Capítulo 24

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Hayley

"Pelo amor de Deus, nós estamos a três horas nesse carro e eu só quero um biscoito, Peter!" Resmungo, enquanto o menino atrás do volante apenas rola os olhos para mim.

Nós estávamos em Garden City, eu acho, três horas de Wichita. E eu estava desesperada por comida e um banheiro. Peter, porém, não quer parar, e nós estamos em uma discussão pelos últimos trinta minutos.

"Eu não vou parar, fadinha. Calma aí, nós não estamos nem na metade." Eu solto um barulho de frustração.

"Ali! Para ali, tem um Wallmart ali!" Aponto, mas ele não faz o mínimo movimento para seguir a minha direção. "Peter, eu juro por Deus que se você não virar agora eu vou desistir e mijar na sua cara!"

Eu acho que eu finalmente o atingi, pois ele começa a rir alto e fazer o retorno. Ainda bem, pois eu não estava mentindo antes. Meninas tem suas necessidades, cara.

Assim que ele para o carro, eu não poderia ter levantado mais rápido. Saio correndo em direção ao banheiro, ainda ouvindo a risada de Peter atrás de mim.

Amaldiçoando seu nome, entro no banheiro e faço as minhas necessidades. Percebo que, se ele realmente não parasse, eu provavelmente teria feito na sua cara, e sem nenhum arrependimento. Não, sem arrependimento aí.

Depois, com um enorme alívio, saio do banheiro para encontrar Peter encostado no seu carro com um cigarro na boca na frente do Wallmart.

"Vamos, eu quero pelo menos um doce." Digo, sem nem parar de andar. Ele me segue.

"Sério? Viemos aqui por um doce?" Eu rolo os olhos enquanto vou direto para a sessão de comida.

"Pelo doce, pela minha bexiga e pelo bem do seu nariz." Digo, deixando que ele reflita. Peter apenas sorri.

Vou pegando os biscoitos que eu quero, e, quando alcanço o Hershey's que eu queria e boto na cestinha de compras, escuto a voz de Peter atrás de mim.

"Sabe, querida, eu acho melhor você não esquecer de contrato os seus absorventes e tampões. Não queremos uma emergência como da última vez." Arregalo meus olhos e viro para saber o que diabos ele está fazendo.

Quando encaro seu rosto, que estava sério, exceto por seus olhos, vejo um casal de velhinhos atrás dele nos encarando assustados. Merda, ele tinha falado em voz alta, e eu aposto que não foi um acidente. Quer brincar, Pete? Vamos brincar.

"Tudo bem, amor. Mas também não podemos esquecer sua camisinha PP. Já te avisei que ser pequeno não é um defeito, então você deveria parar de comprar camisinhas grandes demais!" Devolvo, e os olhos dos senhores parecem que vão saltar das órbitas. Peter parece prender o riso, assim como eu.

"Claro que tenho, assim como você tem que aceitar que tem que comprar seus remédios para Vaginite!" Eu arregalo os olhos quando ele me envia um sorriso zombeteiro. Estava indo longe demais.

"Podemos aproveitar e comprar o seu para ejaculação precoce, babe." Digo, e tenho que me segurar para não gargalhar quando os velhinhos se afastam de nós correndo.

Alguns segundos depois, porém, eu já não consigo e solto a minha risada alta. Peter me segue, e daqui a pouco, somos dois lunáticos rindo no corredor de comidas.

"Vaginite? Sério?" Pergunto, secando as lágrimas dos olhos. Ele dá de ombros.

"Ejaculação precoce? Pau pequeno?" Eu solto uma risada alta novamente, e Peter tem que me arrastar para o caixa pois eu não consigo parar.

Peter paga com seu cartão, depois de uma mini discussão sobre o assunto que me deixou emburrada. Foi idiotice minha achar que ele tinha acabado suas provocações, porém. Quando estávamos saindo, ele virá para a mulher atrás do caixa.

"Desculpa, senhora, você sabe onde encontramos remédio para Vaginite?" Eu arregalo os olhos e a menina cora antes de indicar onde ficam os remédios em geral.

Peter, com seu sorrisinho no rosto, agradece e me puxa boquiaberta para a saída.

"Sério? Você deixou a menina sem graça por nada!" Repreendo, apesar de ter achado a cara da menina bem cômica. Peter apenas dá de ombros enquanto abre a porta do carro.

"Foi engraçado de qualquer maneira. O fato dela ter corado apenas intensificou isso." Tudo bem, ele estava certo e eu não tinha como negar.

Entro no banco de passageiros e assim que Peter sai com o carro, eu já estou com o meu Hershey's na mão. Não posso conter um gemido quando dou a primeira mordida.

"Fadinha, você realmente não pode fazer esses barulhos enquanto eu estou dirigindo, tudo bem? Segurança e tudo mais." Ele diz, e eu não posso evitar em corar. Estúpido, eu sei, mas aconteceu. E dou graças a Deus que seus olhos estão no trânsito.

Ligo o som alto, e faço uma careta quando country music sai dos auto falantes.

"Posso botar um CD?" Pergunto, e Peter tira seu olhar do trânsito para me encarar com um olhar divertido.

"Não gosta de country?" Pergunta, e eu nego fortemente com a cabeça. "Ótimo, nem eu. Tem alguns no porta luvas, eu acho."

Eu faço o que ele disse, e acho três CDs. AC/DC, Imagine Dragons e Linkin Park. Oh, essa é difícil.

"Sério? Você tem três bandas maravilhosas e você espera que eu escolha? Como?" Pergunto, seriamente dividida, e Peter sorri.

"Essa é sua escolha, fadinha. Cuidado, porém. Escolha sabiamente." Eu rolo os olhos e me foco nos três CDs.

Eu amava cada um deles. Óbvio, se tivesse 5 Seconds of Summer a minha escolha seria muito mais fácil, mas eu não sabia. Fico alguns minutos segurando os três CDs antes de, com um suspiro, guardar AC/DC e Linkin Park de volta no porta luvas.

Boto Imagine Dragons no carro, e Thunder começa a tocar pelo alto falante.

"Boa escolha." Peter me diz com um sorrisinho no rosto e uma mão no volante.

Assisto enquanto ele pega seu óculos de sol no porta luvas a minha frente, seu corpo se aproximando do meu. Pela segunda vez em três horas, me pego imaginando coisas que não devia. Afasto esses pensamentos logo depois.

Peter se afasta e posiciona o aviador original preto em seu rosto. Antes dele fechar o porta luvas, porém, eu vejo algo que me faz arregalar os olhos.

"Maconha? Você realmente tem maconha no carro? Sério?" Pergunto, e Peter apenas sorri e da de ombros.

"E? Se acalma, fadinha. Nada demais aí." Ele diz, e eu bufo. Honestamente, não estava surpresa.

"Sabe que podemos ser presos por causa disso, certo?" Pergunto, e ele apenas me encara divertido, sem responder.

Suspiro. É claro que ele sabe. Depois de alguns minutos, porém, ele apenas fala.

"Só se for pego, fadinha. E, honestamente, mesmo se for, eu nunca pareço ficar na prisão por muito tempo de qualquer maneira."

Beta - Death of Angels 2Onde histórias criam vida. Descubra agora