Capítulo 18 - Você não vai a lugar nenhum.

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Connor

Como isso é possível? Num minuto estamos mais que bem e Izzie acabou de aceitar ser minha namorada e no outro algum de nós vai se mudar. É a morena quem me puxa pelo resto dos lances da escada, é ela quem sorri para Angie e garante que está tudo bem, eu só fico lá e me deixo ser levado.

Não quero isso, não quero ir, nem quero que ela vá. Quando Izzie abre a porta, todos entramos, mas nenhum de nós sai da sala, nem mesmo Angie, ela não entende tudo, mas é esperta o suficiente para notar a súbita mudança de humor ao seu redor.

- Eu não quero ir!

- Eu não quero que você vá! - dizemos os dois juntos, não tenho nem certeza de quem falou qual frase, só consigo sorrir encarando seus olhos escuros que me hipnotizam, eles estão sorrindo assim como ela.

- Achei que você fosse me achar louca por não querer ir, nem querer que você vá. Não quero perder o que acabamos de começar, nem quero me separar de vocês - Izzie tagarela e a beijo. Por que ela é linda, por que colocou em palavras tudo o que eu estava sentindo e por que provavelmente por que estou apaixonado por ela. Mas isso ainda é cedo para dizer.

- Quem vai embora? A Iz e o bebê da barriga? - Angie pergunta com os olhos assustados, ela vem até nós e se enfia em nosso meio abraçando a morena. - Não vai embora, Iz. Eu e o Concon vamos cuidar de você e do bebê da barriga.

- Hei, calma - Izzie se abaixa para ficar da altura dela, ambas tem os olhos marejados e só quero envolvê-las em meus braços para que não chorem nunca mais. - Ninguém vai embora. O Concon acabou de dizer que não deixa, então não posso ir.

- Nós vamos ficar todos juntos? Ninguém vai embora? - Angie ainda pergunta e Izzie beija sua testa.

- Ninguém vai embora.

- Ouviu isso, Con? A Iz falou que ninguém vai embora. Não pode ir então - ela diz olhando para mim e acho graça. Já sabemos quem dá a última palavra nessa casa e não sou eu.

- Eu ouvi, ninguém vai. Agora vamos comer? O bebê da barriga deve estar com fome.

Ela sorri, faz que sim e corre para a cozinha, Izzie me beija e vai atrás dela, estou prestes a segui-las quando meu celular toca. Sorrio olhando o nome na tela, mamãe é adivinha por acaso?

- Connor Scott, que história é essa que você vai deixar Izzie e meu netinho irem embora? - é o que ela diz assim que atendo, nada de "Oi" ou "Como você está?".

- Como você sabia, mãe? Charles acabou de nos contar.

- Abby acabou de me ligar. Charlie não tinha nada que dar uma ideia tão sem cabimento pra vocês. O que ele está pensando, separando uma família assim? Você não vai deixá-los ir, não é Concon? Como vou dar a Izzie as roupas de bebê que estou bordando se ela estiver longe?

Sorrio ao imaginar a expressão de mamãe, algo entre irritação e criança pidona.

- Mamãe, a senhora encontraria Izzie no fim do mundo se assim quisesse, uma mudança não afetaria em nada seus planos e como assim seu netinho?

- O que mais o bebê dela seria, Concon? Você já foi mais rápido meu filho - eu posso claramente vê-la revirando os olhos impaciente e rio incrédulo.

- Eu te amo, mãe. Você é a melhor pessoa do mundo e por ser quem é, vai ser a primeira a saber. Eu e Izzie estamos namorando.

- Vocês só perceberam isso agora?

- Às vezes você me mata dona Vera.

- Não tenho culpa se não enxergam a verdade. Mas e a mudança? Connor, por favor - seu tom agora é sério e respiro fundo.

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