Capítulo 31 - Lágrimas.

16.6K 1.7K 206
                                    

Connor


Ela se mexeu!

Depois de seis meses Grace finalmente resolveu acordar como diria Angie. Minhas garotas todas juntas no shopping rindo e se divertindo e eu preso no trabalho, mas como ainda é quarta-feira eu não posso fazer muito mais. Não vejo a hora de chegar em casa e vê-las, beijar Izzie, ouvir os relatos intermináveis de Angie e sentir Grace finalmente se mexer.

- Pensando na mulher, Connor? - meu chefe pergunta e faço que sim, não tem como nem por que esconder meu sorriso bobo.

- Estava, nos vimos hoje de manhã e já estou com saudades. Como é possível?

- O nome é amor, sempre que penso na minha esposa é assim também e já estamos juntos há dez anos - ele sorri. - Mas agora volte ao trabalho que assim o tempo passa mais rápido.

- Sim, senhor - digo me voltando finalmente para o computador.

Estou tão concentrado na escolha das cores para o meu logotipo que só sinto o celular que está no silencioso vibrar quando já tem mais de três ligações perdidas.

- Alô? - finalmente atendo o número desconhecido sem ter nem ideia de quem poderia ser.

- Connor? - alguém pergunta e não reconheço a voz.

- Sou eu, quem gostaria?

- Meu nome é Daiane, sou recepcionista do hospital...

- Hospital? - a interrompo com um mal pressentimento. - Quem...? O que aconteceu? - decido mudar a pergunta tendo certeza de que não vou querer saber a resposta qualquer que seja ela.

- Você conhece Isabelle Adms?

- Izzie? - pergunto no automático, em pânico. Não, não, não, ela não, elas não! - Ela é minha mulher. O que... O que aconteceu?

- A Srta. Adams sofreu um acidente. Foi atropelada na saída do shopping. Isabelle e a menor com ela foram trazidas pra cá. O senhor pode vir vê-las?

- Como elas estão!? Isso é brincadeira, certo? Nós estávamos ao telefone em menos de duas horas atrás. Como... Como isso foi acontecer!?

- Senhor, acalme-se, por favor, nós não damos informações sobre os pacientes por telefone, você terá que vir até aqui. Senhor? - ela chamou quando eu não disse nada.

- Já vou... - sussurrei trêmulo e ela desligou.

Se eu não estivesse sentado teria caído no chão, não sinto minhas pernas, na verdade, não sinto nada que não seja medo agora. Esse telefonema é ainda pior que o de Helen, aquele em que ela falou sobre Angie. Saber que elas se machucaram, todas elas, me desestrutura de uma forma que não sei descrever, perder qualquer uma delas é algo que não quero descobrir como é. Eu poderia ficar ali naquela cadeira pelo resto do dia só rezando para elas estarem bem, sem coragem para encarar a realidade fosse ela qual fosse. Mas não podia me dar a esse luxo, por que tinha que encontrá-las, todas elas, e minhas garotas estariam bem, tinham que estar.

Não me lembro de falar com meu chefe ou me despedir de alguém, mas acho que o fiz, não tenho nem ideia de como consegui andar até o carro e o fiz se mover, só sei que cheguei ao hospital numa velocidade absurda, berrei com a secretária de um jeito que não sabia ser capaz e quando cheguei a recepção onde Stu e Angie estavam, não aguentei.

- Onde ela está, cadê a Izzie? Onde está minha mulher? – gritei para ninguém em particular em busca de respostas, eu tinha plena consciência de que gritar não mudaria nada nem faria ninguém se mover mais rápido, mas era o meu jeito de lidar com todos os sentimentos que eu não sabia nem nomear nesse momento.

Meu Pequeno Anjo ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora