Da sequencia de Rebelião dos Irrecuperáveis, Pandora Moon, 28 anos, castigada pelo passado agora se vê fazendo uma difícil escolha em abraçar uma causa que a tempos fora esquecida. Unindo forças com novos e antigos aliados, ela selará seu destino e...
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— Isso aqui está silencioso demais, Brok. Consegue sentir alguma coisa ao redor? — perguntei a ele enquanto iluminava o caminho por onde passávamos.
— Tudo o que sinto é dores nos pés. Não é nada fácil andar nesse monte de mato descalço. Provavelmente já estou cheio de feridas.
— Que agonia! — respondi — voce não precisa fazer isso se não quiser.
— Na verdade eu preciso, Pan, tudo o que me resta é o meu sentido aguçado.
Meggie era uma criança muito quieta e raramente se intrometia em nossos diálogos. A propósito, essa menina me lembrava alguém, eu só não sabia quem. A garota estava demonstrando firmeza, mas lá no fundo eu sabia que o medo a dominava de uma forma tão devastadora que seus olhos permaneciam arregalados o tempo inteiro. Forçar uma criança a esse tipo de situação é algo que somente funcionários loucos do Insanity Asylum fariam. Seria eu, uma futura funcionaria louca?
Ela não foi obrigada a estar aqui, pensei. E também não está sendo forçada a nada.
— Meggie, está tudo bem? — perguntou Brok enquanto caminhávamos em passos lerdos.
— Sim — respondeu em seguida.
Logo nosso pequeno momento de paz cessou quando ouvimos algum barulho adiante.
— O que foi isso? — questionou Brok, segurando em minha mão.
Sem responde-lo, tentei captar alguma coisa, e então, mais barulhos surgiram, desta vez estava em toda parte. Galhos, folhas, matos, se mexiam e mesmo assim continuávamos procurando. Até que parou.
Tudo voltara ao silencio.
Meu corpo paralisou junto com os demais. A respiração ficou fraca, o coração desacelerou e a vista foi melhorando conforme o tempo. Nada foi o suficiente para encontrarmos algo.
— Pan, estou ficando levemente assustado — respondeu Brok — são barulhos que eu conseguiria perceber se fosse alguma coisa por perto.
— Assustado é uma palavra que já estou lidando a um tempo, meu amigo — soltei sua mão e tomei a dianteira do grupo, jogando a luz da lanterna para todas as direções possíveis. Minha adrenalina com certeza estava maior que antes e minha testa escorria um suor gelado que passava pelas minhas bochechas e parava em meus lábios, fazendo engoli-lo.
De repente, Meggie soltou um grito muito alto ao ver algo caindo de cima de uma das arvores para as costas de Brok.
O mesmo também gritou. Ao apontar a lanterna para o rapaz, uma criança de olhos brancos e pele acinzentada estava agarrada em suas vestes. Ela produzia um som agudo pela boca e tentava arranhar sua cabeça com uma de suas mãos. Brok tentara pegar a criatura mas ela parecia ter cravado suas unhas nas costas dele.