Beta - Death of Angels 2

Capítulo 8

Peter

Um silêncio completo cai entre nós. Eu não tirava meus olhos de Hayley, e ela, por sua vez, não tirava os olhos arregalados do homem morto. Suas mãos tremiam, e a arma que ela segurava firme balançava. Ela nem parece notar, já que está totalmente concentrada no homem que atirou.

Olho para Loki e Wade, e Alpha acena com a cabeça para mim. Eu pisco uma vez, e me viro novamente para Hayley, caminhando lentamente para seu lado. Quando finalmente chego a centímetros dela, Hayley apenas percebe que estou lá quando toco em seu ombro. A menina da um pulo, e me encara com os olhos cheios de água.

"Ele ia te matar..." Ela sussurra tão baixo que eu quase não consigo escutá-la, e posso perceber os meninos sumindo com os corpos que matamos pela minha visão periférica. "Ele ia te matar, então eu atirei." Eu aceno com a cabeça. Acho melhor deixar de lado o fato que aquele cara nunca conseguiria me matar. Não é o momento de dizer-lhe isso.

"Fadinha, me dê a arma..." Eu digo, lentamente, enquanto boto a minha palma em suas mãos. Ela parece perceber que ainda segurava a arma e larga para eu pegar. Boto a pistola na calça jeans.

"O que eu fiz..." Ouço ela sussurrar novamente, e não sei porque vê-la tão triste me deixa chateado. Gostaria de reviver o cara apenas para que eu possa matá-lo eu mesmo...

"Olha... Vamos conversar sobre isso, tudo bem? Venha comigo." Eu digo, imediatamente guiando a menina pelos ombros. Ela não discute, então eu levo isso como uma permissão.

Deixo ela parada ao lado da minha moto, e corro para falar com Loki rapidinho.

"Leve ela para o bar... Acho que se chegarmos todos em cima dela vai ser demais." Ele diz assim que eu me aproximo, e apenas aceno. Quando me viro para ir, Loki me chama de novo." Pete!" Viro o rosto para ele. "Pegue leve com ela."

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Hayley

Eu não podia realmente calcular o que aconteceu. Eu matei alguém. Botei uma bala no meio de seu crânio sem pensar duas vezes. E o pior? O pior era que...

"Hey, fadinha. Suba atrás de mim, tudo bem?" A voz de Peter afasta meus pensamentos e eu vejo que ele esperava que eu sentasse na garupa da moto onde ele já estava montado. Não tinha nem visto ele voltar.

Aceno com a cabeça e subo, imediatamente enrolando meus braços ao redor de sua cintura. Ele não tira dali, então aproveito o conforto que isso me trás. Normalmente, eu não subiria na parte de trás de uma moto. Meus pais me matariam se vissem isso. Mas, eu suponho que me matariam também se descobrirem o que eu acabei de fazer.

Peter dirige pelas ruas vazias de Wichita rapidamente, e logo reconheço onde estamos. Ele não estava me levando para casa. Graças a Deus. Estava me levando para o bar.

Meus pais voltariam de viajem amanhã, e não sei se conseguiria fingir a boa menina. Boas meninas não matam pessoas. Boas meninas não sabem atirar uma arma. Boas meninas não sobem em garoupas de motos.

"Fadinha?" Escuto novamente a voz de Peter, e percebo que não estamos mais nos movendo. Minhas mãos estavam o apertando, e nós estávamos na frente do bar onde ele morava. Solto meu aperto, meio envergonhada de perder totalmente a si mesma desse jeito.

Peter levanta da moto, e eu logo faço o mesmo. Ele me guia para dentro do bar, e eu nem percebo o lugar. Meu olhar estava preso a frente, sem perceber direito aonde estava indo. A única cena que repassava na minha cabeça, era o homem careca, que eu matei, com um canivete contra a jugular de Peter. Ele ia o matar, não iria?

As mãos de Peter nos meus ombros eram a única coisa que me guiava quando subimos as escadas. Não olho para nada ao redor, não noto nada. Encaro apenas em linha reta, sem realmente prestar atenção em onde estávamos.