Rosas e Camélias

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Segredos expostos

Tingem de rubor

A palavra rosa

Anos atrás…

O ronco do motor era suave e a avenida não estava tão movimentada quanto costumava estar. O táxi cruzava São Petersburgo até o Hotel determinado pelo casal de japoneses no banco traseiro. A mulher de cabelos castanho avermelhado tinha um sorriso doce em seus lábios e embalava cuidadosamente a criança em seu colo. O garoto parecia um anjo, tão tranquilo e doce enquanto ressonava num sono tranquilo. O olhar de sua mãe transbordava orgulho e amor, e seus toques um carinho imensurável.

– Hiroko– chamou o homem ao seu lado, Toshia era tão jovem e belo que ninguém que o via saberia que ele era casado, muito menos um pai. Seus olhos negros sempre tão cativantes foi o que atraiu sua amada a si, estavam vidrados em seu primogénito. Acariciou a cabeça de seu único filho, que era a harmonia perfeita entre ambos.– logo chegaremos, deixa que eu o carrego, você não pode pegar peso.– Yuri não pesava muito apesar de sua aparência rechonchuda, mas a ômega estava carregando outra criança, esta de apenas quatro meses e ainda em seu ventre. Passariam a noite no hotel, e na manhã seguinte iriam fazer uma visita a uma velha amiga.

***

Como que em deslize

Tocam-se cristais

na palavra brisa

A casa era deslumbrante, não chegava a ser uma mansão, mas era grande e bem decorada. O garoto de olhos castanho avermelhado não entendia que foram fazer ali, sua mãe apenas havia lhe dito que iriam ver uma velha amiga e o vestiu com uma bela roupa que comprara a poucos dias atrás.

A campainha tocou e poucos segundos depois uma bela mulher atendeu. Esta tinha cabelos longos, de um loiro tão claro que beirava o branco, alta e de magreza saudável, os olhos cinzentos brilham ao ver seus visitantes e um sorriso animado surgiu em seus lábios. Aquele sorriso era tão lindo e diferente, constatou a criança, os lábios rosados curvados em um curioso formato de coração. A mulher conprimentou seus pais com abraços animados, não entendia uma palavra do que falavam, mas provavelmente eram saudações amigáveis de boas vindas. Sua mãe se pronunciou o pegando no colo e o apresentando a desconhecida.

– Yuri, esta é Veronika Nikiforov, uma amiga que conheci nos anos de faculdade. Comprimente-a – o garotinho, obedecendo a mãe, estendeu a mão e arriscou o pouco de russo que sabia.

–Pri-yatno poznako-mit'sya – gaguejou, abaixou a cabeça, constrangido e com as maçãs do rosto coradas. Os olhos cinzentos de Veronika brilharam mais que o natural,  levou as mãos ao rosto, abafando um gritinho estético.

– Oh my God, how cute!

Abraçou Yuuri, o arrancando dos braços da mãe e esfregando sua bochecha na dele. Uma cena fofa. Se sentiu desconfortável de início, mas logo relaxou, os braços dela eram tão confortáveis e quentes, típicos de uma mãe. Veronika convidou-os a adentrar a casa e só soltou o pequeno garoto quando estavam na sala de estar.

Ela sumiu escadas acima depois de dizer alguma coisa que ele não fazia ideia. Poucos minutos depois retornou com um garoto em seus braços. Ele parecia mais velho que si, de cabelos que mais pareciam uma cascata de prata e olhos tão belos quanto uma majestosa centáurea. Escondeu-se por detrás das pernas de sua mãe, tímido.

– Yuri, não seja tão tímido – Hiroko acariciou a cabeça do filho– este é Victor Nikiforov, tente ser amigo dele, tudo bem? Passaremos o dia aqui.– era um pedido tão simples e carinhoso, porém, para um mini poço de timidez chamado Yuri Katsuki era um pedido quase tão complicado quanto contar todas as estrelas.

Heart Of Kaleidoscope [Victuuri/ Otayurio]Onde histórias criam vida. Descubra agora