Capítulo 33 - Bem-vinda de volta.

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Izzie


Eu não sonhei, nem tive nenhum tipo de experiência de quase morte como muitos dizem acontecer, só dormi. Senti o impacto do carro, a dor e tudo ficou escuro e depois nada, só a voz de Angie ao longe todo tempo. Quando eu finalmente consegui abrir os olhos, não havia mais dor, e ela estava lá sorrindo para mim como sempre e ele também. Connor tinha os olhos arregalados de pura felicidade e seu sorriso era tão lindo quanto eu me lembrava.

- Mamãe, você acordou! – Angie exclamou agarrada ao meu pesco e eu consegui abraçá-la de volta mesmo que meus movimentos estivessem lentos e pesados. – Eu sabia que você ia acordar, o papai disse que ia e ele nunca mente. Viu, vovó! A mamãe acordou! – ela olhou para minha mãe que estava ali também, parada no meio do quarto me olhando num misto de choque e felicidade, em meio ao meu momento eu mal tinha notado ela e papai ali.

Foi então que me lembrei de outra coisa importante, me sentei tão rápido que tudo girou e eu e Angie, que ainda estava agarrada a mim, quase caímos da cama. Connor foi o primeiro a reagir e nos segurou.

- Calma, amor. Você não pode levantar assim.

- Grace! – arfei com a voz um pouco mais forte e olhei para a minha barriga que ainda estava tão grande quanto eu me lembrava. Eu tinha medo de perguntar, mas o fiz assim mesmo. – Ela está bem? Ela...

- Fique calma, Ok? Ela está bem, você protegeu nossas garotinhas. As duas estão ótimas e agora você tem que descansar, eu vou chamar um médico.

- Mas eu me sinto bem, acho que descansei até de mais. Quando tempo eu fiquei fora? – pergunto deixando Connor me ajudar a deitar outra vez. Ele desvia o olhar, Angie é a primeira a falar.

- Um monte de dias assim, mamãe – ela mostra uma mão inteira e mais dois dedos. Surpreendo-me com sua contagem e olho para Connor exigindo uma resposta, ele finalmente me encara de volta.

- Uma semana, Gatinho? Isso é sério? Eu fiquei mesmo fora por uma semana? – o pensamento me assusta e a resposta de Connor também.

Ele faz que sim e finalmente noto coisas nele que não havia notado antes, a barba por fazer, as olheiras escuras e profundas o cabelo bagunçado que não é seu habitual, a roupa amassada e o ar cansado. Essa parece uma versão extremamente triste do meu Gatinho e não gosto disso, nenhum pouco. Sei que assustei todos, e muito, por que apesar de não estar falando nada, Angie continua agarrada a mim e olhando para o meu rosto como se para garantir que continuo de olhos abertos, isso me parte o coração. Sete dias, os deixei preocupados por sete dias e agora me olham como se eu fosse quebrar a qualquer momento.

Meus olhos encontram o de mamãe e não sei qual das duas está mais incomodada, não nos falamos há quase quatro meses, desde o desastre lá no apartamento e não sei o que dizer a ela, e nem se ela quer me dizer alguma coisa.

- Mamãe, você veio – sussurro e ela faz que sim, papai olha de uma para a outra sorrindo e Connor meio hesitante se aproxima de Angie.

- Vamos ir lá dizer ao médico que a mamãe acordou, Angie? – ele chama e sei que não quer ir, mas vai fazer isso para me deixar a sós com meus pais e só sei amá-lo mais por isso.

- Não – a pequena esconde o rosto em meu peito e me aperta mais. – Não quero ir.

- Vai ser bem rápido.

- Mas e se a mamãe dormir e não acordar de novo? – ela funga e acho forças para apertá-la também.

- Não vou nem fechar os olhos – digo a ela que levanta o rosto para me encarar. – Prometo. Só vou conversar com a vovó e o vovô. Você pode fazer um favor para a mamãe?

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