso aqui. – estendeu a mão direita na direção de Lexa para lhe mostrar o anel de noivado. – O casamento ocorrerá em poucos meses e eu só queria poder impedir.
– Por quê? – Fairchild ergueu os olhos do diamante para encarar os olhos azuis, arqueando uma sobrancelha. – Você não o ama?
– Desculpe, o quê?
– O seu noivo, você o ama ou não?
– Por que está me perguntando isso? – Clarke entrou na defensiva, parando de andar. Lexa também parou e virou-se para ela.
– É uma simples pergunta.
– Se eu o amo? É claro que eu o amo, oras! Ele é o meu noivo. – respondeu como se fosse óbvio, sua voz denunciando a sua ligeira irritação, todavia se acalmou porque sabia que não havia necessidade, visto que mentia. Mas o fato era que, ainda que quisesse, não podia simplesmente chegar e contar que só estava se casando com um homem muito mais velho por puro interesse, mesmo que fosse 100% contra isto.
– Desculpe se fui invasiva, não foi minha intenção. É que você não parece muito contente com a ideia.
– Só não me sinto pronta ainda. Eu tenho 17 anos de idade e uma vida inteira pela frente para aproveitar, mas sinto que tornando-me oficialmente esposa de Finn a pouca liberdade que tenho virará pó.
– Foi por isso que... Que você tentou fazer aquilo ontem? – receosa, Lexa indagou, espreitando levemente os olhos. Esperava receber uma resposta ríspida, mas não; a loira assentiu com a cabeça, confirmando.
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Bitanic
RomantizmNum jogo de mesa, Lexa Fairchild e sua melhor amiga, Anya Walsh, ganham duas passagens de 3ª Classe para a primeira viagem do transatlântico Titanic. O "Navio dos Sonhos", como assim é chamado, é um luxuoso, colossal e imponente navio que parte para...