Rehab

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E eu nunca me entregarei para outra pessoa como me entreguei para você
Você nem mesmo reconhece a forma como me magoou, não é?
Vai precisar de um milagre para me trazer de volta
E você é o culpado
E agora eu me sinto como....oh!
Você é a razão pela qual estou pensando
Em não fumar mais estes cigarros
Acho que é isso que ganho pelo pensamento ilusório
Nunca deveria ter te deixado entrar pela minha porta
Da próxima vez que você quiser ir embora
Eu simplesmente deveria deixar você ir
Porque agora estou usando como eu sangro
É como se eu tivesse entrado num centro de reabilitação
E, querido, você é a minha doença
É como se eu tivesse entrado num centro de reabilitação
E, querido, você é a minha doença
Eu preciso entrar num centro de reabilitação
Porque, querido, você é a minha doença
Eu preciso entrar num centro de reabilitação
Porque, querido, você é a minha doença

Lauren estacionou o carro no píer que ficava um pouco afastado da casa de praia da família Jauregui. Esperei ela tirar o sinto e destravar as portas para que eu abrisse a porta e saísse, a primeira coisa que me atingiu foi à brisa. Senti o vento bater em meu rosto e bagunçar meus cabelos. Respirei fundo, sentindo uma paz sem igual em todo o meu ser. E por um momento esqueci de como o meu dia tinha sido uma grande merda, esqueci todo o estresse e deixei que a paz me tomasse.

Despertei quando senti um toque em meu braço, abri os olhos e me deparei com Lauren me olhando, seus olhos estavam verdes brilhantes e me olhava com uma intensidade sem fim, naquele momento tivemos uma intensa troca de olhar, nenhuma de nós ousava a desviar, então ela suspirou e sorriu de leve.

- Vamos nos aproximar da água, está quase na hora. - anunciou.

Afirmei e começamos a caminhar lado a lado para o fim do píer. Enquanto andávamos eu olhava para a praia, quase vazia, eram poucas pessoas que estavam por ali, talvez umas cinco e bem afastadas. O mar estava tranquilo, o vento próximo a ele estava gelado. No instante que chegamos ao fim do píer, me sentei e observei Lauren fazer o mesmo, ela estava bem próxima a mim. Eu suspirei fundo e me lembrei dos inúmeros momentos em que eu vinha para cá, principalmente após o fim do meu tratamento. Estar aqui era como me sentir livre outra vez, como se de alguma forma estivesse recuperando a minha liberdade.

O sol já começava a ir, as vibrantes e intensas cores em tons de vermelho e laranja já começavam a aparecer.

- No que está pensando? - escutei a voz de Lauren.

- Nada demais... Só... Eu vim muito aqui por um tempo. - disse apenas.

- Por quê?

- Porquê fazia ter mais vivo em mim a sensação de liberdade. - expliquei.

- Como foi, Camz? - a olhei sem entender. - Os três meses... - ela disse um pouco baixo e deixou a frase morrer, não era preciso de muito para saber ao que ela se referia.

- Os piores meses da minha vida. - fui honesta.

- Como entrou nisso? - questionou.

- Uns... "Amigos". - sorri irônica. - Eu estava desesperada para fugir da realidade e simplesmente me deixei levar pelas coisas momentâneas, mas... Não creio que vá querer saber dessas coisas. - mexi minhas mãos em meu colo, desconfortável.

- Na verdade quero, se quiser me contar. - disse calma.

Respirei fundo. Essa é a questão. Eu não falava sobre isso, nunca falei sobre o que passei, sobre como foram aqueles três meses, nem com Mani. Ela sabia que tinha sido pesado, pois quando ia me ver, via o sofrimento em meu olhar e quando saí ela cuidou de mim. Mas falar sobre eles... Jamais.

Secret Love SongOnde histórias criam vida. Descubra agora