Capítulo 18

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BELLA~~

Eu estava pelada. Completamente. Por isso havia fechado a porta com Victor lá dentro, porque aí daria para eu colocar a roupa que ele separou para mim. Mas, ao olhar em cima da cama, não havia nada lá, então me enfiei embaixo das cobertas e encolhi as pernas, esperando que ele saísse de lá.

Ele saiu segundos depois, todo pleno, como se nada tivesse acontecido. Como ele conseguiu matar aquele monstro e ainda sair tranquilo assim?

No momento que ele me olhou, caiu na risada.

- Do que você está rindo, idiota?

- Você, a menina que mais dá patada em todos na escola, a que mais xinga, a mais estressada e mais nervosa, tem medo de um inseto?

- Não é medo. - falei.

- Aham, então não vai ligar se eu pedir pra jogar ela no lixo?

Meus olhos se arregalaram.

- Não, não vou.

- Então vai.

Eu não me mexi.

-Eu já joguei no lixo, besta - ele disse - Era pra te zoar, mas você tem medo sim. Não ia ter berrado feito uma louca se nao tivesse.

- Eu não berrei feito uma louca.

- Bella, você fez um escândalo -ele riu.

- Cala a boca e vai pegar minha roupa. - falei.

Ele se aproximou da cama onde eu estava.

- Cadê a palavra mágica?

Rolei os olhos.

- Vamos, Bella... diga "Por...."?

-Porque senão eu vou arrancar sua cabeça fora com a vassoura que usou pra matar a porra da barata. Agora vai.

-Talvez você tenha me convencido.

Ele deu um sorriso malandro, saiu do quarto e voltou com as roupas. Colocou as minhas na lavanderia e disse que eu poderia pegar amanhã. Enquanto isso, me troquei e sequei o cabelo.

-Onde eu vou dormir? - perguntei.

- No quarto de hóspedes provavelmente, mas minha cama é sempre uma opção.

Ele sorriu, deixando os dentes à mostra. Isso me fez sorrir também.

Ainda eram 01h05. Seus pais chegariam só dali a mais de uma hora. O que ficaríamos fazendo enquanto isso? Eu poderia ir dormir, assim o dia de amanhã chegaria mais rápido e eu iria embora daqui logo.

Mas... eu não queria dormir.

Cheguei até a ficar um pouco constrangida. A agitação já havia passado, e agora? Eu não tenho nenhum assunto pra conversar com ele sem que pareça que quero forçar um papo.

Nessa hora, seu telefone tocou.

- Alô, mamãe. Sim, acho que sim. É aquela velha que quase coloca os pulmões pra fora sempre, porque fica tossindo 100%do tempo? Ue, me desculpe, não sabia que ela estava aí perto. Ela é surda, não se preocupe. ME DESCULPE - ele riu.

Eu estava tentando entender o que se passava.

-Acho que não vai ter problema por ela. Sim, tudo bem. Ainda bem que nem arrumamos as coisas ainda. Okay. Amanhã de manhã? Perfeito. Até logo.

Ele jogou o aparelho na cama delicadamente e se virou para mim.

Algo estava diferente em seu olhar. Pude jurar que estavam mais escuros. Sua pupila estava maior.

- O que aconteceu? - perguntei.

- Uma parente do lado paterno das gêmeas perdeu a passagen de volta pra casa. Ela mora no RJ. Vai ter que dormir aqui, e vai embora amanhã de manhã. -ele se aproximou.

- ue. E daí? - eu dei uns passos para trás.

- E daí que ela vai dormir no quarto de hóspedes. -ele continuou chegando perto.

- Não me importo em dividir o quarto com ela. - não me movi.

- Você vai dormir aqui comigo - ele falou baixo.

- Quem disse?

- Eu.

Eu ri.

-Ok, na verdade foi minha mãe. A mulher odeia dormir no mesmo cômodo que outra pessoa. Tem que ter um quarto só pra ela. Fora que ela ronca. A senhorita dorme comigo hoje.

- Você deve estar odiando isso, né? Ter minha ilustre presença a noite toda. Que honra, Victor.

Ele se abaixou um pouco para ficar quase da minha altura. Tocou seus lábios em minha orelha e falou:

-Eu vou ter mais do que sua presença hoje a noite, Bella.

Em questão de milésimos de segundos eu já estava arrepiada.

Ele passou por mim com um sorriso vitorioso e puxou a parte debaixo da sua cama, onde havia outra cama, mas da altura de um colchao praticamente. Foi até o armário, pegou travesseiros, fronhas e um edredom, e os arrumou naquela mini cama que ele havia puxado.

E se deitou nela.

-O que está fazendo?

- Eu vou dormir aqui, horas. Não pensou que eu faria essa belezinha de cama pra você né?

- Mas a cama é sua.

-Sim. Mas eu posso dormir aqui por uma noite. Além disso, essa casa é muito gelada, mas eu já me acostumei. Você não. A cama é mais quentinha, fique nela.

Rolei os olhos. Eu já notei que, não importa o quando eu argumente, ele não vai ceder. E além do mais, eu lá seria boba de não dormir em uma cama de casal? Nunquinha.

-Bem, tudo bem. Boa noite, então.

Me deitei na cama, puxei as cobertas e me virei pro outro lado, o lado da parede.

Sorri.

- Você já vai dormir?

- Já dormi.

- Hummmm... bem, tudo bem.

Ouvi uma pontinha de decepção na sua voz, mas não deve ser nada demais.

Pensei que ele fosse pular em mim ou fazer alguma de suas brincadeiras, mas nos próximos 10 minutos seguintes, não houve nada. Virei o rosto para onde ele estava deitado e o observei.

Ele tava de olhos fechados, um semblante calmo, o peito subia e descia devagar e a respiração estava um pouco pesada.

Ele estava dormindo.

Seus cabelos negros escorriam pelo travesseiro em mechas nem tão curtas e nem tão longas. Ele era lindo.

Dormiu tão rápido, pensei. Nem imaginei o quanto ele devia estar cansado da festa. Geralmente, família dá uma mãozinha para ajudar como pode nos preparativos e ele deve ter corrido atrás disso o dia todo. Pouco me admira que ele tenha de atrasado para a festa.

A coberta estava até sua cintura, sua camiseta era preta, e combinava muito bem com ele. Subi o olhar e vi algo em seu pescoço. Uma... cicatriz? Ela começava perto da jugular e desaparecia dentro da camiseta.

O que seria aquilo? Será que algum dos seus cachorros o mordeu?

Bem, não vai ser hoje que vou descobrir.

Virei na minha posição favorita, de bruços, e fechei os olhos. Será que eu ainda estava um pouco bêbada? Acho que não.

Assim que minhas pálpebras se fecharam, eu não queria abri-las nunca mais. Uma sensação boa me invadiu. Aquela cama era ótima. Em poucos minutos, eu estava dormindo.



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VOCÊS ACHAM QUE A NOITE VAI ACABAR ASSIM? SÉRIO ISSO? NÃO MESMO!!!!!!!!!!!! ESPEREM E VERÃO!!!!!

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