ATO 22

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A paz só acontece quando você começa a se conhecer

A paz só acontece quando você começa a se conhecer

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     A morte se aproximava, de novo.

 Ao ver ambas as criaturas ali, sem nos dar qualquer outra esperança de fuga, parei de correr no mesmo instante.

Meu cérebro dizia para continuar, procurar algum lugar seguro dali, mas o resto do corpo comandava minhas atitudes, impossibilitando qualquer movimento. Nada que eu quisesse fazer naquela hora iria mudar o destino que me aguardava.

Apertei Meggie mais forte, ajoelhei no chão e com meu corpo tentei ao máximo cobrir o dela. Se fosse para ser deste jeito, que seja eu primeiro. A última gota que saiu de meus olhos tocou o chão quente e evaporou quase no mesmo instante. Meu coração não palpitava. Os batimentos mantinham estáveis, mesmo com todo o esforço de ter chegado ali, tão longe, mas ao mesmo tempo, tão perto da verdade.

Quantas verdades eu poderia ter descoberto se continuasse a correr mais? Caso conseguíssemos chegar até o laboratório no fim da metrópole, o que viria após isso? Quantas vezes eu teria que estar por um fio para ficar próxima da verdade? Até que ponto se vai e até que ponto se aguenta?

Ambas as criaturas se aproximaram.

Abriram suas bocarras, despejando jatos potentes de fogo em nossa volta, que ao colidir com o asfalto, fez meus cabelos esvoaçarem e minhas vestes se mexerem em desordem. Meggie segurava o lenço de Eleonor com firmeza para que não escapasse de suas pequenas mãos. Os monstros andavam em círculos acima de nós como corvos famintos e junto deles, uma roda de fogo se formara, impedindo qualquer escape. Aquilo estava mais quente que o sol acima de nossas cabeças e o asfalto abaixo de nossos pés. O vento escaldante formava-se de todos os lados.

Um fim castigador, para duas vidas castigadas.

— Me desculpe, Meggie, me desculpe... — disse a ela, com a pele de meus joelhos derretendo.

Olhei para o céu e ele estava tão azul e tão imenso, tapado apenas pelos dois monstros voadores, rodeando-nos, preparando o golpe final. Só havia uma coisa de diferente ali. Uma coisa que mudaria tudo.

Algo rasgava a imensidão celeste, com uma fumaça acinzentada, vindo diretamente para nós. E quando digo nós, é todos os seres vivos ali presentes.

Um míssil de alta precisão vinha de algum lugar, comandado por alguém que o disparara. E antes das criaturas perceberem, o tiro fora certeiro. Atingira as costas de uma delas, explodindo seu corpo e criando uma bola de fogo acima, afugentando a outra, que se desequilibrara e fora arremessada a alguns metros de mim, colidindo em outro dos prédios.

Meus olhos se fecharam no momento do impacto. Soltei Meggie no chão e me joguei em cima de seu corpo para protege-la. Pedaços de tripas mancharam o asfalto e uma chuva de faíscas e fuligem dominavam o ar, batiam em minhas costas e me presenteara com pequenas queimaduras.

III - Liberdade Para IrrecuperáveisOnde histórias criam vida. Descubra agora