Capítulo 55

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  A manhã de sexta foi bem agitada. Acordamos com um pesar por ir embora daquele lugar maravilhoso. Deixar a maresia de lado me deixava meio triste. Eu amava o mar, marquinhas de biquíni, água de coco, água do mar... sentia que estava em casa.

  Mandei uma mensagem a Victor dizendo que estava acordada e que ia descer para o café. Dito e feito. Tomamos banho, nos trocamos e descemos. Victor, Rafael e Gabriel nos encontraram lá embaixo em pouco tempo. Marcelo também se sentou conosco e logo Matheus apareceu. Em uma mesa próxima estavam as meninas. Parecia que ninguém queria efetivamente ir embora. Voltar à rotina era algo chato. Necessário, porém chato.

  Tomamos café com eles e subimos para pegarmos as malas, depois fomos para o ônibus. Victor se sentou comigo, deixando Gabi e Gi irem juntas. Chegaríamos em nossa cidade por volta das 16h00, e durante o caminho, ligaram caixinhas de som para ouvirmos música. Paramos três vezes para comer e, na estrada, Victor fazia carinho em meu cabelo.

  Ele acabou dormindo um tempo depois, bem ao meu lado. Eu não pude deixar de olhá-lo. A linha do seu maxilar era nítida, apesar de estar relaxado. Seus cílios grandes e escuros quase tocavam a maçã de seu rosto e eu sabia que quando se abrissem, o mais lindo dos tons de verde estaria ali, me olhando. Eu achava sua boca maravilhosa, não era nada do tipo de modelo, só era... bonita. E as coisas que ela fazia...

  Contive-me quando quase suspirei alto. Eu precisava repetir aquela noite. Todas as células do meu corpo pediam isso, pediam um replay e eu não poderia negar. Um sorrisinho apareceu em meu rosto enquanto eu o encarava e me senti sortuda de certa forma por ter ele ali comigo enquanto pedia às estrelas para eu não me decepcionar com ele também.

  Coloquei meus fones e fiquei ouvindo música até que vi que pararíamos mais uma, e última vez. Tirei os fones e me virei para Victor. Achei melhor acordá-lo, talvez ele queira comprar algo ou ir ao banheiro.

   - Hey – chamei e toquei seu braço – Vamos parar, quer descer?

  Ele abriu os olhos devagar e me olhou com aquelas esmeraldas repletas de sono. Fofo.

   - Vou descer. Preciso ir ao banheiro. Quer alguma coisa? – ele falou.

   - Não. Estou ok. – dei licença para que ele saísse e me sentei novamente.

  Ele voltou logo depois com um pacote e um suco de laranja de garrafinha.

   - Eu disse que não precisava trazer nada. – falei rindo, mega feliz por ele ter trazido algo, mesmo não precisando.

   - Mas é pra mim.

   - Ah.

  Que vergonha. Virei a cara para que ele não visse minhas bochechas ficando rosadas de vergonha. Queira enfiar minha cara no motor e seguir viagem assim.

  Ele soltou uma risada.

   - Brincadeira. É pra você. Você come igual a um boi, acha mesmo que acreditei que não precisava trazer nada?

  Não pude evitar rir.

   - Eu não como igual a um boi.

   - Tem razão, igual a dois bois.

  Dei um soco de leve em seu braço e abri o pacote. Era uma coxinha de frango com catupiry enorme. Mas, com certeza, eu aguentava comer sozinha. Talvez o fato de eu comer demais não seja uma mentira, afinal.

  Ele ficou me olhando enquanto eu comia. Eu detestava isso. Sentia-me uma baleia que comia tudo que via pela frente e não dividia com ninguém. Ah, opa, eu sou mesmo.

   - Pafa de me ofar cofenfo – falei de boca cheia.

  Ele riu.

   - Não entendi uma palavra do que disse.

Os Opostos se Atraem? - LIVRO 3 - "As Diferenças Se Completam "Onde histórias criam vida. Descubra agora