Heart Of Kaleidoscope [Victuuri/ Otayurio]

Feeling Good

Pássaros voando alto, você sabe como me sinto
Sol no céu, você sabe como me sinto
Brisa passando, você sabe como me sinto

Os passos estalavam na areia fina e clara da praia calma e quase deserta. Estava um clima ameno e o cheiro de maresia inundavam suas narinas e tornava o momento ainda mais aconchegante para si, aquele lugar significava muito para Yuuri e era a primeira vez que ia ali depois de anos. Escutava os latidos e risadas que os cães e as duas crianças davam ao se molharem com o ralo resquício das ondas que quebravam ao longe e jogavam a água nas areias. As mãozinhas curiosas cantavam as conchas que mais chamavam a atenção e se divertiam com os cães que corriam para lá e pra cá com as línguas rosadas penduradas e rabos afoitos. Sentou-se num pequeno acúmulo seco de areia, cansado de andar.

É um novo amanhecer
É um novo dia
É uma nova vida
Pra mim
E estou me sentindo bem

A praia de Hasetsu era um dos lugares em que mais guardava lembranças com seus pais e agora era o palco para criar novas com seus filhos. Kazuo e Verônica se divertiam um pouco longe dele, mas em seu campo de visão e supervisão, enquanto Fuyuki dormia em seu colo. Ainda era muito cedo, mas passear aquela hora era sempre delicioso.

– não vão para muito longe!– Victor gritou para as crianças enquanto se acomodava ao seu lado e apoiava a cabeça em seu ombro, a mão alva acariciando a filha como sempre fazia. Os cabelos platinados e agora curtos se destacando contra os negrumes fios longos de seus parceiro, como a lua se destaca numa noite sem estrelas. – cansado?

– um pouco, mas estou bem– a pouco tempo havia saído do resguardo mas ainda estava se cansando com facilidade. Estava na fase mais feliz de sua vida e, enfim, podia olhar no espelho e não ver mais aquela pessoa quebrada que sempre se julgou ser, e aquela cicatriz em seu ventre tinha sido substituída por uma nova e com outro significado. Este mais doce e adorável. A cicatriz que carregava em seu ventre agora significava que tinha frutificado seu amor por Victor, e isso já era sua maior felicidade.

Peixe no mar, você sabe como me sinto
Rio correndo livre, você sabe como me sinto
Florescer na árvore,você sabe como me sinto

Libélula ao Sol, você sabe
O que eu quero dizer, não sabe?
Borboletas se divertindo, você sabe o que eu quero dizer
Adormecer em paz ao fim do dia
Isso que eu quero dizer!

Foi um pouquinho complicado de início, o trabalho de iniciar a convivência de Kazuo com a nova integrante da família não tinha sido fácil, a criança tinha na cabecinha dela que os pais o deixaria de lado pelo simples fato de que não compartilhavam o mesmo sangue e que dariam todo o seu amor para a menina. Mas fizeram o possível e impossível para tirar aquilo da cabeça do pequeno, tanto que dormiam com ele quase todas as noites e faziam tudo juntos, incluindo cuidar da pequena, para que o mais velho não se sentisse excluído. E não demorou muito para que o moreno mais novo se apegasse tanto a irmã a ponto de causar ciúmes em Verônica.

Sempre era o primeiro a correr desesperadamente ao berço da bebê quando esta começava a chorar ou ele que ficava com ela nos braços ou tomando conta quando Fuyuki ficava na sala enquanto os pais fazia alguma coisa pela casa. Parecia um cãozinho de guarda, como sempre provocava Verônica. Mas a morena de olhos azuis também estava na mesma situação com os irmãos gêmeos recém-nascidos ,Yuliy e Yure _ ambos os nomes escolhidos propositadamente por serem variantes do nome Yuri _ que eram cópias idênticas do ômega que os tinha gerado tendo cabelos loiros e pele bem clarinha, a exceção eram os olhos negros que ambos carregavam. A única maneira de identificá-los era às pulseiras douradas onde estavam gravados seus nomes, pois eram univitelinos, portanto exatamente idênticos!

Otabeck e Yurio estavam rezando para que quando crescessem algo se destacasse do outro, como alguma manchinha na pele ou um ficasse mais baixinho, ou que um fosse de subgênero diferente, por que não dava pra identificar quem era quem nem pelo cheiro! Até o médico recomendou que colocassem brincos e um para diferenciá-los, mas o ômega foi imediatamente contra a ideia. Neste momento o outro casal, composto pelo cazaque e o russo, ainda estava dormindo em Yu-Topia _ estabelecimento que pertencia aos seus pais e que tinha sido recentemente reaberto pelo Katsuki, que se inundou de lembranças adoráveis assim que pisou na cidadezinha pacata em que nasceu.

E este velho mundo é um novo mundo
E um corajoso mundo
Pra mim

Estrelas quando brilham, você sabe como me sinto.

Victor tinha amado aquele clima de interior e de cidade portuária que se misturava, lembrando um pouco seus passeios de infância pelas praias frias de Sã Petersburgo com sua mãe e pai. Era nostálgico para qualquer um ali. Os sorrisos das crianças eram contagiosos para os adultos que se divertiam apenas em olhá-las executar suas peripécias na areia mais firme, e sendo retribuídas por Makkachim e Hermes que pareciam ligados no modo turbo. Os olhos azuis miraram o parceiro com admiração, ele estava mais lindo a cada dia, a inocência e jovialidade pareciam não querer se desprender de sua face tão cedo assim e os cabelos passando dos ombros dava ainda mais ênfase a figura quase angelical e a doçura do sorriso não intencional que desprendida de seus lábios era tão palpável quanto quanto o cheiro de maresia daquele lugar. Era maravilhoso.

–Yuuri...– Chamou-o com carinho, tendo aqueles olhos achocolatados salpicados de brilho vermelho sobre si, sorriu mais largo ainda e roubou um beijo rápido do nipónico – amo você.

– Victor...– encostou a testa na do russo platinado, que apesar de já estar na casa dos trinta e já sofrendo com os famosos complexos de meia idade, era lindo e perfeito para ele – também amo você.

Aroma do pinheiro, você sabe como me sinto

Oh a liberdade é minha

E eu sei como me sinto

“Às vezes não se trata de amar eternamente;

E sim amar cada dia o máximo que der, pois cada momento é único e não se repete da mesma maneira, assim como as ondas do mar”

By: Kurorra.

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Olá meus amores, como estão?

Sei que demorei para postar esse último e especial capítulo mas eu juro que não foi por mal, e a resposta é simples: eu jurava que tinha postado! Ficou como rascunho e só agora que eu fui ver, meses depois, sim eu sou muito distraída hehehe!

Esse capítulo especial é um agradecimento a todos vocês que acompanharam e reagiram a finc de forma positiva e me apoiaram e incentivaram a continuar. E é com esse clima de volta as raízes e amor mútuo ao som de Feeling Good de Nina Simone que me dispeço dessa finc.

Mas deixo avisado que ela vai ter uma continuação, só que com a história do passado do Yurio, uma espécie de spin-off, ainda não sei quando vou postar mas já estou trabalhando nela.

Bye bye e até um dia Moranguinhos!