– Você se acha foda, não é Bella? – ele falou alto – Por que espalhou a maldita foto?!Eu tinha consciência de todas as pessoas olhando para mim, esperando uma resposta. Era um jogo de ping pong, e Marcelo havia jogado a bola. Eu tinha que rebater. Ele quer um show na frente de todos? Pois é isso que vai ter.
– Porque um filho de uma puta meteu um par de chifres na minha cabeça. Só dei o troco.
– Não cuspa no prato que comeu. Minha mãe era sua ex sogra. Não xingue ela.
– Realmente, eu adoro sua mãe. Só tenho pena dela por ter um filho como você. Galinha, idiota e marica!
Um “uuuuuuuuuuuuuh” foi soltado da plateia improvisada, indicando que eles gostaram do que falei.
Me saí bem.
– Nunca mais me chama de marica.
– Por que? Vai fazer o que? Me bater? – empinei o queixo, o desafiando. O silêncio reinou entre nós e o clima ficou tenso demais.
Eu tinha 1,70m. Marcelo, 1,80. Ele era puro músculo, acabaria comigo se me desse um só tapa.
– Não brinca comigo, Bella.
– Marica. – sussurrei alto o suficiente para todos ouvirem.
Ele deu um murro na parede atrás de mim e várias pessoas se assustaram.
– O que o seu avô pensaria se ouvisse você falando isso, hein?
Quando ele disse isso, a adrenalina me invadiu e eu levantei a mão direita e a lancei para frente sem pensar, dando-lhe um tapa forte no rosto.
Saí de perto dele e de todo o resto do povo. Fui para a sala, que agora estava vazia. Tentei secar as lágrimas que insistiam em cair antes de todos chegarem. Quando a sala encheu, eu precisava ir para o banheiro me acalmar. Fazia apenas 2 minutos que o sinal havia batido e um minuto de atraso na aula não faria diferença. Saí da sala, ouvindo coisas como “Bella”, “Marcelo”, “tapa” se sobressaírem do restante das conversas.
Gabi e Giovanna não vieram comigo, elas sabiam que eu queria ficar sozinha.
No caminho pelos corredores vazios, dobrei uma esquina e trombei com alguém, quase caindo no chão.
– Mas que merda, olha por onde anda, garoto! – falei e o encarei.
Ele era moreno, tinha olhos verdes, dava para ver que o cabelo era um pouco maior que o normal, mesmo sob a touca. Algumas mechas pretas como o ébano iam até perto da boca. A pele branca como o leite.
– Me desculpa, mas.. você que bateu em mim.
Ele estava com uma espécie de sorriso no rosto. Espera, eu conheço esse garoto…
Tentei buscar na memória algo da minha infância com ele, mas nada me ocorreu.
Será que ele havia estudado comigo quando eu era pequena?
– Que seja – falei e já ia saindo, mas ele me puxou pelo braço. – Está querendo morrer?
– Sim, mas isso não vem ao caso. Me diz onde é minha sala, por favor? Sou novo aqui.
– Tô com cara de mapa da Dora Aventureira?
– Tá mais para a mochila – ele fingiu me analisar, com um sorriso malandro no rosto.
– Por que você não vai fazer algo útil? Tipo se foder?
– Você parece do tipo que gosta de palavrão.
– Eu uso quando me irritam. – soltei meu braço de sua mão de forma bruta – E eu não tenho um “tipo”, para sua informação.
– Me parece que tem. E também parece não ser dos melhores e mais educados, docinho.
– Sou educada com quem merece. Se não gostar, não posso fazer nada, só não enche meu saco. Agora me dá licença.Dei alguns passos para longe dele, mas me virei e gritei:
– Não me chama de docinho!
Ele sorriu.
– Tá bom, docinho
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AMORES!!! GOSTARAM????????? ❤❤❤❤❤❤
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Os Opostos se Atraem? - LIVRO 3 - "As Diferenças Se Completam "
Genç KurguMelissa e Gabriel passaram por o que todos chamariam de uma verdadeira avalanche de emoções. Mas, sem dúvida, o auge dela foi a chegada da filha deles, Bella Simoniano Monteiro Marques. Cheia de vida, respostas na ponta da língua e uma inteligência...