ATO 16

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     — Meu

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     — Meu... amigo? — Perguntei pasma. Saí da cama e ajoelhei no chão para visualizar Meggie melhor — qual amigo?

     Sem responder, a garota voltara a desenhar no chão, ela apagou os olhos do garoto que estavam fechados e os desenhou abertos. Preencheu o giz branco em todo o globo ocular.

     — Brok... ele está aqui? Onde?! — continuei as perguntas, ficando mais agitada.

     Meggie desenhou ao lado dele uma casa com um grande portão e depois olhou para mim.

     — Ele está aqui? Na casa?

     Meggie acenou negativamente com a cabeça. Ao lado da casa ela desenhou um cavalo.

     — Celeiro? Ele está em um celeiro?

     —Sim. Fica atrás do sitio — respondeu ela.

     — Vou até lá agora mesmo.

     Meggie segurou meu braço antes que eu pudesse me levantar e voltou a desenhar no chão. Desta vez, uma chave.

     — Está trancado?

     Meggie acenou positivo.

     — Imagino que a dona das chaves é a Wendy — afirmei.

     — Sim e não — Meggie sacou de seu bolso uma chave enferrujada. Em seguida saiu debaixo da cama e ficou parada em minha frente — Você e seu amigo são as crianças do mundo dos sonhos? — perguntou encarando-me.

     Analisei a garota e vi seus grandes olhos negros brilharem, um vestígio de esperança, formado por aquela pergunta.

     — Sim, nós somos. Esta é a chave do celeiro?

     Meggie acenou positivo.

     — Então não posso perder mais tempo, vamos.

     O tic tac foi ofuscado pelas batidas de meu coração. Saímos apressadas para fora do sítio. Meggie havia conseguido as chaves necessárias para sairmos dali. Passamos a sala, a cozinha e por fim os jardins. O vento gélido bateu em meu peito e meu corpo parou de se mexer por alguns segundos. Meggie possuía cabelos muito curtos para esvoaçarem com o vento. Ela estava bem agasalhada, como se já tivesse orquestrado todo o plano a muito tempo.

     Seus desenhos eram alertas, um gesto de ajuda, mas eu não pude dar atenção a isso. Agora entendo que além de ter me observado, Meggie era a única que de fato sabia de algo do meu extremo interesse.

     Os jardins continuavam escuros, iluminado apenas pela luz acima da porta da cozinha, mas Meggie possuía uma lanterna em seu bolso. Meu maior temor era se aquela criatura aparecesse novamente. Só de pensar nessa hipótese eu esquecia que ali fora estava um frio castigador e aquecia meu corpo apenas com a adrenalina e o medo.

III - Liberdade Para IrrecuperáveisOnde histórias criam vida. Descubra agora