Capítulo 23

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E então, sábado chegou. Eu não sabia muito bem disso, porque ainda não havia acordado, mas meu celular fez questão de fazer isso por mim.

Abri os olhos por conta do barulho infernal que vinha do aparelho. Eu preciso muito trocar esse toque.

Atendi sem ver quem era.

- Alô. - minha voz de sono entregava que aquela era minha primeira palavra do dia.

- Bom dia, flor do dia.

Victor.

Fechei os olhos.

- Ah, é você. O que quer?

- Como eu sou uma pessoa muito responsável, eu quero fazer nosso trabalho de biologia, que é para segunda-feira agora.

- Você quer fazer isso num sábado as 6h da manhã?

- Não, princesa, num sábado às 13h.

- O QUE?

Levantei num pulo e saí em busca de um relógio pelo quarto.

Parei quando bati o dedo no pé da cama e derrubei a cadeira da escrivaninha.

Ouvi a risada de Victor.

- Tá rindo do que? Demônio.

- Tô ouvindo o mundo cair aí.

- Cadê a porra das horas?

Tirei o celular do rosto e acendi o ecrã.

13h04.

Como eu dormi tanto?

- São 13h05 agora- ele disse.

- Depois de destruir metade do quarto, eu já vi, obrigada - falei sarcástica.

- Podia ao menos ter me perguntado.

Rolei os olhos.

- Victor, encurta.

- Ok. Se arruma porque eu vou passar aí 13h30.

- Oi? MUITO CEDO, EU TENHO QUE TOMAR BANHO, SECAR O CABELO E...

- Você mandou eu encurtar. Ou assim, ou você vem a pé. E vai chover.

- Eu estou amaldiçoando até a sua 8° geração.

- Não faça isso com nossos descendentes.

What?

- Até mais. Te pego daqui a exatos 23 minutos.

Larguei o telefone em qualquer lugar e saí correndo pra tomar banho. Só depois fui notar como o quarto continuava escuro. Eu nunca iria imaginar que eram mais de 13h.

Tomei um banho e lavei o cabelo. Decidi apenas secá-lo com a toalha. Graças àquele filhote de criatura abissal, eu não vou ter tempo de ligar o secador.

Coloquei um shorts branco e uma regata preta. Amarrei minha tornolezeira preta que continha uma pequena calda de sereia da cor bege, uma pulseira, um colar de olho grego e um tênis.

Desci.

- Mãe, vou fazer trabalho na casa da desgraça.

- Quem? - ela riu.

- O Victor.

- Vai acabar em namoro, isso sim.

Rolei os olhos. Subi para escovar os dentes e quando já estava descendo novamente, ouço a campainha tocar.

Fiquei quietinha atrás da parede.

Minha mãe foi atender.

- Quem é? - ouvi ela perguntar. - Ah, sim! Só um minuto.

Ela abriu o portão e foi até a porta.

- Entre, entre. Bella já está vindo.

- Com licença- disse Victor ao entrar em casa - Tudo bem com a senhora? - ele cumprimentou minha mãe.

- Me chame só de Melissa. E sim, tudo ótimo. E com você?

- Tudo também. Meu pai me contou da novidade. Mais um bebê na família?

- Sim, sim. Mais um. O quarto filho. Gabriel nem sonha que seu pai ficou sabendo primeiro do que ele. Mas eu não podia fazer nada, fiz o exame com Miguel!

Eles riram.

- Mas vai dar tudo certo, dona Melissa. A senhora vai ver. E logo, Bella vai mimar muito esse bebê.

Eu não pude evitar sorrir.

Victor estva sendo tão fofo, tão... delicado e meigo. E atencioso. Nunca pensei que o veria assim. Ele está com uma postura tão... cortês.

Saí de onde estava e peguei minha mochila de escola.

- Ue, já chegou? - eu disse assim que bati os olhos nele.

- Pois aqui estou.

Ele não me daria os típicos coices na frente da minha mãe.

- Tchau, mãe. Tô saindo.

Ela se despediu de nós dois.

- Até logo, dona Melissa, e obrigado.

- Imagina.

Ah, pronto. Minha mãe já derreteu.

Entramos no carro.

- Dona Melissa? Sério?

- Po, eu sou educado. Diferente de umas e outras. - ele ligou o carro.

- Eu sou muito educada viu?

- Sim, sim. Nota-se.

E então deu partida rumo à sua casa.

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Hellou
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Os Opostos se Atraem? - LIVRO 3 - "As Diferenças Se Completam "Onde histórias criam vida. Descubra agora