Capítulo 42

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Hayley

"O que é isso?" Pergunto enquanto Peter parava o carro em uma rua que estaria deserta, se não fosse a multidão ao nosso redor.

"Isso é nossa próxima parada, fadinha." Ele me responde, enquanto eu encarava os carros ao nosso lado. Mustang, Ferrari...

Sim, nós estávamos em um racha. Era a minha primeira vez em um, mas Harry já tinha me falado diversas vezes sobre como era. As pessoas apostavam dinheiro, se você ganhasse, você recebia uma porrada. E, era óbvio que Peter era o vencedor aqui.

"Quase chagamos atrasados, fadinha, a corrida começa agora." Eu olho para o relógio, cinco para meia noite. Sorrio enquanto Peter bota a cabeça para fora de sua janela e fala com um homem que parece estar na faixa de quarenta. "Hey, Billy. Bota mais um corredor aí, okay?"

O homem rola os olhos e Peter pisca para ele, e eu sei que eles já se conhecem. Billy franze a testa quando me vê no banco de passageiros.

"Você normalmente não trás uma cadela para as corridas, Pete..." Ele murmura, e Peter solta uma risada.

"É, ela é da gangue, Bil." Eu arregalo os olhos, mas o homem apenas dá de ombros, como se isso já fosse normal, e se afasta do carro.

"Ele sabe da gangue?" Pergunto para Peter, que se vira para mim com um sorriso torto.

"Sim, ele sabe... Nós pagamos o cara, fadinha. Essa corrida aqui é gerenciada pela gangue. Só de chegar aqui eu já vi três membros na multidão aqui... Todo esse dinheiro é nosso." Ele diz, rindo com a minha surpresa.

Bem, o dia estava realmente sendo cheio de surpresas. Eu não sabia o quão bom seria deixar tudo sair, gritar tudo que eu queria gritar. Mas eu me senti tão satisfeita, tão bem... Tudo graças ao garoto do meu lado.

Não foi como se eu tivesse realmente gritado para os meus pais, ou para Harry... Mas foi bom para caralho. Eu senti como se um peso que eu nem mesmo sabia que estava carregando fosse solto dos meus ombros. Essa era a Hayley de verdade, e fodasse quem não gostasse.

"Você sabe que vai ganhar, não é?" Pergunto, vendo o quão calmo e convencido ele estava. Peter solta uma risada alta.

"É claro que eu sei que vou ganhar, fadinha... Eu sei, eles sabem. Porra, essa corrida é literalmente minha. Mas, com o caralho se não é exitante." Ele diz, e nesse exato momento, uma garota aparece na frente dos carros.

Ela usava uma saia vermelha tão colada que mais parecia uma segunda pele, uma bota de combate preta com saltos gigantes de cano curto, uma blusa branca amarrada que cobria apenas o seu peito, deixando aparente um piercing no umbigo. Seu cabelo ruivo ia até a sua cintura... A menina era linda, e ela segurava uma fita.

"Preparados?" Ela grita, e cada um desses carros ruge, e eu me pergunto se estou no paraíso. "Um..."

Ela começa a contagem, e uma onda de adrenalina sai por minhas veias.

"Fadinha?" Peter chama.

"Dois..." A menina continua com a contagem.

"Yeah?" Respondo, nossos olhares presos na frente.

"Três e..."

"Feliz aniversário." Ele sussurra comprovante da um sorriso no rosto no minuto em que o relógio muda para meia noite e eu sorrio.

"Corram!" No momento em que a garota abaixa a fita amarela que ela segurava, todos os carros dão partida.

Eu solto um riso alto, pois a adrenalina corria nas minhas veias, e eu me sentia fodidamente livre. Eu me sentia feliz.

Eu sabia que Peter tinha planejado para a corrida ser exatamente a meia noite, e isso me deixou feliz. O meu primeiro aniversário em dois anos que eu me sentia bem.

E Peter foi quem me deu isso. O garoto frio e distante, que não parecia ligar para nada, foi quem me deu essa liberdade. Foi quem me mostrou o que eu estava perdendo.

Peter corre no mesmo nível dos outros corredores, mas eu sabia que se ele quisesse, ele terminava essa corrida com uma grande vantagem. Pelo sorriso torto em seu rosto, ele sabia disso também.

Mas era apenas uma questão de estratégia. Quando os outros corredores verem que o melhor carro não tem, aparentemente, um motorista bom, eles vão ficar convencidos. Todos sempre ficam. E essa é a ruína.

Na metade da corrida, estávamos em segundo lugar, mas eu sabia que isso iria mudar já já. A Ferrari preta na nossa frente já estava começando a manter uma velocidade mais lenta, apenas por pensar que a corrida já era sua.

Mas, a medida que nós nos aproximamos do final da corrida e Peter continuou no mesmo ritmo, eu comecei a duvidar.

"Peter... O que está fazendo?" Pergunto, e seu sorriso apenas cresce. Porra.

"Na hora certa, fadinha... Apenas espere..." Ele murmura, e eu começo a ficar nervosa.

Faltavam duzentos metros, e ele ainda não passou a Ferrari. Hora certa... Caralho, isso apenas fez meu coração bater mais rápido, adrenalina pura em meu sangue.

Cento e cinquenta metros... Cem... Puta. Merda.

"Peter!" Grito, e ele solta uma risada, finalmente acelerando com tudo. O carro ruge, fazendo um barulho que quase me levou ao orgasmo ali mesmo.

Caralho. A Ferrari tentou nos passar, mas era tarde de mais. Quando passamos pela linha de chegada, estávamos em primeiro lugar. O carro derrapou até parar, a minha respiração pesada, assim como a de Peter.

Nós ficamos em silêncio enquanto uma multidão cercava o carro, mas nenhum de nós fez um movimento para sair. Eu ainda estava muito nervosa, meu coração batendo acelerado. Mas, de um jeito bom. De um jeito muito bom.

"Caralho, Peter... Você me assustou." Eu sussurrei, e ele solta uma risadinha baixa, olhando para mim com os olhos elétricos.

"Eu estou ofendido que você não confia nas minhas habilidades atrás do volante." Ele responde, o sorrisinho torto de sempre aparecendo em seu rosto.

"Bem, considerando que nós estávamos perdendo ali atrás..." Digo, e ele revira os olhos.

"Bem, a acelerada no final deixou as coisas muito mais emocionantes, não foi?" Eu não podia negar isso. Claro que deixou.

Ele aproxima seu rosto do meu, e eu perco meu fôlego. Peter apenas sorri mais.

"Eu sempre deixo as coisas mais interessantes, fadinha. Sempre."

Por algum motivo, eu não acho que ele estava falando sobre a corrida.

Beta - Death of Angels 2Onde histórias criam vida. Descubra agora