Capítulo 70

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  - O-o quê? – eu falei.

- Vamos comigo. Lá tem milhares de universidades, de cursos, de oportunidades. Eu mesmo não sei se vou morar lá para sempre, mas por enquanto, não quero voltar ao Brasil.

Eu não sabia o que responder.

- Bella, não precisa responder agora. É muita coisa para pensar. Só estou pedindo que pense sobre o assunto. Tenho certeza de que seus pais não iriam te proibir.

- Sim, eu sei, mas... que dia você volta para lá?

- Na segunda. Daqui a dois dias. Eu ia passar o Natal e o Ano Novo aqui, mas não vai dar. O próximo vôo vai acontecer quando minhas aulas já tiverem voltado e eu não posso perder um dia, preciso embarcar no de segunda.

Eu arregalei os olhos.

- É pouquíssimo tempo!

- Eu sei, eu sei! – ele riu. – Não precisa se apavorar.

- Bom, meus pais realmente não me impediriam de ir, mas... Victor... E se eu for e nós dois... bem, não darmos certo? E se...

Ele pegou minhas mãos.

- Olha... O meu maior desejo na vida é ficar com você. Eu amo você, mas não posso prometer que estaremos juntos para sempre. Eu entendo seu medo, mas eu te prometo que se não dermos certo, nós dois vamos achar um jeito de nos organizar sem ninguém sair prejudicado.

- E se terminarmos sem um olhar na cara do outro? – falei.

- Bella, isso não vai acontecer. E mesmo se acontecer, prometo que podemos abrir um exceção e olhar na cara um do outro por tempo o suficiente até os dois se estabilizarem.

- Eu não sei, é muita responsabilidade.

- Eu sei. Mas é apenas um convite. Como eu disse, não precisa responder agora, está bem? Pense sobre o assunto e se tiver qualquer dúvida ou receio, me ligue.

- Tudo bem. – sorri.

Suspirei aliviada. Era bom que eu não precisasse dar a resposta agora, mas eu precisaria pensar sobre o assunto e falar com meus pais em um intervalo muito pequeno de tempo. Correria nunca foi muito meu forte.

- Acho melhor eu ir pra casa então – eu disse – Preciso pensar na sua proposta.

- Tudo bem. Só quero que entenda que isso não é pressão, nem nada do tipo. Se não quiser ir, tudo bem também, você tem uma vida aqui, três irmãos, é compreensível.

- Obrigada – o abracei.

Senti tanta falta desse abraço, do seu cheiro.

- Vem, vou te acompanhar até o seu carro.

Fomos de braços dados até onde eu havia estacionado. Era ótimo andar com ele desse jeito, eu me sentia segura.

Já estava quase anoitecendo. O sol já havia desaparecido no horizonte e o céu estava começando a escurecer. Havia sido um encontro rápido, mas cheio de surpresas boas e um convite inesperado. Também havia sido fácil, digo, estava subentendido que estávamos juntos, certo? Ou quase.

Chegamos até onde meu carro estava estacionado e eu me virei de frente para ele.

- Bem... eu devo te dar a resposta até quando? – perguntei.

- Até amanhã à noite no máximo. Vou para o aeroporto de São Paulo na madrugada de domingo para segunda, por volta das 4 horas da manhã, e pegarei o vôo antes do almoço. Ele está marcado para às 11h30.

Os Opostos se Atraem? - LIVRO 3 - "As Diferenças Se Completam "Onde histórias criam vida. Descubra agora