Bad Blood

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Oh, é tão triste

Pensar nos os bons momentos

Você e eu

Porque, meu bem, agora nós temos uma rixa

Você sabe, isso costumava ser um amor louco

Então dê uma olhada no que você fez

Porque, meu bem, agora nós temos uma rixa, hey


Parei em um sinal próximo ao apartamento de Mani. O som estava rufando no último volume, numa rádio qualquer, tocava Bad Blood, eu mexia a cabeça e acompanhava o ritmo com leves batidas no volante do carro. Qualquer coisa na rua era uma forma de me distrair, as pessoas transitando pela calçada, as lojas e suas fachadas... O sinal ficou verde e  voltei a acelerar o carro. Eu estava agitada, minha cabeça estava a mil, tinha bilhões de pensamentos e somente um era evitado: a demônia de olhos vedes.

Suspirei aliviada no instante em que estacionei meu carro na vaga de visitante dentro do prédio de Mani. Peguei a minha bolsa e saí dele. Apertei o botão e liguei o alarme, para finalmente seguir a passos apressados até o elevador. Já dentro apertei o botão da cobertura da minha melhor amiga e esperei pacientemente o ele começar a subir. Olhei para meu reflexo no espelho e fiz uma careta. Eu estava uma bagunça. Nem mesmo o óculos disfarçava mais nada. Agradeci quando as portas do elevador se abriram e caminhei até a porta do apartamento que ocupava a luxuosa cobertura. Apertei a campainha uma... Duas... Três...

- Kordei! – gritei socando a porta, depois apertando demoradamente a campainha. Fiquei pressionando pelo que pareceu dois minutos. – Normani Kordei, você tem um minuto para abrir esta porta antes que eu... – parei quando a porta se abriu.

- O que pensa que está fazendo, Cabello? – sua voz estava rouca, sua cara amassada e seu cabelo parecia um ninho de passarinho.

Não consegui me segurar e cai na gargalhada, ela estava com uma aparência pior que a minha. Sem esperar pelo convite passei pela monstrinha entrando no apartamento. Normani era uma negra linda, a mais bonita que já vi, seu rosto era de uma beleza incomum, seus traços perfeitamente  desenhados, tudo naquele rosto combinava, seu corpo era escultural e sua barriga, bem ela não tinha. Além, é claro, de seus cabelos um pouco abaixo dos ombros com as pontas azuis.

- Se eu fosse você teria vergonha de atender a porta com essa aparência. - provoquei. - Faça-me o favor, Mani, são duas horas da tarde.

Falei me jogando em seu enorme e confortável sofá. Aquele apartamento era um luxo e sua sala era espetacular, moderna e arejada. A sacada era incrível, dando para uma área de lazer perfeita. Fui tirada do meu universo particular quando escutei a porta ser fechada bruscamente, cheguei a saltar de susto.

- Você Cabello, deveria ter vergonha de sair de casa com essa cara de cadáver, além é claro do show que acabou de dar na porta do meu apartamento. - bufou raivosa. - O que você quer aqui, Camila? Além de obviamente querer toda a atenção dos meus ilustres vizinhos? - ironizou.

- Você mora na porra da cobertura, "seus vizinhos", só abaixo de você, sem contar que eles, ao contrário de você, são pessoas ocupadas, devem estar trabalhando. - sorri.

- Não sou bem eu a pessoa que está sem um trabalho aqui. - provocou.

- Ei, eu ainda estudo. - me defendi.

- E eu faço pós. - sorriu.

- Joga na cara. – falei revirando os olhos. – Quais as chances deu comprar um diploma? - questionei.

Secret Love SongOnde histórias criam vida. Descubra agora