Natal e Barcelona

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Barcelona, aquele sem dúvidas era um lugar maravilhoso, lindo até onde a vista alcançava pelos vidros do carro que os trouxe até ali. Mas no momento não estava contemplando a beleza da cidade, nem ligando para o frio que atingia seu corpo ainda molhado pelo banho recente, e que se tornava mais intenso pelo fato de estar apenas de cueca e abraçado a um dos travesseiros dispostos naquela grande cama de hotel. Mordia uma protuberâncias do objeto macio enquanto se controlava para não fazer alguma coisa, ele não sabia o que poderia fazer ou falar, então permanecia quieto.

Seu namorado andava de um lado a outro do quarto enquanto falava ao telefone com a cara mais infantil que já tinha visto em toda a sua existência. O russo parecia não ligar de ficar desfilando por ali usando apenas uma toalha branca enrolada na cintura, quase caindo. Mas os olhos castanho-avermelhado estavam fumegantes de raiva e descrença em sua direção. Yuri parecia um cão cuja dona acabara de lhe tirar o osso. Mascou mais o tecido áspero de algodão quando Victor riu alto, este estava falando com a mãe pelo celular e parecia nem se importar com os olhares assassinos que eram dirigidos a si.

Por que aquele russo cafajeste não tinha contado que era o seu aniversário?! Tudo bem que estavam ali a trabalho, mas tinham bastante tempo e Yuuri poderia ao menos marcar um jantar ou combinar um passeio pelos pontos turísticos, ou comprar um presente com antecedência! Mas não! O mais velho não disse absolutamente nada sobre a proximidade da data e só descobriu o por que do platinado estar agarrado no celular a quase duas horas quando Yuri mandou um mensagem perguntando o que iriam fazer pra comemos o aniversário do alfa. Tinha ciência de que devia saber disso, mas ninguém nunca lhe contou quando era e o russo parecia não fazer questão de comemorar, mas ele sim poxa!

– então tá, mãe. Quando acabar por aqui vou fazer uma visita ai na Rússia. –olhou para o moreno emburrado na cama, os azuis derramando carinho e divertimento – e vou levar uma surpresa pra você...é eu sei que o aniversário é meu, mas a senhora vai gostar!... Não, não estou te chamando de velha, mãe!– discutiu mais um pouquinho e finalizou a chamada com uma carinha divertida.– vai continuar me olhando assim até quando?

–Até o ano que vem, quando vou poder comemorar seu aniversário sabendo antecipadamente a data– ironia não era seu forte, mas até que estava se saindo muito bem em sua imitação de Plisetsky.

– Não precisa ficar assim, já disse que não costumo comemorar aniversários, sou russo. Não ligo.

– mas eu ligo! – jogou o travesseiro no aniversariante pretendendo acertar a face, mas o cretino desviou!– no meu país se comemora isso e eu to chateado por não ter me contado! E, além disso é véspera de natal– se jogou pra trás e ficou encarando o teto marfim do quarto, a respiração barulhenta por conta da posição. Em pouco tempo pode sentir o colchão se afundar ao seu redor e algo se sentar em seu quadril, o nariz fino e gelado passou por seu pescoço lhe arrancando um suspiro leve e se dirigiu a sua face, deixou um selinho em seus lábios e começou a se encaixar no corpo do ômega de maneira sugestiva. Conhecia aquela artimanha, não iria funcionar! Dessa vez não – nem adianta bancar o cão abandonado, não vamos continuar o que começamos no banheiro.

– Yuuuuuuri~– choramingou com a voz afetada, por que seu ômega tinha que ser tão frio as vezes?– por favor. Me desculpa, vai? Eu não sabia que você queria comemorar meu aniversário, achei que ia querer descansar da viagem no hotel!

– a última coisa que você está insinuando é que quer me deixar descansar, Victor Nikiforov – xeque mate! – anda, sai de cima!– Tentou empurrar o outro, mas o peso do russo não era lá pouco e para desarma-lo completamente, o platinado começou a atacá-lo com cócegas e beijinhos leves– pa-ara! Ah!

– não fica bravo, amor– o beijou com fervor, Yuuri nunca recusava seus beijos _ só uma vês que estava bravo e mordeu sua língua, tudo por que o platinado tinha dado comida humana pro poodle e ele acabou vomitando na cama. Parou com as cócegas e começou a acariciar a pele macia com a ponta dos dedos longos, aproveitando que a guarda dele tinha abaixado e que correspondia seu beijo com tanto ou mais fervor do que ele. – vamos sair um pouco, está bem assim? Ir jantar em algum lugar bacana, hum?– Distribuía selinhos pela face do outro enquanto puxava a perna alheia com cuidado até encaixá-la em torno de sua cintura. Queria Yuuri, queria dar continuidade às amasses quentes que estavam dando no banheiro até sua mãe ligar e o bendito do loiro mandar mensagem – o que você quiser…

Heart Of Kaleidoscope [Victuuri/ Otayurio]Onde histórias criam vida. Descubra agora