Capítulo 5

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Peter

Eu acordo com uma garrafa vazia de Jack na minha mão, e um corpo nu ao meu lado. Fico parado por um minuto encarando a morena totalmente pelada dormindo do outro lado da cama. Não estava em casa. Eu não tenho a mínima ideia de quem era a menina.

Não era normal eu ficar tão bêbado. Na maioria das vezes, eu apenas bebia o bastante para ficar louco, transava ou arrumava uma briga. Mas era bem raro eu não lembrar de nada que aconteceu quando bebi. Tento trazer qualquer flash de ontem a noite.

Lembro de parar em um bar na estrada a caminho de Kansas City, comprar uma garrafa de Jack e ir ao racha. Lembro-me de ganhar a corrida, como sempre, e de beber mais. Nada depois disso.

Mas mesmo não lembrando, eu não tinha nenhum sinal de ressaca. Não me lembro de alguma vez ter ressaca. Pisco os olhos algumas vezes para acordar, e levanto da cama da menina.

Essa não era a primeira, e provavelmente não seria a última vez que eu fugia antes da menina acordar. Ei, não me julgue! Amor e carinho eram fraquezas que eu não tinha o luxo de sentir.

Boto a minha roupa em completo silêncio, deixo a garrafa vazia no chão, e saio do quarto. Um dos treinamentos que a gangue faz com iniciantes é invadir a casa de um membro a qualquer momento do dia sem ele perceber. Fiz isso muitas vezes, e agradeço a Deus por conseguir essa habilidade.

Saio da casa e vejo minha Baby Doll na rua. Eu reconheço essa rua. Tinha cem por cento de certeza que era a rua de Malia. Ótimo.

Checo o meu celular pelas horas e vejo que são sete da manhã. Ótimo, eu tinha uma hora para estar na escola. Eu quase nunca chegava no horário certo mesmo, que seria agora. Eu podia chegar atrasado.

Pego o meu carro e dirijo rápido para o bar. É melhor que a menina tenha sido uma boa foda para me dar todo esse trabalho às sete da manhã. Pensando bem, se fosse algo que nunca tivesse visto antes, eu provavelmente iria lembrar. Seria algo bem difícil me apresentar a algo novo, considerando que eu fodo com mais de uma mulher diferente por semana desde os treze anos, sem contar com o tempo em que estava com Gina.

Demoro dez minutos para chegar no bar, agradeço por não ver ninguém. Os membros me dariam sorrisos, como se soubessem exatamente onde eu estava. Bem, eles provavelmente saberiam.

Corro para o quarto, e me forço a tomar um banho. Eu cheirava a sexo e bebida, então não seria uma boa ideia ir para a escola assim.

Depois de me lavar, amarro uma toalha na minha cintura e tiro a primeira roupa que encontro. Uma calça jeans preta, como sempre, e uma blusa cinza escuro. Me visto, passo a mão de qualquer jeito no cabelo, sem realmente me preocupar em pentear, e saio.

Com as chaves do Mustang na mão, não deixo de bater na porta de East antes de sair. Várias vezes.

"Filho da puta!" Ele grita, e eu desço as escadas sorrindo. Por quê eu fiz isso? Por absolutamente nada. Era apenas engraçado fazer o cara levantar horas mais cedo do que ele normalmente faz. Inútil, eu sei.

Pego meu Mustang e deixo Imagine Dragons tocar alto enquanto dirijo para o colégio. Eu realmente poderia faltar, mas seriam muitas faltas e eu iria reprovar. Não que eu me importasse, mas Loki queria manter as aparências e tudo mais.

Olho no relógio e noto que estavam no segundo tempo de aula. Eu tinha trigonometria, eu acho. Sra Summer iria bater no meu traseiro quando eu entrasse atrasado. O pior, é que se eu deixasse, a mulher literalmente batia em meu traseiro.

Saio do carro totalmente relaxado, e ando calmamente até a sala. Algumas pessoas poderiam dizer que o fato de eu não ligar para a escola era irresponsável ou algo assim. Bem, eu estava em uma gangue, e era isso que eu iria fazer da vida. Não tinha mais nada que eu gostaria de fazer. E não é como se estudar durante os últimos cinco meses que faltam para acabar o ano escolar fosse me ajudar.

Entro na sala sem pedir licença, e vejo o olhar da Sra Summer. Raiva, e um pouco de luxúria. A mulher me queria. Tudo bem, talvez eu tivesse dado a ela um orgasmo no início do ano, mas isso era irrelevante.

"Então, Sr Young, finalmente decidiu nos presentear com a sua presença." Ela diz, e vejo alguns alunos soltarem uma risadinha. Eu envio a ela meu sorriso torto.

"Bem, eu estava sem nada para fazer." Digo, e me dirijo para meu lugar no final da sala.

Quando a aula volta ao normal, sinto os olhares das pessoas finalmente me abandonarem. Menos um. Um olhar em especial queimava em mim. Olho para a direção de onde sentia a pessoa me encarando, e um sorriso cresce em meus lábios quando vejo quem é.

Dou uma piscadinha e vejo Hayley corar, mas sem tirar os olhos de mim. Eu sabia que a fadinha estava nessa aula comigo, mas normalmente não sentamos lado a lado. Bem, precisamos fazer isso com mais frequência.

"Por que você age assim?" Me surpreendo assim que as palavras saem de sua boca, mas foi divertido vê-la se restringir como se fosse uma pergunta proibida.

"Assim como?" Pergunto, me divertindo quando ela olha para a mão que pousava na mesa. Como a mesa era uma espécie de bancada, não sentamos muito longe um do outro.

"Como se a escola não merecesse o seu tempo." Eu não posso evitar a risada que sai dos meus lábios. Hayley apenas me encara, esperando por uma resposta.

"Não é como se a escola fosse algo relevante para mim daqui pra frente." Digo, e vejo Hayley franzir a testa. O resto da sala parece nem perceber a nossa conversa.

"O que você quer fazer da sua vida então?" Meu sorriso cresce mais ainda, e ela parece confusa. Bem, eu quero matar todos os filhos da puta que mexerem com a minha gangue, e ser o melhor beta por aí.

"Nada que a escola possa me ajudar, fadinha." Deixo por isso mesmo, e vejo quando ela acena e finge prestar atenção na aula.

Sei que ela não está realmente interessada por conta do movimento de seus dedos, e o fato de que seu olhar ocasionalmente muda para mim quando ela pensa que não percebo.

Ela quer que eu pense que não é a menina que eu vi no bar, e novamente ontem. Eu sei disso. Ela quer que eu ache que aquilo foi apenas um momento de rebeldia. Mas eu sei que não foi.

Eu já tinha visto quem Hayley Kahn era por dentro, e agora que eu sei, vou fazer o que puder para trazê-la para brincar.



Beta - Death of Angels 2Onde histórias criam vida. Descubra agora